Perdas

junho 30, 2024

Por Haroldo Varela Com a idade vamos nos habituando com inevitável morte, a única certeza que temos.

Por Haroldo Varela

Com a idade vamos nos habituando com inevitável morte, a única certeza que temos. Tento me conformar, " já era de idade", "estava muito doente", "foi rápido, não sofreu", "morreu como um passarinho... comentários comuns dos que permanecem.

Claro que não é fácil enfrentar perdas, mas aceitamos conviver com elas. Não temos alternativas.

Pensando bem, nem todos nascem e morrem na mesma hora, vai um, vai outro e no final nos resumimos, a geração passa.

Tenho convivido com a dor de perder pessoas que partiram antes da hora. Difícil aceitar, mas dizem que Deus também quer gente jovem perto dele. Balela, nada fácil para quando se perde uma pessoa na flor da idade, no início da vida, precocemente.

Difícil questionar como se faz essa seleção. Tem critérios? Livre arbítrio? Destino? O certo é que todos nós partiremos, o destino ainda é um grande mistério. Particularmente não pretendo desvendar tão cedo.

Cito trecho de Ariano Suassuna no seu livro, O Auto da Compadecida: “Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre”.

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