Jornal ‘O Falador’
Por José Alves – Editor do jornal e Blog O Alerta A edição nº 370 de junho de 2008, O Alerta publicou, sob o título: Ah, que saudade do Falador! Uma matéria sobre o jornalzinho mimeografado – “O Falador”-, que fez sucesso nos festejos juninos, no período de 1989 a 1996.
Por José Alves - Editor do jornal e Blog O Alerta
A edição nº 370 de junho de 2008, O Alerta publicou, sob o título: Ah, que saudade do Falador! Uma matéria sobre o jornalzinho mimeografado - "O Falador"-, que fez sucesso nos festejos juninos, no período de 1989 a 1996. Na matéria, finalmente, se 'descobriu' quem editava e fazia os fuxicos e fofocas naquele informativo irreverente e ferino com os personagens que apareciam (e os que não apareciam) no festejo junino do São João em São José de Mipibu.
Hoje, é só saudade...
"Decorridos 11 anos de circulação desde a última edição d'O Falador, muitos mipibuenses ainda sentem saudades daquele jornalzinho mimeografado que agitava as noites dos festejos juninos, na década de 80/90. A linha editorial do informativo era divulgar as fofocas e fuxicos, além de noticiar fatos fictícios e estórias, envolvendo pessoas que compareciam aos festejos juninos.
Alguns, principalmente, os mais jovens, perguntarão: “- Mas, o que era esse tal de Falador?”
O Falador era um jornalzinho idealizado e editado por José Alves (Dedé do Alerta) e Sônia Pastel, rodado pelo saudoso Marcílio de Figueiredo Varela Buriti. A impressão era feito em mimeógrafo à tinta, de forma artesanal e distribuído, gratuitamente, às pessoas que compareciam as barracas e pavilhão, durante a festa do São João em São José.
Essa é a primeira vez, que Dedé e Sônia confessam, de público, serem os editores do jornalzinho 'amado por uns e odiado por outros'. Entretanto, hoje, todos concordam que O Falador deixou sua marca na revitalização dos festejos juninos no município, cujo lançamento ocorreu, em junho de 1989, na gestão do ex-prefeito Janilson Ferreira e prosseguiu na gestão do ex-prefeito Carlos Marques.
Muitos foram os nomes que passaram a ser notícias nas diversas colunas do jornal. Alguns deles, já não estão entre nós, partiram para a eternidade, entre eles: Seu Roque, Vavá (do Canadá), Ramos Barbalho, Uracinda Barbosa, Fátima Ribeiro, Luiz Amaral, Monsenhor Antonio Barros, Biba, entre outros.
O Falador não só agitava, como seus exemplares eram disputados entre aqueles que compareciam aos festejos, para saberem se eram 'personagens' nas notícias. Muitos enviavam exemplares aos familiares que residiam em outros estados da federação.
“Nosso objetivo era realmente perturbar o sossego de alguns, principalmente, aqueles que ficavam, "sarrando“ , como se dizia naquela época, no escurinho. Às vezes ficávamos observando as pessoas, como quem não quer nada, mas tomando nota para serem noticia no informativo na noite seguinte. Havia algumas pessoas que não gostavam de nossas brincadeiras e levavam a coisa a sério, a ponto de querer tomar satisfação com os editores”.
Para conseguir obter as notícias, os editores circulavam entre as 10 barracas (cinco de cada lado) e o pavilhão central dos Voluntariados, coordenado pela Prefeitura Municipal, em frente a Escola Estadual Barão de Mipibu onde, segundo Dedé, “eram nessas barracas e em locais mais afastados da festa que conseguíamos as informações. Logo cedo, pela manhã, quando todo mundo estava dormindo ou de ressaca da noite anterior, começávamos a trabalhar a s matérias que iriam ser notícias d'O Falador”.
A cada ano, o informativo era como o complemento da festa. Tivemos que aumentar a tiragem para 500 exemplares. “Recebemos até proposta de representante da Distribuidora da cerveja Brahma, para patrocinar o jornalzinho, porém, preferimos continuar com a Distribuidora Antarctica, que ao final da festa, doava várias grades de cerveja que eram distribuídas com a equipe que trabalhava no jornal.
Também o número de colaboradores aumentou. Passamos a receber “torpedos” contendo informações do que se passava na festa. Muitos desses torpedos, falava da própria pessoa, que queria ser notícia no Falador.
Num de nossos editoriais, provocávamos: “A partir de hoje, estaremos publicando os ti ti ti e babados que ocorrem na festa. Os que se sentirem ofendidos em suas honras (e também que não as tem mais) ou incomodados por alguns de nossas fofocas e boatos maliciosos, algumas mentiras deslavadas e calúnias torpes e outras pérolas do jornalismo marrom, vermelho e azul (cor de manteiga) que não adianta reclamar ao promotor, juíza, delegado ou Procon. Também não adianta se queixar ao Bispo, que tem outras coisas mais importantes para resolver.”
E continuava: “A go-za-ção e o humor negro (por que não branco?!?) sempre foi o ponto principal deste Pasquim. Ridicularizar coisas ou fatos supostamente sérios e transformá-los em gozação é o nosso objetivo. Calma! Não adianta ficar com raiva. O Falador só irá circular em quatro edições. Por isso se você ainda não foi notícia, aguarde sua vez sentado, pois em pé irá cansar”.
O Falador tinha o patrocínio da Distribuidora da cerveja Antarctica, por meio do distribuidor Rossini, além do saudoso livreiro Carlos Lima, através da Gráfica Clima (fornecia o papel), Prefeitura Municipal de São José de Mipibu e alguns comerciantes locais.
Com o passar dos anos, o São João em São José foi crescendo, deixando de ser uma festa para os mipibuenses, passando a ser uma grande festa da região Agreste. “Diante da grandiosidade que tomou conta dos festejos, ficou impossível de editar o Falador. Em 1996 circulou pela última vez, deixando saudades para aqueles que frequentaram os festejos juninos em São José de Mipibu.
Depoimento de Sônia Pastel
Sônia Pastel, uma das editoras, diz: “Falar d' O Falador é recordar o início do 'São João em São José'. Da iniciativa nossa com José Alves ('Dedé do Alerta'), que procurava informar os acontecimentos de cada noite da festa, onde as pessoas ficavam na expectativa de chegar até a se esconder para que seu nome não fosse notícia, no dia seguinte. Tivemos “problemas” à época, com Carneiro (de Carminha), Arnaldo do Camarão, Cida do Paredão, Carla Lima, entre outros...(hoje, já superados).
Era divertido os fofoqueiros de plantão. Nossa maior fonte de fuxicos era na Cigarreira do Bastinho e na residência de Núbia Monteiro.
Como trabalhávamos na Prefeitura Municipal, era comum, na manhã seguinte, as pessoas nos procurar para “passar as notícias”, já que utilizávamos as máquinas datilográficas e o mimeógrafo (não existia micro-computador) da municipalidade para editar o jornal.
Difícil é recordar as pessoas, que colaborava conosco, prestando informações dos acontecimentos e das fofocas ocorridas nas barracas, entre elas: o Sr. Roque (pai de Rosália), que gostava de dançar todas as noites e procurava “aparecer” para ser notícia.
Que saudades das barracas como a de Laranjeiras dos Cosmes sob a coordenação de Uracinda Barbosa, além da barraca de dona Margarida Ribeiro, de Rosália Varela, Clóvis, Maria José Nerino, Duda, Chico e tantas outras...
Quantas saudades de Nenem e Vavá, (do Canadá), Fátima Ribeiro, Raminho Barbalho, Luiz Amaral e tantas outros nomes que foram notícias no Falador".
As colunas do Falador: amadas por uns e odiadas por outros
As colunas publicadas no Falador eram motivo de gozação. Enquanto uns levavam para o lado da brincadeira outros, detestavam. Eis os nomes das colunas: Kurtas e Kentes; Caiu na boca do povo; Bolinho humano; Flashes; Conselhos do Falador; Super-promoção - Vende-se; Variadas; Burrinho perdido; Amar é...; Loteca; Novelas; Você sabia que...; Flagra; Mexericos...
Para quem não conheceu o jornalzinho, eis alguns as notas que eram publicadas n'O Falador:
O Falador tem dó - “De Cid Ferreira, que levou um puxão de orelhas de sua esposa Rejane, para ir tomar banho e trocar de roupas, para vir aos festejos do São João”
Juro que vi = “Figueiredo dançando com Rosália, parecendo mais um réu, quando recebe uma sentença de condenação do juiz”.
Frases - “ De Luzia Barbosa: será que o vocalista não vai anunciar o meu aniversário?”
Destaques da Festa - “O mais cafona – Evandro Gomes e a mais charmosa – Fátima Ribeiro”
FOFOCA’S - “José Sales sendo arrastado pelos familiares para comparecer a festa. Ele estava com medo do Falador. Num morde não”Seu” Zé Sales...”
Meninos, eu vi e ouvi -“Arlindo Dantas concentrado na leitura d' O Falador que parecia nem estava na festa”
Perdidos e achados - “Quem encontrar um monte de cabelo, deixar na Casa paroquial, pois pertence ao monsenhor Antonio Barros”. “O restante da altura de George Ferreira e do Deputado Cacau, entregar as suas esposas Rejane e Neli”.
Cala-te boca - “Dr. Gilberto (Emater) estava sendo procurado pela esposa Roberlândia. Ele saiu para fazer xixi e duas horas depois ainda não havia retornado à mesa”.
FILMES NA TV - Caçada Imperiosa – Silvana Sena dando um bote em cima de um visitante Perseguidor Implacável – Bastinho
Pelo buraco da fechadura eu vi... Dema, da Farmácia São José se “abestalhando” com as gatas. Pena que Tereza não lhe deu tréguas”.
Falador, fofoqueiro, é o que tu és, sempre o fostes.🤣🤣🤣🤣🤣