As escolhas que fazemos com o coração
Bruna Torres – Escritora e jornalista Parece que agora finalmente o ano começou, o que alguns brasileiros dizem sobre o pós-carnaval, o feriadão muito esperado por todos, seja pela folia ou pelo descanso.
Bruna Torres - Escritora e jornalista
Parece que agora finalmente o ano começou, o que alguns brasileiros dizem sobre o pós-carnaval, o feriadão muito esperado por todos, seja pela folia ou pelo descanso.
Aproveitei bastante esse período, como nunca. Na verdade, foi como uma mini férias. Comecei a ler um novo "dorama" chamado "Meu Demônio Favorito". Não é macabro, como parece dizer o título mas, o relato de um ser sobrenatural que se apaixona por um humano.
Também, terminei a leitura de outro livro: "A Biblioteca da Meia-Noite", de Matt Haig. Um livro onde a personagem mergulha em uma oportunidade de visitar todas as suas possíveis vidas, com todos aqueles ‘e se’, em uma jornada de autoconhecimento e, também, uma lição sobre as escolhas que fazemos na vida e suas consequências.
Mas, o feriadão momesco serviu, além do entretenimento, do descanso e do período de ‘pensar sobre a vida’ e organizar as demandas de casa, me vi num momento de tomar uma decisão importante, daquelas que precisam de um tempo para serem validadas.
As escolhas mais difíceis são as que fazemos com o coração, sobre lugares, pessoas, ambientes que nem sempre queremos deixar ir, mas às vezes se torna necessário. Ao longo de pouco mais de um ano, atuando no jornalismo escrito, vivenciei, senti e aprendi muitas coisas. Em alguns instantes me peguei questionando: "- se eu havia escolhido a profissão certa?" Quem nunca passou pela fase de duvidar de si mesmo?!
Demorou um pouco para eu enxergar o que me cativa como, contar histórias reais, de projetos sociais, de cultura, de pessoas com iniciativas de ajudar o próximo ou histórias de sucesso... São esses temas que me movem. E por que a minha história parecia estar em inércia?
São tantos pensamentos, tantas questões… De repente o que parecia ser certo, não é mais. E, talvez seja isso mesmo, a vida é feita de momentos únicos e inconstantes. Aquele incômodo que sentimos às vezes é um sinal do destino, que já sabemos as respostas mas ficamos inseguros com a tomada de decisões.
Ah, como é difícil tomar determinadas decisões... embora alguns incômodos se tornem certezas de que está na hora de decolar e seguir adiante, rumo ao que Deus e o futuro nos reservam nas decisões, por mais difíceis que sejam.
Sigo de cabeça erguida, tendo a certeza de que nunca precisei passar por cima de ninguém e nem de seus sonhos para chegar onde preciso estar. Deus ouve nossas orações, mesmo que elas sejam feitas em meio a um travesseiro encharcado de lágrimas.
Que nós sejamos quem somos, independente da dor ou dos momentos em que parecemos perder o eixo. Que sempre possamos nos encontrar e ter um lugar seguro para chamar de ‘lar’, às vezes, dentro do nosso próprio eu.
Não tenha medo de tomar decisões difíceis. Em alguns momentos nos desviamos do caminho ou seguimos outra estrada, mas no fim, estamos destinados a encontrar o que é nosso, sempre.
São as mudanças das nossas escolhas que nos fazem crescer e nos tornar mais confiantes para nos tornar mais autônomos para gerir nossas emoções…
E a leitura, claro, nos ajuda muito. Parabéns!
“Que nós sejamos quem somos.” Vontade de tatuar essa frase. Bruna, sou a sua maior fã e talvez seja por isso que me identifico tanto com você (mesmo a gente vivendo momentos bem diferentes). Cada crônica lida parece se encaixar perfeitamente com o que estou sentindo ou pensando. Mais uma coincidência: estava assistindo ao mesmo dorama e, no momento, estou lendo o mesmo livro em uma leitura coletiva com uma amiga (que também estava assistindo o mesmo dorama). Obrigada por compartilhar um pouco de você. Continue escrevendo, estarei por aqui lendo.