Ação cobra aumento de UTIs pediátricas no RN há 12 anos. Em São José de Mipibu tem dez leitos aguardando funcionar

junho 21, 2024

O Alerta entrevistou a secretária de Saúde do Estado, Lyane Ramalho, há um ano, logo após ter sido empossada.

O Alerta entrevistou a secretária de Saúde do Estado, Lyane Ramalho, há um ano, logo após ter sido empossada. A entrevista ocorreu no programa "12 em Ponto 98", pelos jornalistas Túlio Lemos e Anna Karinna Castro.

Na ocasião, o jornalista José Alves ('Dedé do Alerta') perguntou "Por que a UTI Neonatal do Hospital Maternidade Monsenhor Antonio Barros, em São José de Mipibu, estava com as obras concluídas e com equipamentos, mas há mais de dois anos, estava sem funcionar?" A secretária informou que a questão era de" profissionais capacitados para assumir a UTI Neonatal e que, em breve, estaria sendo solucionado e colocado para funcionar".

Essa entrevista foi em maio de 2023. Ou seja, há mais de um ano. No entanto as 10 UTIs ainda não foram colocadas em funcionamento no Hospital Maternidade Monsenhor Antonio Barros. O Hospital Maternidade funciona como referência materno-infantil e de cirurgias ginecológicas para todo o Rio Grande do Norte. Com uma média de 360 partos por mês, a unidade atende cerca de 800 pessoas mensalmente, incluindo, além dos nascimentos de bebês, os procedimentos cirúrgicos e de pronto-socorro.

AÇÃO JUDICIAL

Há 12 anos, o Conselho Regional de Medicina (Cremern) abriu uma ação judicial exigindo a ampliação de leitos de UTI neonatal e pediátricos na rede pública do Rio Grande do Norte devido ao crescimento populacional.A oferta atual de 43 leitos para crianças e 126 para recém-nascidos está aquém da demanda, segundo a entidade. Em 2022, com mais de 40 mil nascimentos registrados, a necessidade era de 4 leitos para cada mil nascidos vivos, conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria.

O Ministério Público também ingressou com uma ação recente, visando a abertura de 10 novos leitos de UTI no Hospital Maria Alice Fernandes, em Natal, dentro de 60 dias. No entanto, o hospital enfrenta o risco de fechamento de leitos, em julho devido à falta de profissionais.

A Secretaria de Saúde Pública do RN afirmou não ter previsão de abertura de novos leitos infantis, o que agrava a situação. A promotora Iara Pinheiro enfatizou que o hospital possui espaço e equipamentos adequados para a expansão, e destacou a média de 25 internações mensais, com picos de até 40

O presidente do Cremern, Marcos Jácome, lamentou as condições precárias, mencionando improvisos extremos como a criação de um respirador com embalagem de bolo. Ele ressaltou a obrigação dos governos federal, estadual e municipal em garantir suporte de saúde adequado. A secretária adjunta de Saúde, Leidiane Queiroz, reconheceu a ausência de espaços próprios para expansão dos leitos de UTI pediátrica, sublinhando a necessidade urgente de medidas eficazes.

Com informações do G1

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