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fevereiro 4, 2024

A linda jovem de Ponta Negra

Ela caminhava pela bela praia de Ponta Negra, parecia uma onda imensa, de tanta beleza, uma jovem linda, de boa educação , simples, cumprimentava a todos , como se fossem seus amigos .

Ela caminhava pela bela praia de Ponta Negra, parecia uma onda imensa, de tanta beleza, uma jovem linda, de boa educação , simples, cumprimentava a todos , como se fossem seus amigos . Parecia uma rajada de vento perfumado , era luminosa como o verão . Era livre, no seu caminhar elegante, não andava desfilava.

Todos a olhavam , não era muito

alta, estatura mediana, tudo no devido lugar. Tinha olhos bonitos e olhar de quem via o que ia olhar.

Alguns a achavam simpática outras o contrário . Mas , ela cumpriu a profecia, ela seria ela como gostava de ser. Gostava de caminhar e, depois cair no mar , tudo no seu compasso . Ouvia música , mas só para ela, sabia qual era. Alguns diziam que ela era distraída, mas o seu jeito de portar-se, mostrava o que escolheu viver, descontraído e feliz. Aquela moça morena, bonita não avisava, fazia, não pedia autorização para ser do seu jeito . Era diferente , para os anos 60, quando as mulheres em sua maioria, não passeavam sozinha . Seu jeito era libertador , parecia ser exemplo para outras jovens , as ajudava sem que lhes pedisse socorro.

Ela falava com doçura , ouvia com atenção , respondia a todos , mesmo em silêncio . Ela gostava dela, como era e, nadava como um peixe dentro da água .

Alguém , chamou seu nome, Helena. Um lindo nome para uma linda mulher. Helena , sempre que ia à praia de Ponta Negra , estava sozinha, tinha uma Barraca onde guardava sua bolsa, calçados e chapéu , não ia diariamente, mas sempre ia muito cedo, no máximo 7 horas da manhã . Ela era solar, nunca a vi em dias de chuva . Mesmo sozinha , não parecia solitária , demonstrava riqueza interior . Um dia, de sábado , vi Helena ao meio dia , em um carro bonito , com muitos pacotes, pareciam presentes , desta vez ela não foi para o mar, uma senhora a encontrou e, saíram rumo à vila da praia bela de Ponta Negra. Confesso, que admirava muito aquela jovem e, sai no meu carro na mesma direção do carro de Helena. Ela parecia ser esperada por senhoras e seus filhos.

Algumas pessoas vieram até o carro e, tiraram os pacotes de presentes, alimentos e outros objetos , que depois vi que eram lençóis e toalhas.

Aproximei-me, perguntei se podia ajudar e, Helena disse: “Toda ajuda é bem vinda “ . Sorriu,e continuou seu trabalho .

No final, foi também servido um lanche , que duas amigas de Helena levaram, a seu pedido . Participei, do lanche e, na saída acompanhei educadamente , Helena até seu carro . Perguntei , se podia aproximar-me, dela quando viesse a praia. Ela disse, vou viajar e só volto no início de fevereiro . Demorou a dar-me seu telefone . Enfim , trocamos telefone e, uma hora depois liguei, ela atendeu . Agradeceu , a ajuda e, pediu para falar outro dia. Liguei, no dia seguinte, e seguinte e no outro também . Ela aceitou que eu a levasse para o Aeroporto . Ela ia para a Itália , onde tinha familiares .

Chegou o Natal . Ela não atendeu minhas ligações , meia-noite ela ligou. Com a voz doce, mas triste ela desejou-me, um feliz Natal . No final , pela primeira vez, ela respondeu ao beijo que enviei-lhe . Desligamos. Não nos falamos no dia seguinte . Na realidade , só nos falamos uma semana depois . Era ano novo . Fevereiro , parecia um século , senti como gostava de Helena. Fui buscá-la no aeroporto , ela permitiu.

No trajeto , até sua casa ela disse que precisava falar comigo, um assunto sério .

Aceitei, porque naquele momento ela estava muito cansada, era visível , embora nada deixasse de mostrar a beleza do seu rosto e, a sua doçura .

No dia seguinte , ela pediu para não ligar, queria descansar .

Senti que ela, já tinha alguma consideração por mim. Alegrei-me.

Passou o dia, sem nenhum contato , a noite ela ligou para mim , perguntou se eu queria jantar com ela. Disse, sim e fui. Ela deu-me as boas vindas e, sentamos para nos deliciarmos com uma excelente massa que ela cozinhou para nós.

Ela disse-me, que tinha vivido um grande amor, foi casada , tinha tido um filho, mas em férias em Natal, o marido e o filho de cinco anos , tinham sofrido um grave acidente nas dunas e, ambos tinham falecido. Ela estava muito emocionada e, eu segurei sua mão . Ela chorou muito. Fazia cinco anos, mas a dor era atual . Perguntei , se queria parar de falar, ela disse não , Rodrigo, era este o meu nome. Fui até a cozinha, trouxe água para ela. Foi acalmando-se e, eu a esta altura chorei com ela. Ela era de Natal, mas morou na Itália , onde conheceu seu marido. Quase sempre nos seus sete anos de casada , passava férias em Natal. Ela não acompanhou o passeio, mas ficou na praia os esperando. Ela disse-me, que ficou em choque. O seu irmão foi para o local e, resolveu todos os trâmites , ela hospitalizou-se. A família do marido autorizou que seu corpo ficasse junto ao filho, aqui . Ela voltou a morar em Natal. Agora, mas calma , senti-me à vontade para contar porque aos quarenta e cinco anos estava solteiro e, sozinho. Disse-lhe, Helena, eu vivi uma história doída também, depois conto a você . Ela disse, se quiser contar, posso ouvir . Tive um noivado com uma moça aqui de Natal, nos conhecemos em Recife , minha terra natal. Ela engravidou, era uma menina. Nossa felicidade era intensa. Em uma das visitas a sua médica , ela pediu alguns exames. Foram feitos e, tivemos uma triste surpresa, ela estava com câncer de útero . Fomos , para São Paulo, para um tratamento mais eficaz. Aconteceu, uma melhora, mas perdemos nossa filha, dois meses depois ela se foi. Passei momentos de imensa tristeza. Resolvi, morar em Natal. Helena, abraçou-se comigo e, choramos muito . O tempo foi passando e, ficamos muito amigos. Sempre nos encontrávamos , mas eu já sabia que estava apaixonado por ela. Um dia , em um Domingo à tarde, depois da praia nos beijamos. Ela ficou muito tímida, como se não pudesse ter beijado-me. Ela pediu um tempo para pensar, sobre nós , concordei , claro.

Passado , um mês ela ligou-me e, tivemos uma longa conversa . Nosso beijo, desta vez era querido pelos dois.

Helena e eu, um ano depois, nos casamos em uma cerimônia , simples só para familiares e amigos muito próximos . Foi um evento, lindo e, tinha muito amor entre nós.

Nosso casamento , fez um ano e meio , estamos esperando gêmeos, uma menina e um menino . Hoje, moramos em Ponta Negra, estamos decorando o quarto dos nossos filhos.

A nossa felicidade é muito grande e, resolvemos dar a eles o mesmo nome que seria da minha filha e do filho dela. Ana Luiza e Ricardo. Estamos, sempre orando juntos, para que exista a permissão de Deus, para nossos filhos nascerem com saúde e, nós continuarmos repletos de amor, para toda a nossa vida.

Sim, casei com a linda jovem de Ponta Negra.

Lena Rocha (Direitos Autorais Registrados)

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