Veríssimo de Melo
Rosáfico Saldanha Dantas – Rio Grande do Norte, Terra das Minhas Raízes! Verissimo de Melo, Natal (1921-1996), discípulo de Cascudo, foi um estudioso do folclore e do povo.
Rosáfico Saldanha Dantas - Rio Grande do Norte, Terra das Minhas Raízes!
Verissimo de Melo, Natal (1921-1996), discípulo de Cascudo, foi um estudioso do folclore e do povo. Nome de destaque nas letras potiguares, conhecido pelos amigos como Vivi. Foi advogado, juiz, professor, jornalista e escritor. Escreveu sobre literatura popular, cordel, usos e costumes, contos tradicionais etc. Fonte: ”Superstição de São João”, Verissimo de Melo-1949.
Vivi apresentava Natal, como “Trampolim da Vitória” porque daqui partiram as tropas e “Fortalezas Voadoras” para a África e, posteriormente, da Europa. E dizia que Natal já foi chamada, por um dos nossos poetas, Ferreira Itajubá, de “um vale ameno entre coqueiros“. Que Natal é cidade velha que se moderniza rapidamente.
Questionava sobre o legítimo fundador da cidade do Natal. Para uns, teria sido o colonizador Manoel Mascarenhas Homem, Capitão-Mor de Pernambuco, que veio do Recife (1597) fundar um forte na confluência do Rio Potengi com o Atlântico. Outros entendem que o fundador teria sido Jerônimo de Albuquerque, o primeiro comandante do Forte dos Reis, enquanto outros ainda se fixam no nome de João Rodrigues Colaço, lugar-tenente de Jerônimo de Albuquerque, pelo fato de, no ano de 1599, Jerônimo se achar na Europa.
Continua afirmando que o natalense é dos mais hospitaleiros entre todos os nordestinos. Povo extrovertido, bom, aberto a tudo e a todos. A população de cor no Estado, descende de negros que vieram de Pernambuco, nos primeiros séculos, para os engenhos de açúcar.
Há, no Seridó a predominância de um tipo físico que se destaca dos demais: São indivíduos altos, brancos, louros, olhos azuis, de compleição robusta. Ingenuamente, diz o povo que são descendentes de holandeses… sabemos, historicamente, que são descendentes de portugueses do Norte de Portugal...
COSTUMES E TRADIÇÕES
O folclore natalense é essencialmente português, ao lado de contribuições negras e indígenas... Provérbios, adivinhas, cantigas de roda, superstições, contos populares, romances, cantigas de viola, autos e bailados, quase tudo é português em suas origens, embora com as adaptações e acréscimos da população nativa brasileira.
No campo da arte popular, dois nomes ainda sobressaem na cidade: O de Xico Santeiro, escultor em madeira, que espalhou Cristos e cangaceiros por centenas de residências e repartições públicas; e o de Luzia Dantas, eximia escultora. Esta última, residindo em Currais Novos... O papa e a meca da cultura norte-rio-grandense é São Luís da Câmara Cascudo e sua velha casa residencial.
Cascudo, aos 76 anos, já escreveu mais de cento e vinte livros e estudos, destacando-se como etnólogo, historiador, ensaísta, orador e conferencista... Teve mil convites para candidatar-se à Academia Brasileira de Letras, mas resistiu heroicamente, alegando deficiência de audição e o incômodo das viagens ao Rio de Janeiro...