Jornalismo com ética e coragem para mostrar a verdade.

dezembro 17, 2023

TUDO A VER

Nadja Lira • Jornalista • Pedagoga • Filósofa Existe uma grande semelhança nas atividades desenvolvidas por professores e jornalistas.

Professora Nadja Lira

Nadja Lira • Jornalista • Pedagoga • Filósofa

Existe uma grande semelhança nas atividades desenvolvidas por professores e jornalistas. A minha certeza vem do fato de que eu transito nestes dois mundos e, portanto, tenho conhecimento de causa suficiente para fazer tal afirmação. E digo mais: os profissionais que atuam nestas áreas, podem reclamar de qualquer coisa, menos de monotonia nos seus ofícios. Esses profissionais realizam o mesmo trabalho todos os dias, mas jamais o fazem da mesma maneira.

O jornalista trabalha com a comunicação e sua principal ferramenta para o exercício de suas atividades é a voz. O professor também vale-se da voz e esse profissional ainda precisa ser um bom comunicador. Caso contrário, suas aulas serão entediantes e não irão atingir o objetivo esperado: a atenção e a aprendizagem dos alunos.

Jornalista Nadja Lira

Professores e jornalistas são, em sua maioria, profissionais idealistas. Eles imaginam ter o poder de modificar o mundo a partir da realização de seus ofícios. Ambos são proibidos de fazer greve por melhoria no salário e nas condições de trabalho. Se os professores paralisarem suas atividades por alguma razão, perderão suas férias para repor os dias nos quais ficaram fora da sala de aula.

Aliás, o professor é o único profissional brasileiro com carga horária de trabalho determinada pela lei. Assim, o professor é obrigado a dar 200 aulas ou 800 horas para um ano letivo escolar e esse número é vigiado de perto, tanto pela Secretaria de Educação, como pelo Ministério Público.

O que ninguém sabe, é qual o critério utilizado para chegar a essa carga horária. Não se sabe se foi realizada uma pesquisa, um estudo, uma investigação para determinar que atingindo 200 dias letivo, o aluno vai ser capaz de absorver todo o conteúdo que é ensinado em sala de aula.

Jornalistas, por sua vez, informam e denunciam através de suas reportagens, perdas salariais de todas as categorias profissionais, bem como abusos praticados por chefes dentro de empresas, enfim, tudo o que pode levar prejuízo a um trabalhador. Entretanto, a esse profissional jamais será permitido o direito de informar ao mundo, suas próprias perdas salariais e qualquer outro problema que aflija esse profissional dentro da empresa na qual exerce suas atividades. Para jornalistas, a ordem é “se não está satisfeito, peça para sair”.

Tanto professores como jornalistas são contadores de histórias, porque ambos vivem situações inusitadas em seu trabalho, capazes de serem transformadas em enredos de filmes ou novelas.

A rotina diária de um jornalista não é fácil, mas por trás de cada pauta cumprida existem duas histórias: uma que será levada ao conhecimento público através da reportagem feita pelo profissional. A outra fica armazenada na memória do jornalista e pode ser transformada em livro, documentário ou até mesmo em filme.

Jornalista Franklin Jorge apresenta perfis de personalidades que fizeram parte das experiências que vivenciou durante as estadias em Goiás.

É por esta razão que existem muitos professores que publicam livros contando suas experiências no mundo da Educação. É por esta mesma razão que muitos jornalistas acabam se transformando em escritores com vários livros publicados. O ato de escrever, missão bastante penosa para uma boa parte das pessoas, é parte da rotina desses dois profissionais, para quem a escrita funciona, muitas vezes, como uma catarse.

Portanto, diante da experiência que venho acumulando nesses dois ambientes profissionais, posso afirmar que as atividades desempenhadas por professores e jornalistas têm tudo a ver.

Uma resposta para “TUDO A VER”

  1. Rívea Mary disse:

    Parabéns pelo texto. A relação entre esses dois mundos tem tudo a ver!