Júnior Rebouças - Escritor e Comunicador

É possível ter uma vida satisfatória e se viver bem, mesmo estando sozinho. Tempos passados, uma pessoa muito próxima havia me falado sobre sua experiência a respeito. Confesso, na época tive minhas dúvidas.

Mas nos últimos meses, faço parte dessa tribo, os sozinhos. No início, foi um pouco mais delicado, chegar em casa e não ter ninguém pra compartilhar minhas coisas, acordar no meio da noite sozinho numa cama enorme e outros detalhes domésticos...

Mudei de ares, comprei roupas novas, resolvi voltar ao médico, à fisioterapia, me dediquei e concentrei mais no trabalho, transformei o estúdio em uma estação de trabalho muito bem equipada e mais dinâmica, me desfiz do carro, agora sou eu que resolvo minhas coisas, finalmente vou iniciar a terapia, implementei uma rotina mínima, só me desloco a pé, em transporte por aplicativo ou público.

Alguns poucos amigos me procuram ou ligam, outros não, mas cada um tem seu jeito de ser.

Descobri que rancor me faz um mal enorme, mágoa, nem me fale… que beber uma cerveja conversando com Oliveira não é tão divertido, quanto do que com a turma, mas é necessário.

Encarei que viver sozinho não pode ser sinônimo de solidão e tristeza, pactuei comigo que necessito viver razoavelmente bem, e lutarei por isso, em qualquer cenário. Essa foi minha decisão!

De vez em quando, ainda acordo meio “borocochô”, mas rapidamente já inicio a trabalhar pra não dar chance ao pessimismo.Nestes tempos não me sinto a vontade nem disponível pra novas relações. Estou dando o tempo que for necessário, ao meu próprio tempo.