Júnior Rebouças - Escritor e Editor do canal RB Opinião

Já passei, ao longo da vida, várias experiências em viver sozinho, e lhes afirmo: não é uma sensação muito boa. 

Isto posto, também é necessário dizer, que a referida solidão muda, aos poucos no e, o ser humano. Hábitos e rotinas de toda ordem, dos horários de dormir e acordar, ou mesmo, o tipo de alimentação, os remédios, amigos, também questões políticas, sociais...

E quanto mais idade se tem, mais radical e ranzinza fica-se. Os processos de vida, vão acontecendo e vai ficando mais envolto por valores individuais de modo avassalador, de tal modo, como o tempo vai passando, de repente, não abre mais mão deles por nada, muito menos dividir aquele espaço primoroso e imperioso, onde se é o senhor de tudo, dono e mandatário.

Vira o organizador das reuniões e festas no condomínio, o arrecadador do jogo da loteria, o contador de piadas da turma... arranja diariamente confusão com o síndico, e num instante... ficou avô, já tem até neto. Nem prestou atenção, que virou um senhor, um 'jovem velho'...

Quando se alcança essa fase é difícil que se chegue a admitir alguma outra modalidade de relação pessoal, a não ser com ele próprio, pois qualquer coisa diferente do que se vive nesse momento, irá desestabilizar sua tranquilidade. E isso é tudo que não se quer. 

E como já dizia um velho ditado: “Melhor só, que (relativamente), mal desacompanhado!”