Carlos Eduardo de Oliveira Menezes - Servidor aposentado do INSS

Exatamente assim. A gente juntava madeira o ano todo no quintal de casa, já pensando nas festas juninas.

Nas vésperas do dia de São João e São Pedro, cada família vizinha armava a sua fogueira. Inclusive, havia disputa para quem armava a maior fogueira da rua. Certa vez fiz uma de quase três metros de altura. Era em volta delas que as famílias assavam o seu milho nas brasas e soltavam os fogos de artifício: estrelinhas foguetes, cobrinhas rojões, girocoptero, morteiros etc. 

Para se ter uma ideia, quando amanhecia o dia, íamos correndo direto para a fogueira que ainda queimavam lenhas. Enquanto isso, em casa, após a solta do fogos, as brincadeiras com os amigos etc, lá  por volta da meia noite, dirigíamos a nossa casa para deliciarmos na mesa farta com as travessas de pamonha, milho cozido, canjica, canjicão, arroz doce, bolo pé de moleque, munguá, etc, etc, etc.

A propósito, nossos pais compravam as espigas de milho (verdadeira montanha de espigas jogados no fundo da cozinha), onde as preparações dos pratos começavam de manhã logo cedinho. E as famílias tinha a tradição de trocar os pratos por elas preparados com as amigas vizinhas.

Saudades dessa época. Tempos que não voltam mais.