Ruas e patronos de São José de Mipibu Praça Capitão José da Penha(1)
Por José Alves – Jornalista e Bacharel em História A partir desta edição publicaremos o nome da rua e seus patrono(a), em São José de Mipibu.
Por José Alves - Jornalista e Bacharel em História
A partir desta edição publicaremos o nome da rua e seus patrono(a), em São José de Mipibu. Faremos pesquisa sobre aquele(a) que denomina a rua, praça ou mesmo uma repartição pública (escola, unidade de saúde, quadra esportiva...). É preciso que conheçamos essas pessoas escolhidas para serem os patronos(as).
Dia desse, perguntei a um aluno, quem foi o Professor Francisco Barbosa, que denomina uma escola estadual, no centro de São José de Mipibu. "- Foi um professor". E não sabia mais nada. O mesmo acontecerá se perguntar a um mipibuense, quem foi o Capitão José da Penha, que dá nome a uma praça, em frente a Escola Estadual Barão de Mipibu ou Celso Salles, patrona da praça principal, que alguns teimam em chamar Praça do Futuro.
Vamos apresentar uma biografia suscita do homenageado mas iremos mostrar antigos topônimos, curiosidade, como a antiga Rua da Forca, que depois passou a ser Rua Dr. Antonio de Souza. Atualmente, a metade da rua chama-se Rua Pastor Luiz Soares.
Capitão José da Penha
Nascido em Angicos, em 13 de maio de 1875, o capitão José da Penha Alves de Sousa, homem de caráter superior e extremamente talentoso. Combateu a oligarquia Albuquerque Maranhão no Rio Grande do Norte. Até 1913, quando José da Penha se lançou à governança do Rio Grande do Norte, os candidatos ao governo do estado eram escolhidos em conchavos palacianos.
Como candidato oposicionista à governança estadual, José da Penha visitou vários municípios, despertando curiosidade e entusiasmo e sendo recebido como um líder que traria a liberdade, atraindo até a atenção das camadas populares, que, segundo o pesquisador Itamar de Souza, iam “ao seu encontro nas ruas, nas estradas, nas cidades e vilas”, manifestando admiração e carinho.
A campanha foi extremamente radical, E enquanto o capitão viajava pelo interior do Rio Grande do Norte, fazendo discursos inflamados contra a oligarquia Albuquerque Maranhão, “os seus partidários eram presos, espancados, insultados e, em vários municípios, surrados com cipó de boi”, conforme cita Itamar de Souza, registrando, logo a seguir, que o quadro político se acirrou ainda mais depois que a polícia e aliados do capitão José da Penha se enfrentaram, de arma em punho, nas ruas de Nova Cruz.
Com poucas alternativas para enfrentar os Albuquerque Maranhão. Politicamente isolado, em nível nacional, ele retirou-se da arena política potiguar, embarcando, no dia 27 de setembro de 1913, para Recife e, de lá, para o Ceará, onde reassumiu a cadeira de deputado estadual na Assembleia Legislativa e passou a confrontar a oligarquia Acioli, naquele Estado.
ENFRENTANDO OS JAGUNÇOS
Em missão oficial interveio em movimentos no estado do Ceará quando os jagunços tentavam depor o general Francisco Rabelo da Interventoria do estado cearense. Nessa batalha o capitão José da Penha foi assassinado na estação da Rede Ferroviária, em Miguel Calmon daquele Estado, no ano de 1914, segundo relato do jornalista Lauro da Escóssia.
O capitão José da Penha morreu, aos 39 anos de idade, enfrentando os jagunços de Floro Bartolomeu, braço político do padre Cícero Romão Batista, que era desafeto do governador Franco Rabelo, correligionário e amigo de José da Penha. O angicano era deputado estadual no Ceará e morreu em combate. Esta história está contada no livro do jornalista e biógrafo Lira Neto, “Padre Cícero: Poder, Fé e Guerra no Sertão” (Companhia das Letras, 2009).
A coragem o destemor em formar e defender as ideias oposicionistas como pregou o capitão José da Penha o tornou figura exponencial de nossa história pelo seu dinamismo em defesa de uma causa. Justa a homenagem ao denominar uma cidade na região do estado com o nome de José da Penha cujo ato o perpetuou na história.
HOMENAGENS
Em 1930, após a revolução de outubro daquele ano que pretendia derrubar do poder todas as oligarquias estaduais que estavam no comando, desde a proclamação da República, a antiga Praça Dr. Tavares de Lyra, em São José de Mipibu, foi renomeada por Capitão José da Penha que, durante o governo de Alberto Maranhão tentou retirar do governo os Albuquerque Maranhão.
Além de uma praça em São José de Mipibu, o capitão José da Penha passou a ser o nome de uma cidade. No dia 31 de dezembro de 1958, pela Lei nº 2.351, o povoado de Mata, desmembrou-se de Luís Gomes e passou a se chamar José da Penha numa escolha feita pela população local, e tornou-se um novo município do Rio Grande do Norte
José da Penha morou no bairro da Ribeira, em Natal, numa casa, em cujo terreno, anos depois, se ergueria o Grande Hotel. Hoje, tem uma praça que leva seu nome. Em João Câmara, antiga Baixa Verde, uma Escola Estadual tem o seu nome. Diversos municípios potiguar tem ruas homenageando o Capitão José da Penha, entre elas, Ceará-Mirim, Nova Cruz, Extremoz...
Fontes de Pesquisa: A História está nos detalhes - Por Sérgio Trindade; Jornal Tribuna do Norte; Woden Madruga; Wilson Bezerra de Moura (artigo publicado no jornal O Mossoroense)