VIAGEM: UM CAMINHO DE TRANSFORMAÇÕES

janeiro 26, 2025

Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa Viajar é, sem sobra de dúvida, uma das experiências mais transformadoras que podemos vivenciar.

Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa

Viajar é, sem sobra de dúvida, uma das experiências mais transformadoras que podemos vivenciar. Não é apenas sobre sair de um lugar e chegar a outro, mas sobre a oportunidade de nos despirmos das certezas e dos hábitos que moldam o nosso cotidiano. Cada viagem é uma janela para o desconhecido, um convite para renovar o olhar sobre o mundo e, muitas vezes, sobre nós mesmos.

O ato de viajar pode ser entendido de várias formas, mas há algo quase mágico no momento em que nos vemos diante de um novo horizonte. Pode ser uma pequena cidade no interior, com suas ruas tranquilas e o ritmo lento, ou uma metrópole vibrante, repleta de luzes, cores e sons que ecoam por cada esquina.

O que importa, na essência, é o fato de que o lugar em si é apenas um pretexto. O verdadeiro presente está nas sensações que ele desperta: o prazer de um prato típico desconhecido, o encontro com um olhar diferente, ou o silêncio de uma paisagem que parece ter saído de um quadro.

E é aí que mora a grande beleza da viagem. Ela nos coloca em contato com o outro de uma forma visceral, com suas particularidades, suas crenças, seus modos de viver. Conhecemos pessoas de outros cantos do mundo, com histórias distintas, mas que, de alguma forma, compartilham da mesma humanidade que nos une.

Às vezes, um sorriso sincero de um estranho é suficiente para desarmar qualquer barreira que nós mesmos colocamos entre nós e o novo. E, ao voltar para casa, já não somos os mesmos. Estamos mais completos, mais abertos, mais capazes de compreender as nuances da vida ao nosso redor.

Viajar também é uma aula de humildade. Quando nos distanciamos da nossa zona de conforto, nos deparamos com uma realidade que muitas vezes nos escapa no dia a dia. Vemos como as outras pessoas se adaptam às circunstâncias que lhes são próprias e como, em muitos momentos, nós, que pensamos ter tudo sob controle, somos surpreendidos por situações que exigem flexibilidade e resiliência. A viagem, deste modo, nos ensina a não sermos donos de certezas absolutas, mas sim a abraçar as complexidades do mundo e da vida.

E não podemos esquecer da natureza. Cada paisagem, seja uma montanha imponente ou uma praia tranquila, tem o poder de nos conectar com algo maior. O mar que se estende até onde a vista alcança, o som das ondas quebrando na areia, o aroma da terra molhada pela chuva, tudo isso nos lembra que somos parte de um todo muito maior. Às vezes, a simples contemplação de um pôr do sol é o suficiente para restabelecer o equilíbrio perdido na correria do cotidiano. As viagens nos mostram que o mundo é um espetáculo em constante movimento, e nós, meros observadores, temos o privilégio de sermos tocados por ele.

Por fim, viajar é também sobre se reencontrar. Ao sair da rotina, nos deparamos com as partes de nós mesmos que, por falta de tempo ou de atenção, acabaram sendo negligenciadas. A viagem nos oferece um espaço de introspecção, onde podemos refletir sobre nossas escolhas, nossas paixões e até sobre nossas angústias. A distância de casa, da nossa rotina, muitas vezes, é necessária para que possamos olhar para nossa vida com mais clareza, com uma perspectiva renovada.

Em última análise, portanto, podemos afirmar que viajar é um ato de coragem. Coragem para sair da zona de conforto, para encarar o novo, para se perder e se reencontrar. Mas, mais do que isso, é um convite ao autoconhecimento e à conexão com o mundo em sua infinita diversidade. E, ao final de cada jornada, não importa se chegamos ou partimos de um lugar distante, pois a verdadeira viagem sempre acontece dentro de nós.

Uma resposta para “VIAGEM: UM CAMINHO DE TRANSFORMAÇÕES”

  1. Maria Frassinette disse:

    Qua texto maravilhoso! Retrata todo sentimento que emana de um viajante!