Retrato falado

abril 23, 2023

Nadja Lira – Jornalista e Escritora Não sei dizer com precisão quando a vi pela primeira vez, mas penso que nosso encontro se deu no seu ambiente de trabalho para curar-me de uma gripe – doença muito grave para mim.

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Nadja Lira - Jornalista e Escritora

Não sei dizer com precisão quando a vi pela primeira vez, mas penso que nosso encontro se deu no seu ambiente de trabalho para curar-me de uma gripe – doença muito grave para mim. Lembro que na ocasião, algumas coisas nela me chamaram a atenção. A primeira, foi a forma educada, gentil e atenciosa no trato com as pessoas. Depois, a sua segurança, desenvoltura e a habilidade de fazer com que problemas que nos parecem complicados, tornem-se de fácil solução.

Minhas visitas ao seu local de trabalho se tornaram frequentes, porque ela, aos meus olhos, tornou-se capaz de curar todos os males do meu corpo. Problemas como difruço, espinhela caída, hemorroidas, refluxo, soluço, unha encravada, quebranto, bucho inchado, dor de cotovelo e outras mazelas, tudo ela é capaz de curar.

Mas ela, como se possuísse algum dom mágico, também pode curar problemas da alma valendo-se de um benefício que considero como a maior prova de amor ao próximo: a generosidade de saber ouvir. Sua capacidade de ouvir as dores encravadas na alma humana é de uma gentileza imensurável.

Claro que como todo ser humano, ela também é dotada de defeitos. Aos meus olhos, porém, suas virtudes se destacam e a maior delas é esta sua desmedida capacidade de saber ouvir as dores, os lamentos e as desditas que a vida impõe a todos os seres.

A ela pode-se falar sem receios, sem rodeios, sem medos e sem culpas, porque ela ouve sem fazer julgamentos. Nem cobranças. Apenas ouve com serena paciência. Como somente os padres ou psicanalistas o fazem. O curioso é que depois de uma boa conversa, a pessoa se sente mais leve, calma e o problema que antes parecia insolúvel, desaparece como num passe de mágica.

Além de ouvir, ela tem a habilidosa capacidade de tecer comentários, opinar, aprovar ou desaprovar gestos, feitos, atitudes, palavras ou pronunciamentos com uma admirável sabedoria. Mas isso é feito com muita classe e profundo respeito. Sem que ela se torne invasiva, atrevida ou curiosa. Pelo contrário, ela age de modo natural. Quase maternal deixando muito visível seu desejo de ajudar, dividir, compartilhar as dores do outro, a fim de dar-lhe uma cura.

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Assim, ela parece entrar no problema exposto como se quisesse encontrar a sua raiz e dar-lhe uma solução, arrancando de vez a angústia de dentro dos nossos corações. Ouvir, portanto, é um dos seus gestos de grandeza; de generosidade – qualidade que nela existe de sobra.

Essa sua capacidade de ouvir, transmite uma profunda confiança ao seu interlocutor, que vê nela, não apenas uma profissional, mas uma grande amiga, camarada, confidente com a qual se pode dividir tudo: alegrias, tristezas, dúvidas, sonhos, esperanças, porque como se fosse uma bruxa, feiticeira ou uma fada madrinha, ela transmite segurança.

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À primeira vista, por trás da sua mesa de trabalho, ela parece ser uma mulher grande, quando na verdade é pequena na sua estatura, mas agiganta-se diante de nossos olhos quando o assunto é cuidar do próximo, ocasião em que ela não mede esforços para minimizar a dor do outro.

Desde o nosso primeiro contato, tanto eu como toda a minha família, nutrimos um profundo carinho, respeito e admiração por ela, que cuida tão bem de todos nós. E de onde será que esta mulher tira forças para fortalecer a todos os que a rodeiam? A resposta é simples: Da fé que ela tem em Deus e que deixa transparecer em suas atitudes.

Quem é esta criatura que conquista a todos que têm a sorte de receber seus cuidados?

Dra. Suzanne Gagliuffi Peralta, Médica Clínica Geral e Oftalmologista

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