Patronos de ruas de São José de Mipibu (02) Rua Dr. Antonio de Souza

dezembro 15, 2024

A Rua Dr.

Dr. Antonio de Souza

A Rua Dr. Antonio de Souza (por trás do Instituto Pio XII), segundo o historiador Câmara Cascudo, no Livro das Velhas Figuras - Volume 1, relata que "o nome primitivo era Rua dos Índios. Deve ter sido aí localizada uma ala da velha aldeia de Mopebu. Existe presente na lembrança do povo, um terceiro batismo: Rua da Forca".

E prossegue: "Em fins do século XVIII, segundo contam o Engenho Mipibu pertencia a João Araújo Costa, proprietário rico, impetuoso e relacionado nas redondezas. Já sua mulher dedicada, simples e crédula. João Araújo possuía amores fora do ninho doméstico. A esposa era um obstáculo para a sua "felicidade com uma concubina" e para isso teria que dar fim a sua vida.

Uma manhã convidou-a para um banho, num riacho próximo ao engenho. Lá assassinou a esposa , afixando-a e depois deixou o corpo debaixo d´água com uma rodeira de carro por cima. Depois voltou para casa, representando uma comédia, urrando que a mulher se afogara e desaparecera. Horas depois parentes e escravaria foram em busca, encontrando a defunta sob uma roda.

João Araújo foi preso, mas como era rico a justiça... capitulou. Impune, tranquilo o dono do Engenho Mipibu voltou aos braços da sua companheira, por quem se tornara criminoso. A mãe da morta apelou para a Justiça Divina, declarando: "Tenho fé que a Divina Providência, te vingará, minha filha, levando quem te matou".

Essa tarefa coube ao negro robusto e forte, Cosme Damião, matando João Araújo à faca. O senhor de Engenho ainda padeceu horas horríveis. Quando um escravo matava o amo a pena era de morte, sem remissão e apelo.

A forca começou a ser preparada, na Rua dos Índios. A construção durou alguns dia, levando as pessoas a denominar "Rua da Forca", por conta da construção trágica.

A família da mulher assassinada pelo marido João Araújo, apareceu para defender o escravo Cosme Damião, interpôs todos os meios para salvar a vida do negro, preso na cadeia de São José de Mipibu.

A defesa conseguiu impressionar os juízes. Sucedeu um fato raríssimo. Cosme Damião teve sua pena de morte comutada em prisão perpétua, na ilha de Fernando de Noronha mas, antes, conseguiu fugir da cadeia e nunca foi encontrado pelas patrulhas lançadas em sua perseguição.

Essa é a história da Rua da Forca, lembrando a forca que se erguera e não enforcou pessoa alguma.

RUA DR. ANTONIO DE SOUZA

Rua Dr. Antonio de Souza

Acreditamos que boa parte dos moradores São José de Mipibu quando passam pela Rua Dr. Antônio de Souza não tenham conhecimento da imensa contribuição que esse homem deu para a política e a literatura do Estado.

Antônio de Souza, como era conhecido, foi um intelectual de primeira linha, possuía uma das maiores bibliotecas do Rio Grande do Norte, lia em francês e outras línguas. Começou sua brilhante carreira ainda moço, como jornalista, usando o pseudônimo 'Polycarpo Feitosa', que iria marcar toda a sua trajetória literária.

Antônio José de Melo e Souza, filho de Antônio José de Melo e Souza e d. Maria Emília Seabra de Melo e Souza. Nasceu em 24 de dezembro de 1867, no Vale do Capió, antiga Vila Imperial de Papari, hoje Nísia Floresta. Estudou em vários colégios recifenses, inclusive o Ginásio Pernambucano, e formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, em 1889. Foi advogado, jornalista, escritor, político.

Sua atividade profissional, no campo jurídico, se alterna com as sucessivas investiduras na área política, a saber: foi Promotor de Justiça na Comarca de Goianinha (1890-1892); Deputado Estadual (1892-1894); Diretor da Instrução Pública (1892-1895); Procurador da República (1895-1899); Secretário de Governo (1899); Procurador Geral, “com assento no Superior Tribunal de Justiça” (1900); Governador, a 23.02.1907,
substituindo a Tavares de Lira (V. “LIRA, Augusto Tavares de”, na p. 135) que se afastara do cargo para
assumir as funções de Ministro da Justiça e Negócios Interiores (gestão Afonso Pena); Senador da
República (1908), desta vez substituindo a Pedro Velho, que havia falecido; Senador novamente na 9ª
legislatura (1915-1917), cujo sufrágio majoritário garantiu-lhe nove anos de mandato ao qual, no entanto,
renunciaria em fins de 1919, para assumir o cargo de Governador do Estado (1920-1924); Consultor Geral
do Estado (1924) e, enfim, Secretário Geral do Estado (1934-1935).

Segundo consta, terá desenvolvido excelente administração: No governo, como no exercício de outros cargos públicos (…), o dr. Antônio de Souza manteve sempre uma invariável linha de conduta moral e revelou aptidão, critério e honestidade Antônio Soares de Araújo, Dicionário Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, p. 31).

Com efeito, como Governador implantou escolas, revitalizou o sistema financeiro, implementou ações
consequentes na área sanitária, construiu estradas e procedeu a iniciativas destinadas a atenuar os efeitos
da estiagem que assolava o Rio Grande do Norte. Elevou à categoria de Vila as povoações de Parelhas (lei nº 478, de 26.11.1920) e Barriguda, que passou a denominar-se Alexandria (lei nº 572, de 03.12.1923).

Como jornalista, colaborou com “A República”, onde também foi redator; escreveu crônicas e peças
literárias, adotando o pseudônimo “Polycarpo Feitosa”, e publicou romances de costumes, dentre os quais Gizinha e Flor do Sertão, além de estudos na área política. Foi sócio-fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e do Grêmio Polimático.

Faleceu, praticamente anônimo e solitário, na cidade do Recife, no dia 05 de julho de 1955.

RUA PASTOR LUIZ SOARES

Pastor Luiz Soares

No dia 02 de setembro de 2023, por ocasião do Dia Municipal do Evangélico foi inaugurado o Memorial da Bíblia, na Praça da Saudade (em frente ao cemitério público). Também, foi prestada uma homenagem ao saudoso pastor Luiz Soares, da Assembleia de Deus que, por vários anos, exerceu atividade religiosa no município. O pastor faleceu no dia 04 de março de 2021, aos 85 anos de idade.

Um trecho da rua, que vai da casa nº 15 até a casa nº 765, onde se localizam o Abrigo dos Idosos Anízia Pessoa e a Igreja da Assembleia de Deus, antes denominada Rua Antonio de Souza, passou a se chamar, Rua Pastor Luiz Soares. O restante da rua, conhecida por Ladeira da Pituba, continuará a ser Rua Dr. Antonio de Souza

Rua Pastor Luiz Soares de Souza

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