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fevereiro 25, 2024

262 anos da Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim em São José de Mipibu completou 262 anos

  Por Pe.

 

Por Pe. José Lenilson de Morais – Pároco; Pe. Robson Paulo de Oliveira Silva – Vigário Paroquial e Pe. Jarbas Batista Silva Araújo – Vigário Paroquial

Como premissa, é importante destacar duas coisas: A Igreja Católica é mais que a Paróquia; e a Paróquia não é a Matriz, mas uma instituição que abrange um território geográfico, onde habita uma porção do Povo de Deus; a Matriz é a sede.

A presença da Igreja Católica está no berço da história registrada da futura São José de Mipibu. Na verdade, a primeira organização de uma civilização, no sentido ocidental do termo, deu-se por volta do ano de 1630, com a chegada da Igreja Católica, através dos Frades Capuchinhos, ao povoamento dos indígenas Mopebus.

Foto: Ilustração

 Já em 1689, registra-se a construção da primeira capela, que fora dedicada à Nossa Senhora do Ó. Dessa forma, podemos dizer, com certeza histórica, que a formação de uma comunidade católica em solo mipibuense tem muito mais de 300 anos. 

Porém, embora a Igreja Católica esteja presente há cerca de 333 anos, foi somente no ano de 1762, exatamente no dia 22 de fevereiro, que se deu a criação da Instituição Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim, através de decreto imperial e por ocasião da elevação da Aldeia dos Mopebus à condição de Vila de São José do Rio Grande. O nome da Vila foi uma homenagem ao príncipe Dom Francisco José Xavier e a São José, pai adotivo de Jesus. 

No tocante à sede, a construção da Matriz atual teve seu início em 1740, ou seja, 22 anos antes de tornar-se Sede Paroquial. Em seguida, entre 1842 e 1894, o ilustre sacerdote Cônego Gregório Ferreira Lustosa ampliou a atual Matriz, construindo as duas torres, os corredores laterais e os dois altares laterais.

Outra grande reforma ocorreu em 1957, quando o Monsenhor Antônio Barros, um dos padres de maior e mais frutuoso paroquiado, numa totalidade de 53 anos de serviço nesta terra (1947-2000), fez a retirada dos forros, do assoalho de madeira do coro e das escadas das duas torres, substituindo-os por concreto, permanecendo desta forma até nossos dias. Registra-se o grande feito da recuperação das imagens seculares furtadas em 1977. Estas são tombadas pelo IPHAN.

Monsenhor Antônio Barros - Foto: Daltro Emerenciano

A última grande intervenção no prédio foi realizada na administração do Pe. Josenildo Bezerra (paroquiado de 2000-2009), o qual, na primeira década do Novo Milênio, empreendeu uma grande restauração, fazendo voltar a Matriz às suas características originais.

Os últimos dois paroquiados, do Pe. Matias Soares (2010-2016) e do Pe. José Lenilson de Morais, atual pároco, foram marcados pela conservação deste patrimônio histórico, religioso e cultural. Além disso, ambos impulsionaram o crescimento da Festa dos Padroeiros, celebrada entre 16 e 26 de julho de cada ano, bem como o aumento notável do engajamento dos católicos na vida pastoral e missionária da Igreja.

A Paróquia, que foi guiada por mais de 40 sacerdotes, entre párocos e vigários, ofereceu à Igreja Católica e à sociedade inúmeros cristãos e cidadãos bem preparados. São professores, advogados, pedreiros, contadores, políticos, jornalistas, produtores rurais, empresários, médicos, enfermeiros, religiosos e religiosas e muitos outros que tiveram sua formação cristã e humana ou seu direcionamento vocacional através dos grupos, pastorais e movimentos e instituições da Paróquia.

Destacam-se, entre estes filhos ilustres, os três bispos mipibuenses: Dom Heitor de Araújo Sales, Dom Manoel Tavares e Dom Francisco Canindé Palhano, mais de dezoito sacerdotes nativos, quatro diáconos permanentes, inúmeras religiosas e religiosos, catequistas, líderes comunitários e agentes de pastoral.

Nestes 262 anos, a Paróquia realizou quatro Congressos Eucarísticos, sendo o primeiro de 1936, o segundo em 1986, o terceiro em 2006 e o quarto em 2012, sempre no mês de outubro. Os congressos foram promovidos na ordem pelos párocos da época: Pe. Paulo Herôncio, Mons. Antônio Barros, Pe. Josenildo Bezerra e Pe. Matias Soares.

Primeiro Congresso Eucarístico em 1936

No âmbito da assistência social e educacional, chama-nos a atenção a Pastoral da Criança, a Pastoral da Sobriedade, a “Bodega Solidária”, o Abrigo Anízia Pessoa, que acolhe com dignidade 28 idosos e o Instituto Pio XII, com 76 anos de serviço ininterrupto a educação do município e região, hoje sob a guia do Pe. Jarbas Batista Silva Araújo, FSA, Vigário Paroquial. Além disso é notável o trabalho fecundo e abnegados das Congregações religiosas: Irmãs da Divina Providência, Religiosas do Sagrado Coração de Jesus e a Associação Pública de Fiéis Filhos de Sant’Ana, além das Comunidades Shalom e Boa Nova.

Centro Social
Abrigo Anízia Pessoa

A princípio, a Paróquia era gigantesca, com um território que começava em Papary (atual Nísia Floresta) e se estendia até Santa Cruz do Inharé. Hoje, neste ano de 2024, quando celebramos 262 anos de sua criação, a Paróquia é formada por 47 comunidades, organizadas em 12 setores missionários, e abrange todo o território do Município de São José de Mipibu. 

Em 2022, para perpetua memória, em Concelebração Solene presidida pelo Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, foi apresentado o brasão oficial e definitivo da Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim, idealizado pelo Pe. Robson Paulo de Oliveira Silva, Vigário Paroquial, e, também, foi sancionada, pelo Prefeito Municipal, José de Figueiredo, a Lei Ordinária 1.269/2022 que torna a Festa dos Padroeiros, Patrimônio Cultural Imaterial do Município. Lei apresentada como projeto pela vereadora Carla Simone, presidente da Casa Legislativa, e aprovada por unanimidade pelo demais vereadores.

Também em 2022 a Matriz, maior símbolo religioso e arquitetônico de São José de Mipibu, passou por um detalhado processo de restauração em vista do seu ANO JUBILAR.

A Igreja de Deus é assim,parafraseando o Apóstolo Paulo: “Uns plantam, outros regam, mas é Deus quem faz crescer” (Cf. 1 Cor, 3, 4-6).

Texto atualizado em 23/02/2024

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