Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa

Ao longo da vida venho percebendo que, à medida em que o tempo passa, os papéis para os quais fomos escolhidos na vida vão se invertendo. Isto porque, enquanto somos crianças, cabe aos nossos pais a responsabilidade de nos amar, cuidar e proteger, embora sabendo que algum dia irão nos perder. Obedecendo ao ciclo natural da vida, os filhos crescem, tornam-se donos de suas vidas e seguem seus caminhos. Cuidar de filhos não é tarefa fácil. Afinal, ao nascer, o ser humano é, sem sombra de dúvida, o ser mais frágil e indefeso entre todos os animais.

O pior de tudo é saber que os pais de primeira viagem não dispõem de um manual de instrução para orientá-los nos cuidados que o bebê precisa receber. Tudo é feito com base na orientação de outros pais, ou de forma intuitiva. Deste modo, o trabalho dos pais em relação aos filhos, jamais se acaba. Eles permanecem dando palpites na vida dos seus rebentos, mesmo depois que estes se tornam adultos.

Assim, cabe a eles uma grande responsabilidade na formação do caráter dos futuros cidadãos. São os pais quem deve ensinar valores morais e éticos às crianças, uma vez que são estes valores que irão nortear suas atitudes no futuro. Também cabe aos pais educar seus filhos em um ambiente onde a criança se sinta segura, amada e protegida, para que ela possa crescer e desenvolver sua maturidade emocional.

Como se vê, é enorme a responsabilidade dos pais em relação aos filhos que decidem colocar no mundo. Compete a eles, portanto, garantir sua sobrevivência protegendo-os contra as doenças e fortalecendo-os emocionalmente, para que tenham condições de, mais tarde, enfrentar as desventuras da vida. Pais não podem impedir que seus filhos sofram decepções, mas podem apoiá-los a fim de que as dores sejam minimizadas. Também cabe aos pais ensinar que decepção não mata. Contribui para fortalecer os indivíduos.

À medida em que as crianças vão se tornando adultas, os pais vão se tornando idosos e é neste momento que os papéis começam a ficar invertidos. Então, os pais vão se tornando crianças e precisando cada vez mais do cuidado, carinho, atenção e proteção dos filhos. Pais outrora grandes, fortes e vistos como verdadeiros heróis pelos filhos, tornam-se frágeis, debilitados e necessitando de cuidados e atenção permanentes.

Assim como não é fácil para os pais cuidarem de crianças, também não é nada fácil para os filhos cuidarem de pais idosos e doentes. Para estes casos ainda não existem manuais de instrução, de modo que os filhos também passam a realizar a tarefa com base no carinho e na intuição.

Cuidar de criança tem uma vantagem: Criança não tem muito o que reclamar. Quando chora, basta ser alimentada e colocada no berço. Com idoso é diferente. Eles são teimosos, voluntariosos, fazem birra para comer, para tomar remédios e até para tomar banho. Sempre se imaginam no controle da situação e quem estiver perto, segundo a ótica deles, lhes deve obediência em virtude da sua idade.

Mas, no momento em que os papéis são invertidos, é importante destacar que os pais escolhem ter filhos, embora sabendo de todo o trabalho e responsabilidade que tal ato acarreta em suas vidas. Os filhos, porém, não têm este poder de escolha. A responsabilidade de cuidar dos pais doentes e idosos é simplesmente imposta pela vida. Por isto é que existem muito filhos que, de forma egoísta, se recusam a assumir a responsabilidade de cuidar dos seus pais, no momento em que os papéis são invertidos.

Portanto, se alguém assim como eu, não dispõe de tempo ou de pessoas habilitadas para os cuidados que seus pais necessitam, não cultive preconceito ou medo de colocá-lo em uma Clínica Geriátrica. Neste local ele será tratado com todo o carinho, cuidado e respeito de que precisa.

Recomendo o Residencial Geriátrico Bem Estar, porque sou beneficiada com o trabalho realizado por Christiane Vilas Boas & Equipe e sou muito agradecida pela forma como a minha mãe é tratada naquele ambiente. Estersinha, como ela é carinhosamente tratada no lugar, está feliz, sorridente e fez novas amizades. Nossos papéis estão invertidos, mas ela está feliz e eu também.