O reboliço e alvoroço causado por uma flatulência
Cristóvão Ferreira Cavalcante – Mipibuense radicado no Rio de Janeiro Quando começou a temporada dos luxuosos transatlânticos, de passagem pelo Rio de Janeiro, ficava maravilhado vendo-os no Píer Mauá, na Zona Portuária do Rio.
Cristóvão Ferreira Cavalcante - Mipibuense radicado no Rio de Janeiro
Quando começou a temporada dos luxuosos transatlânticos, de passagem pelo Rio de Janeiro, ficava maravilhado vendo-os no Píer Mauá, na Zona Portuária do Rio. À noite, no reveillon, na passagem de ano, os transatlânticos aguardam, ao largo da Praia de Copacabana, a queima de fogos na virada do ano.
Da praia, eu ficava namorando aqueles lindos e iluminados navios, com turistas, assistindo a passagem do ano. Em pensamento, dizia a mim mesmo: "Não adianta sonhar. Isso é coisa para milionário". Quando iniciava a queima de fogos, fazia as minhas orações. Entre tantos pedidos, pedia a Deus para tornar realidade, o meu sonho, de um dia poder realizar um Cruzeiro em um daqueles transatlânticos.
Um dia, como de costume, fazendo minhas caminhadas nas areias da praia, em Itaipuaçu (um distrito do município de Maricá, localizado no Leste Fluminense, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro). Parei com os exercícios e fui verificar o Molinete (equipamento de pescador) que tinha fisgado um peixe. Era um Paraty barbudo. Lancei novamente a chumbada com a isca de tatuí mole, fiquei no aguardo de um novo peixe.
Se aproximou, uma amiga e puxou conversa. Mais adiante, me pediu peixe para seu almoço.
- "O meu almoço está garantido, com esse que já pesquei, os próximos, seriam para ela. Rindo muito. Pouco tempo depois, para nossa surpresa, a vara de pesca foi no chão e ficou balançando. Falei pra ela: -" Você trouxe sorte, o peixe que bateu é grande". Não deu outra, fiquei brigando com o pescado uns 15 minutos. Quando consegui, puxei para fora da água. Era, realmente, um lindo Pampo verdadeiro ( peixe que atinge até 65 centímetros de comprimento e quatro quilos de peso). Fui limpar o pescado e entregar para ela.
E continuamos juntos, na praia. Conversa vai, conversa vem. Ela falou: "- após o almoço vou a Iacaraí (praia do outro lado da Baía de Guanabara, com vista para o Rio de Janeiro). Irei fechar um pacote turístico num transatlântico". Arregalei os olhos e indaguei: "-Como assim!? Num transatlântico?"
Respondeu: -"É sim, vou fechar um pacote, para mim e duas filhas"
Falei: "- Pôxa, meu sonho!
Ela perguntou: "-Você quer, também fechar um pacote?".
- Claro, respondi eufórico. Caraca! Chegando na agência de viagem, fechamos o pacote. Deu tudo certo. Foi minha viagem num Cruzeiro. Muito bom! Depois, fiz outros Cruzeiros. Fiz outro Cruzeiro, também, pela mesma Cia MSC, mas em navio diferente.
Na terceira edição, comprei pacote para minha filha Christiane, meu genro e minha neta. Lá fomos nós. Eu, já familiarizado com os tramites e as sofisticações de um transatlântico, estava habituado com diversão e comida à vontade, dia e noite. Me lembrei dessa fartura, mas, quando eu chegar em casa, "farta" tudo.
Voltei ao restaurante, onde comi de tudo, para chegar em casa abastecido. Retornando a fila de desembarque, que estava superlotada, tinha, aproximadamente, umas trezentas pessoas para fechar a conta e desembarcar no cais. Estava "empanzinado"(cheio de comida; que comi exageradamente).
Comecei a passar mal. Apertou o mal-estar, suando frio... Um alívio, em forma de gás. Uma 'flatulência', no meio dos demais passageiros e só eu, no meio do salão. Todo mundo olhando para mim e pensava que havia passado despercebido. Que nada! Uma velhinha, que não conseguiu sair apressada do local, olhou pra mim e me amaldiçoou, gritando:
"- Assassino, soltastes na beira da cacimbinha, pois tu estás amaldiçoado!"
Pelo linguajar e sotaque, percebi que a velhinha era da terrinha. Eu, falei em alto e bom tom:
"-Sapo pequeno é caçote, sapo grande é cururú... "
E complementei: "- A senhora é da terrinha, não precisa completar o ditado popular".
Consegui desembarcar e fui pra casa. Passei o dia com o bucho duro. Ainda bem que cessou a flatulência. Esse passeio ficou na história. Foi uma boa experiência, para os futuros embarques .
PS. Para quem nunca ouviu falar no termo flatulência, esclareço, o que é, na linguagem popular: se refere vulgarmente a: pum, peido (do latim peditu), bufa, gases, traque, dentre outros.
Kkklkkk Legal!
No total fiz deis Cruzeiros,hoje não faço mais perdeu o encanto, ficou normal como se estivesse num catamarã entre Rio de Janeiro e Niterói, nos quais embarco quase todos os dias. Aconselho quem tiver esse sonho realize e muito, mais muito legal e acessível, nada que um cartão de crédito não faça.
Kkkkkk ri bastante dessa crônica, um belo relato de como um pum pode ser inesquecível, também lembro de uma história parecida kk ocorreu com um passageiro em um ônibus pra Recife mas no caso dele era mais grave do que um pum kk