O que escrevo
Júnior Rebouças – Escritor e Editor do canal RB Opinião Há poucos dias, encontrei, numa festa, um grande amigo, o qual tenho enorme respeito e admiração.
Júnior Rebouças - Escritor e Editor do canal RB Opinião
Há poucos dias, encontrei, numa festa, um grande amigo, o qual tenho enorme respeito e admiração. Me deu um abraço forte. Após dois dedos de prosa, ficou preocupadíssimo com a minha situação. Apesar do rápido momento, ri um pouco daquilo tudo e lhe contei como eu estava.
O que escrevo, diferente do que alguns amigos e até parentes pensam, não obrigatoriamente, é sobre minha realidade. Me utilizo de várias figuras de linguagem e de outros tantos personagens reais e fictícios...
Assim rabisco desde os 17 anos, quando me foi apresentado, pelo mestre Arimateia, prof. de Português e Literatura, alguns sonetos de Augusto dos Anjos e Álvares de Azevedo onde, até hoje, nutro gosto pela poesia com sentido mórbido.
Mas essa trajetória, nunca significou que incorporo nenhum personagem que coloco no meu escrito. Certamente, me identifico com um ou outro.
Sou um ser comum, onde hoje tenho e vivo minha realidade objetiva no trivial, nos medos, na conversa com o pessoal do boteco da esquina, com o zelador do prédio, as alegrias e decepções, minhas histórias e vitórias... que são muitas.
O Parkinson é marcante e um divisor de águas em minha vida. Através dessa terrível e incurável doença, soube o que é amor, o que é irmão, também, o que é superação e oportunismo de ocasião.
Repito, nem tudo que escrevo, diz respeito à minha vida. Escrevo diariamente como forma de exalar as mazelas e os pensamentos nefastos e tristes que me rodeiam.
Ninguém, jamais vai ler nos meus escritos, a respeito de um futuro inebriante, brilhante, promissor, floreado, cheio de religiosidade... antes disso, e objetivamente, o meu rabisco estará centrado nas lutas diárias, reais e presentes.
Por fim, coloco que politicamente sou de esquerda, flamenguista por convicção, à toa e agnóstico por tese e definição.
Um forte abraço!
PS. Dedico esse texto aos companheiros de tantas lutas sindicais e pessoais, Divanilton e Ricardo Péres.
Essa história de esquerda e direita, tá chata, até mesmo porque, os políticos estão sempre do lado que lhe trás beneces.