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O ALERTA – Contando nossa história (1)

A partir desta publicação, iremos relembrar fatos que ocorreram em São José de Mipibu e que foram matérias no jornal impresso O Alerta, que circula há 43 anos.



A partir desta publicação, iremos relembrar fatos que ocorreram em São José de Mipibu e que foram matérias no jornal impresso O Alerta, que circula há 43 anos. Essas matéria, vão relembrar, ocasiões importantes no cenário político, religioso, social e administrativo, onde muitos dos leitores vivenciaram, os mais jovens, talvez não.

O Alerta conta nossa história e o leitor relembra ou toma conhecimento de fotos e fatos da história de São José de Mipibu.

Lula vem a São José de Mipibu  visitar as obras de duplicação da BR-101

O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva esteve em São José  de Mipibu na manhã da última segunda-feira, dia 16 de janeiro de 2006, para fiscalizar as obras de duplicação da BR-101. O presidente esteve acompanhado de diversas autoridades, como a governadora Wilma de Faria, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado  Robinson Faria, a prefeita de São José de Mipibu, Norma Ferreira e o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, além dos prefeitos de Natal, Carlos Eduardo Alves, os prefeitos Norma Ferreira, de São José de Mipibu, de Natal, Carlos Eduardo Alves, Agnelo Alves, de Parnamirim e prefeitos e vereadores de diversos municípios. 
A prefeita Norma  Ferreira registrou que a duplicação da rodovia beneficiar sobremaneira  o município de São José de Mipibu, gerando mais investimentos, não apenas nas margens da rodovia, mas no próprio município. “Sabemos que essas obras também vão gerar  empregos diretos e indiretos e consequentemente mais renda para todos”, assinalou Norma. 

A governadora Wilma de Faria ressaltou a importância deste investimento para melhorar o escoamento da produção e o fluxo turístico da região. “Temos aqui perto um corredor de turismo internacional, cujo principal cartão de visita é praia de Pipa, que certamente se beneficiará com esta obra”, disse.
 
Após percorrer o canteiro de obras, o presidente assistiu a uma explanação sobre o primeiro trecho de duplicação da rodovia, sob responsabilidade do Exército. Lula foi presenteado ainda com um chapéu tropical da Engenharia de Construção do Exército, ouviu a governadora Wilma de Faria e o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e depois proferiu um rápido discurso.
          
"Entre fazer e não fazer, prefiro ser criticado fazendo, porque pelo menos o povo sofre menos." Com essas palavras, Lula rebateu as críticas a respeito das obras de infraestrutura iniciadas neste ano, sem licitação. O presidente culpou as disputas judiciais da iniciativa privada pela demora na duplicação da BR-101 e ameaçou entregar ao Exército também os cinco trechos, de um total de oito, que ainda continuam sendo licitados.

"Se vocês querem ficar brigando na Justiça, também iremos dar os outros trechos para o Exército (que já executa as obras em três), para as empresas pararem de brigar", alertou, lamentando que quando todos pensam estar "tudo resolvido", alguém vai para a Justiça. "Licitação no Brasil é assim. Uma empresa entra com uma ação contra outra empresa e o que podia demorar dois meses, demora dois anos", enfatizou. 
                           
O presidente Lula elogiou o desempenho do trabalho realizado pelo Batalhão de Engenharia e Construção do Exército, convocado para tocar parte da obra depois que as empresas privadas tumultuaram o processo de licitação, atrasando o início do serviço. “O BEC, que é famoso por realizar obras difíceis em regiões inóspitas, estava com seu aparato desmontado e tivemos que refazer sua estrutura”, disse o presidente. “Se ao concluir este trecho as empresas não tiverem entrado num acordo, o Exército vai fazer outros trechos”, avisou.
OBRAS
As obras de duplicação da BR-101, no Rio Grande do Norte abrangem o trecho de Natal a Arês, em um primeiro momento, perfazendo 46,2 quilômetros duplicados e recapeados, somando um valor total de R$ 108 milhões. As obras estão sendo conduzidas pelo Exército por determinação do presidente Lula, já que as empresas de construção se envolveram em questões judiciais por questionarem as licitações.

DOCUMENTO
Antes de seguir viagem para a Paraíba, o presidente Lula recebeu da prefeita Norma Ferreira um documento, no qual ela  relaciona diversos projetos que encontram-se em tramitação na esfera federal e pede ao presidente seu empenho visando a  liberação de recursos para a execução de importantes obras para o município. No documento consta, entre outros, projetos na área de saneamento ambiental, abastecimento d'água, esgotamento sanitário, recursos para construção de unidades de saúde e projeto de recuperação do rio Mipibu.

ENTREVISTA

Em entrevista aos jornalistas, Lula lamentou as acusações de que já estaria cumprindo agenda de candidato. "Não sei se os críticos gostariam que eu ficasse trancado no palácio. Talvez queiram que eu fique trancado para eles poderem andar sozinhos", disse, complementando: "Estamos viajando e vamos continuar viajando muito mais, pois esse é o papel do presidente da República, não pode parar por causa de ano eleitoral."
           
O presidente também revelou que pediu para o cerimonial não montar um palanque no local, evitando que a visita fosse apontada como uma forma de fazer campanha. Lula ainda falou sobre o pronunciamento que faria à nação, se mostrando orgulhoso pelo Brasil não ter necessitado renovar o empréstimo ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele ressaltou o superávit obtido em 2005 e o aumento nas exportações. "Somos donos de nossos narizes", concluiu.

A OBRA 
O trecho de 340 quilômetros entre Natal e Palmares, na divisa entre Pernambuco e Alagoas, da BR-101 que será duplicado, está divido em oito lotes, três dos quais foram repassados para o Exército. O primeiro lote, no Rio Grande do Norte, compreende 46,2 quilômetros, trecho entre o viaduto de Ponta Negra, em Natal, e o município de Arêz. Nas obras do primeiro lote, orçadas em R$ 108 milhões, estão trabalhando no momento 150 homens e 43 viaturas.

Além da duplicação da pista, a obra prevê a recuperação da rodovia existente, construção e alargamento de pontes, construção de viadutos, passarelas e vias laterais. Contempla ainda a duplicação do viaduto de Ponta Negra. Segundo o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, a obra total da duplicação da BR-101 deve ser concluída em três anos, sendo que a previsão é de que um terço dela esteja pronta até o final do ano.

Discurso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por ocasião da visita às obras de duplicação da Rodovia BR-101, em São José de Mipibu. 
              
       As palavras, aqui, são de agradecimento ao nosso general Albuquerque e ao Exército Brasileiro. Primeiro, porque desde que nós tomamos posse que nós estamos tentando começar a BR-101 Nordeste, levando em conta que esta região aqui, tendo esta estrada duplicada, pegando praticamente quase todos os estados do Nordeste, seria um dos grandes benefícios para o Nordeste brasileiro que, sem dúvida nenhuma, a cada ano que passa tem no turismo uma grande fonte do seu crescimento econômico, da geração de empregos e da distribuição de renda nesta região.   
         
      Nós precisamos fazer o projeto executivo, depois entramos em um processo de licitação e, lamentavelmente, depois de feita a licitação, as empresas não entraram em acordo porque, no Brasil, se uma empresa entra com processo contra outra empresa, às vezes uma coisa que poderia demorar dois meses, demora dois anos. Eu vinha contando para a Governadora que no aeroporto de Brasília, por conta de uma ação, a segunda pista ficou paralisada praticamente por dez anos, porque um cidadão resolveu entrar com uma ação contra a construção do Aeroporto. 
           
       Pois bem, nós, então, resolvemos propor esse desafio ao Exército Brasileiro: utilizar o seu Batalhão de Engenharia, famoso no Brasil por fazer obras consideradas difíceis em regiões muito difíceis, praticamente inacessíveis. Também é verdade que estava desmontado todo o aparato de máquinas do nosso Batalhão de Engenharia. Logo no começo do governo foi difícil e foi triste constatar que tinha sido desmontado praticamente um aparato que a gente já teve bem melhor e de melhor qualidade.

       O comandante Albuquerque reuniu os seus subordinados e decidiu que era uma tarefa que o Exército iria assumir e provar ao Brasil que tinha condições de reaparelhar e fazer funcionar. Então, nós resolvemos dizer para as empresas: se vocês querem ficar brigando na Justiça, vocês fiquem brigando, mas nós vamos utilizar o Exército e vamos começar a fazer esta obra.    
        
       E é importante deixar claro que se até quando o Exército estiver terminando esta obra as empresas não pararem de brigar, os outros trechos também nós vamos dar para o Exército, que é para as empresas pararem de brigar e resolverem, então, aceitar fazer as coisas, porque não é possível o que acontece no Brasil, quando você pensa que está tudo resolvido, alguém vai para a Justiça e uma obra que tem urgência, como esta, demora anos e anos.

        O governador do Maranhão me dizia que há muito tempo, há uns quatro ou cinco anos, ele participou de um ato onde foi anunciado o começo desta obra. Passaram-se todos esses anos e esta obra não começou. Ela agora está sendo realizada e, junto com ela, uma série de outras políticas estruturantes para o Nordeste brasileiro. Eu penso que em poucos momentos do Nordeste brasileiro a gente está tendo a chance que está tendo agora, de fazer com que o Nordeste tenha definitivamente a oportunidade de se equiparar, do ponto de vista dos investimentos e do ponto de vista do desenvolvimento, igual às regiões mais importantes do nosso país.

       E esta rodovia tem um significado para o Nordeste porque ela é a integração para um turista estrangeiro ou brasileiro que pode descer aqui em Natal, conhecer as praias bonitas de Natal, conhecer a comida, conhecer tudo o que se produz aqui, e depois essa pessoa pode ir de carro ou de ônibus percorrer mais sete, oito ou nove estados do Nordeste, fazendo com que esta região seja ainda muito mais atrativa para os turistas estrangeiros e os turistas brasileiros. Todo mundo sabe que é impossível convencer um turista a visitar um lugar, se não tiver infra-estrutura. 

       Um turista quer boas estradas, bons aeroportos, bons restaurantes, boas coisas do ponto de vista do artesanato para comprar e, sobretudo, nós temos o que oferecer de melhor para o turista, que é a sensibilidade e o carinho com que o povo brasileiro trata todas as pessoas que pisam em nosso território. 

       Por isso, meu caro general Albuquerque, eu queria lhe dizer que é com muito orgulho que eu vejo que o nosso Batalhão de Engenharia do Exército brasileiro está, mais uma vez, atendendo a uma determinação do seu Comandante e dizendo “nós não tememos desafios. Faremos esta e faremos quantas outras forem necessárias na medida em que o Estado brasileiro e o povo brasileiro precisarem das nossas Forças Armadas”.

      Meus parabéns a todos vocês que estão trabalhando aqui, meus parabéns a todo o povo do Rio Grande do Norte, porque saímos daqui agora e vamos para a Paraíba, também, fazer uma visita em um trecho que está começando na Paraíba; depois, vamos a Pernambuco. Eu até pedi para não montar palanque para dizer que não é campanha, porque é assim, lamentavelmente, é assim: se você não faz, vira campanha do adversário, se você faz, diz que é campanha sua. Entre não fazer e fazer, eu prefiro ser criticado fazendo, porque pelo menos o povo sofre menos. Muito obrigado.  

Fotos Ivanízio Ramos e Eduardo Maia 

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