Filme dirigido por mipibuense recria os primeiros anos de Nísia Floresta
Ficção inspirada em história da intelectual potiguar, “Dionisia – Poema Além da Floresta”, tem direção do mipibuense Nilson Eloy e produção de Thalita Vaz Por: Cinthia Lopes Nascida há mais de 200 anos em solo potiguar, numa pequena aldeia chamada Papari, a escritora, educadora e poeta Dionísia Floresta Brasileira Augusta (1810-1885) continua presente no imaginário do […].
Ficção inspirada em história da intelectual potiguar, "Dionisia - Poema Além da Floresta", tem direção do mipibuense Nilson Eloy e produção de Thalita Vaz
Por: Cinthia Lopes
Nascida há mais de 200 anos em solo potiguar, numa pequena aldeia chamada Papari, a escritora, educadora e poeta Dionísia Floresta Brasileira Augusta (1810-1885) continua presente no imaginário do norte-rio-grandense, mesmo daqueles a quem sua obra é desconhecida. “Seu nome tem o poder de se tornar logo familiar e inesquecível para quem dela se aproxima”, escreveu a escritora Constância Lima Duarte em recente livro sobre a pioneira feminista brasileira. Se a figura de Nísia Floresta fascina dentro do meio acadêmico, seu passado ainda desconhecido da maioria das pessoas, instiga novos olhares. Não por acaso, há três filmes sobre a vida da intelectual potiguar para sair em 2021.
Uma dessas produções tem chamado a atenção nas redes sociais antes mesmo de estrear, pelo capricho visual reproduzido nas imagens publicadas das locações e cenários. É o curta-metragem “Dionísia - Poema Além da Floresta”, dirigido por Nilson Eloy e produzido por Thalita Vaz. Com roteiro do próprio Eloy, o filme percorre a infância e os primeiros anos da estudante Dionisia Gonçalves Pinto Freire, antes dela se casar aos 13, se separar, casar-se de novo para depois adotar o pseudônimo conhecido na literatura.
Rodado no município de São José de Mipibu, “Dionisia” tem locações nas fazendas Olho D'água e boa parte das cenas em Lagoa do Fumo. O elenco reúne nomes jovens e experimentes. A atriz Isadora Gondim vive a escritora adolescente e Alice Ferraz é a personagem criança. A atriz Titina Medeiros surge como Antônia Clara (mãe de Dionísia) e Rogério Ferraz como Dionísio (Pai de Dionísia). Tházio Fernandes atua como Manuel Alexandre, dentre outros nomes.
Segundo o diretor Nilson Eloy, o filme tem uma pesquisa oral e também a consultoria da escritora Constância Lima Duarte, estudiosa de Nísia e autora de “Nísia Floresta #Presente: Uma Brasileira Ilustre”. “Conversei muito com ela, que também nos orientou quanto à construção do figurino”, comentou o diretor. Ele conta que a pesquisa ainda teve a ajuda do pesquisador Luiz Carlos Freire na organização das informações. “É uma ficção baseada na história da personagem real. A ideia é ser ponto de partida para captar recursos de um futuro longa-metragem ou minissérie”, adiantou o diretor.
Neste recorte inicial o autor escolheu dois momentos marcantes dos primeiros anos de Nísia, antes dela se tornar um nome pioneiro no feminismo, aproximadamente entre 1817 e 1824:
“Aos 7 anos, quando começa a perceber a dura realidade que a incomoda, que era a escravidão da época. E quando ela se casa pela primeira vez, aos 13 anos, logo em seguida ela se separa. Foram fatos que realmente aconteceram na vida de Nísia, mas claro que a forma como aconteceram aí entra a parte da ficção”, pontua o realizador.
Para a produtora Thalita Vaz, no filme é possível reconhecer os primeiros pensamentos de Nísia Floresta. “Fomos fieis a isso. O filme quer mostrar como nasceu e se transformou nessa figura, essa mulher tão importante e forte. A educação que ela teve na infância vinda dos pais, principalmente o pai dela, que tinha uma visão sobre a vida de vanguarda. Isso foi fundamental para sua formação”, explicou. O filme tenta suprir a lacuna dessa juventude pouco documentada da escritora, buscando construir a narrativa ficcional a partir de relatos dela própria contidos em sua obra.
A previsão de estreia de “Dionísia” é no segundo semestre de 2021, aproveitando o Festival Literário de Nísia Floresta, programado para acontecer em outubro na cidade natal da escritora. Vale lembrar que outubro é seu mês de nascimento. “Este festival é organizado pela secretaria de cultura de Nísia Floresta, que já nos sinalizou o interesse de lançamos o filme na abertura deste festival, onde teremos a presença de algumas figuras importantes nacionalmente”, aposta a produtora.
Por ser um filme de época, o desafio da produção é principalmente os poucos recursos. Por enquanto, conta com patrocínio maior da Lei Aldir Blanc através do Governo do Estado. Além de outros recursos próprios e apoios.
Sobre
Nísia Floresta nasceu em Papari (1810-1885. Sua vida sempre foi uma exceção, como escreveu a autora da sua biografia. Mesmo na elite social feminina predominava o analfabetismo, a reclusão, a impossibilidade de se manifestar ou pleitear qualquer direito. Casou pela primeira vez aos 13 anos de idade, mas separou-se meses depois, voltando à casa dos pais. Aos 21 anos, casada novamente e com uma filha, começou a escrever para o jornal Espelho das Brasileiras, feito para as senhoras pernambucanas. No Rio de Janeiro, já viúva, fundou o Colégio Augusto e lançou a terceira edição de seu livro ‘Direitos das mulheres e injustiça dos homens’.
Também publicou ‘Conselhos à minha filha’, o romance ‘Dedicação de uma amiga’, ‘Opúsculo humanitário’, ‘Páginas de uma vida obscura’ e ‘O Pranto Filial’. Passou mais de duas décadas na Europa e conviveu com grandes escritores, dentre eles, Augusto Comte. Escritos desse período foram publicados originalmente em francês.
Diretor e Roteirista: Nilson Eloy
Produzido por: Nilson Eloy e Thalita Vaz
Produção Executiva: Thalita Vaz
Assistente de direção: Davi Revoredo
Preparador de elenco: Márcia Lohss
Diretor de produção: Paulinha Maux
Platô: Tobias Nevesilva
Assistência de produção: Danilo Leite e John Evangelista
Continuísta e Logger: Franklin Matheus
Direção de Fotografia e câmera: Johann Jean
Assistente de fotografia e câmera: Júlio Schwantz
Maquinista: Lucas Venâncio, Igor Caetano e Sérgio Xavier
Eletricista Chefe: Juca Santos
Direção de arte: Romy Rauen
Assistente de arte: Tassia Consulin
Técnico de som direto: Paolo Araújo
Microfonista: Marina Araújo
Figurinista: Rosangela Dantas
Assistente de figurino: Shirley Araújo e Camilla Natasha
Costureiras: Joelma e Monalisa Cavalcante
Maquiador e cabeleireiro: Ana Macedo e Kell Allen
Maquiagem de Efeitos Especiais : Kell Allen
Fotógrafo Still e Making off: Davi Selton, Ádila Santos e Maiakovski Pinheiro
Limpeza do set: Dona Ana
Motorista Van: Nailton Silva
Motorista carro: Demétrius Vaz
Realização: Estúdio Sonorus
Coprodução: Com ArTe Produções e Praia Filmes HD
ELENCO:
Dionísia criança: Alice Ferraz
Dionísia jovem: Isadora Gondim
Antônia Clara (mãe de Dionísia): Titina Medeiros
Dionísio (Pai de Dionísia): Rogério Ferraz
Pepé: Stefany Tavares
Manuel Alexandre: Thazio Menezes
Padre João: Alex Benigno
Bianô: Nilson Eloy
Mulher 01: Camilla Natasha
Mulher 02: Thalita Vaz
Índio criança: João Gabriel Medelima
Índio jovem: Gabriel Tavares
Homem emboscada 01: Doc Câmara
Homem emboscada 02: Enio Cavalcante
Feitor: Paulo Lima Firmino
Escravo: Francisco Júnior
Trabalhador do sítio floresta 01: John Evangelista
Trabalhador do sítio floresta 02: Sebastião Ferreira da Cunha
Trabalhadora do sítio floresta 03: Dayse Emanuela