FIGURAS MIPIBUENSES (9) Valdir Cabral
Nessa homenagem a Valdir Naval, transcrevemos textos escritos no Jornal O Alerta, por Amauri Freire, Antônio Ronaldo e Gilson Matias, Didi Avelino e familiares.
Nessa homenagem a Valdir Naval, transcrevemos textos escritos no Jornal O Alerta, por Amauri Freire, Antônio Ronaldo e Gilson Matias, Didi Avelino e familiares.
Valdir Cabral, nasceu no dia 5 de dezembro de 1941. Filho de João Cabral, mais conhecido por “João Naval”, por ser funcionário da Marinha, e da sambista carioca Maria de Lourdes.
Natural de Bangu, no Rio de Janeiro, que também ficou conhecido por Valdir Naval, teve suas origens mais remotas de sambista, centradas na figura do seu avô materno Valdomiro José de Almeida, sambista de tradição. Valdomiro seria um dos fundadores da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
A família de Valdir chegou a São José de Mipibu, no segundo dia de carnaval, do ano de 1951. Valdir tinha, à época, 10 anos de idade.
Em 1953, os seus pais fundaram o bloco carnavalesco “AÍ VEM AS MORENAS”. Tratava-se de um bloco popular, constituído por dois cordões, um masculino e um feminino. A música do bloco foi composta por Heronildes Matias e o professor Emerenciano. Essa foi à primeira participação da família “Naval” no carnaval mipibuense.
Militando no carnaval mipibuense durante os anos de 1954 a 1958, Valdir Naval participou de diversas agremiações, entre elas: Corsários do Samba, Corsários do Amor e Falcão Negro. Todavia essas entidades carnavalescas, via de regra, mostravam-se elitistas, refratárias à participação dos setores mais populares da sociedade.
Foi então que Valdir e seus familiares resolveram fundar a “Escola Unidos no Samba”, na tentativa de aglutinar todos os segmentos de foliões mipibuenses. Infelizmente, a tentativa não logrou êxito, face ao acirramento das incompatibilidades.
Em 1959, fundaram a Escola de Samba Balanço do Morro, agremiação que sobreviveu até alguns anos atrás, tendo seu nome substituído por “Malandros no Samba”, na década de 70, face à existência de uma escola homônima em Natal.
Valdir casou-se com a mipibuense Francisca da Silva Cabral, no dia 22 de março de 1966. Dessa união, nasceram Jailton, Valdir Júnior, Jair, Jadilma e Joelma, além de cinco netos.
Por vários anos, Valdir conseguiu, com muito sacrifício, colocar a Escola de Samba, na rua, para animar o Carnaval mipibuense.
Em 2009 comemorando seu cinquentenário, a Escola Malandros do Samba, teve o samba-enredo, homenageando seus patriarcas, João Naval e Maria de Lourdes.
Nesse ano, o mipibuense Didi Avelino, escreveu uma crônica no jornal Alerta, com o título: Escola de samba ‘Malandros do Samba’ completa 50 anos.
Vale a pena lê:
"Este ano a Escola de samba Malandros do Samba entra na avenida com um motivo de orgulho: a escola está completando 50 anos de existência. Para saber como tudo começou, fomos ao "Túnel do tempo" e extraímos do nosso artigo um arquivo do saudoso Pedro Freire, no ALERTA nº 329, de janeiro de 2005.
Ainda na década de 60, do século passado, regressou a São José de Mipibu, procedente do Rio de Janeiro, o suboficial João Naval, de saudosa memória. Aposentado do Corpo de Fuzileiro Naval, cujo nome se relacionava a sua origem militar, onde fixou residência.
A família de tradição carnavalesca passou logo a estruturar um bloco, a principio denominado “Corsários do Amor”. Mais tarde, “Corsários do Samba” e, três anos depois, “Falcão Negro”. Anda jovem Valdir Cabral, também conhecido por Valdir Naval, também integrava os blocos, chegando a ser porta-bandeira.
Carioca da gema e torcedor fanático de uma das escolas de samba da terra em que nasceu, aprendeu ali o ritmo, a ginga e a cadencia dos tradicionais desfiles de carnaval do Rio de Janeiro. Logo cedo angariou a simpatia e o respeito dos mipibuenses, em especial dos seus pares e, com larga experiência e visão sobre carnaval, sugeriu a seus colegas a criação de uma Escola de Samba para desfilar em São Jose de Mipibu.
Antes de ser concretizada a sua ideia, houve uma desavença entre diretores do bloco. Alguns se desligaram e formaram uma outra agremiação denominada “Balanço do Morro”. Sem alternativa, Valdir reuniu-se com aqueles os que não aderiram e fundou a atual Escola de Samba “Malandros do Samba”, fato ocorrido por volta de 1970.
Daí para frente, a escola foi crescendo e se reestruturando ano a ano, até a sua formação definitiva. Hoje a agremiação é composta de alas das baianas, dos passistas, da bateria, porta-bandeira e outras, tornando-se uma agremiação bem organizada. Seus componentes fantasiados a caráter e com evoluções cadenciadas e ritmadas, sendo por isso muito aplaudida ao desfilar em publico.
Em entrevista ao jornal Folha do Agreste – edição de janeiro de 2002; Valdir fez um relato sobre as dificuldades que enfrentou e ainda enfrenta para manter a escola em atividade e que dará continuidade ao seu trabalho, não só por teimosia, mas por achar que o povo da terra que aprendeu a amar merece toda a sua consideração.
Valdir diz na entrevista que “que a ajuda financeira para a organização dos desfiles é sempre dada pela Prefeitura local e que o dinheiro serve para a compra de tecidos e adornos destinados a confecção das fantasias dos componentes da escola que se encontram desempregados ou sem condições financeiras para adquiri-las”.
Em entrevista a um blog da cidade, Valdir Cabral disse que"com o apoio da Prefeitura Municipal de São José de Mipibu, a Escola vai sair na avenida com mais de 300 componentes. São cinco gerações que aos poucos vão fazendo a história do Carnaval mipibuense".
Valdir também era um apaixonado pelo futebol, tendo jogado, nos tempos áureos, no Arsenal Sporte Club.
No dia 26 de dezembro de 2012, a Câmara Municipal de São José de Mipibu, por proposição do vereador Kériclis Alves, concedeu o Título de Cidadão Mipibuense a Valdir Cabral, em reconhecimento aos serviços prestados ao município.
Valdir conseguiu colocar a escola na avenida, até o ano de 2013. Depois, já acometido por Alzheimer, veio a falecer, no dia 25 de julho de 2018, com 77 anos de idade.
Grande ser humano. Cordial, respeitoso, amigo.
Bati longos papos com Valdir, na calçada da igreja, na Praça.
Formou com Valderis, uma dupla de zaga respeitável no Arsenal.
Tudo começou no ano de 1950, com meus avós paterno ( vô João e vó Maria) meus tios(as). O tempo passou e ficou meu pai (Valdir Naval). Estava lá sempre firme e forte, para todo o ano colocar o bloco ” MALANDRAS NO SAMBA” na rua para assim abrilhantar o Carnaval Mipibuense. E assim foi como canta a letra do samba de Alcione -Enquanto suas pernas aguentaram ele colocou a escola de samba na rua. Obrigada Dedé, pela homanegem.
Tudo começou no ano de 1950, com meus avós paterno ( vô João e vó Maria) meus tios(as). O tempo passou e ficou meu pai (Valdir Naval). Estava lá sempre firme e forte, para todo o ano colocar o bloco ” MALANDRAS NO SAMBA” na rua para assim abrilhantar o Carnaval Mipibuense. E assim foi como canta a letra do samba de Alcione -Enquanto suas pernas aguentaram ele colocou a escola de samba na rua. Obrigada Dedé, pela homenagem.