FIGURAS MIPIBUENSES (1) Hilton Gurgel de Castro
A partir de hoje, o blog ALERTA, começará a publicar a biografia de Figuras Mipibuense, contando com o apoio dos familiares dos homenageados.
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Hilton Gurgel de Castro
("Seu" Dedé Gurgel)
Nasceu em Anajás, distrito de Belém/PA, no dia 12 de abril de 1913 e faleceu em São José de Mipibu, no dia 24 de julho de l992.
Hilton Gurgel de Castro, ou simplesmente Dedé Gurgel, como era popularmente conhecido, era filho de Elpídio Bentes de Castro e Josefina Gurgel de Castro. Casou no dia 15 de julho de 1939 com Francisca de Oliveira Gurgel. Dessa união nasceram seus 11 filhos: Soledade (Dadinha)- cirurgião-dentista, Salete – servidor farmacêutica, Firmino - comerciante, Elpídio – engenheiro-agrônomo, José Hilton servidor público, Francisco - engenheiro civil, Sônia - promotora, Selma farmacêutica, Safira pedagoga, Raimundo - comerciante e Solange – arquiteta. Como descendentes tiveram 25 netos e 26 bisnetos.
Na oportunidade, lembramos a trajetória de vida de Hilton Gurgel de Castro expondo quão justa é a homenagem que hoje lhe é prestada. Inicialmente queremos informar que o nome HILTON, de origem anglo-saxônica significa pessoa com grande capacidade de adaptação a novas ideias, que se realiza em trabalhos intelectuais, tem raciocínio rápido e acentuado interesse pelas ciências.
Não sabemos se o pai, Sr. Elpídio, português, homem muito culto para sua época, tinha consciência do significado do nome de seu sexto filho, último que nasceu no Norte. Se ele não sabia, deve ter sido mesmo inspiração divina, pois o seu nome lhe transmitiu perfeitamente a maneira de ser de “seu Dedé”.
A cidade de São José de Mipibu o recebeu pequenino, aos 4 anos de idade, lugar que ele aprendeu a amar e ser amado. Os conterrâneos que conviveram com ele ainda recordam do homem bondoso, humilde e confiante, dotado de grande sentimento, educando uma família numerosa, dando testemunho de respeito e admiração aos mais velhos, bem como as autoridades constituídas.
Com modéstia e humildade ensinou aos filhos o amor a Deus, a família e a comunidade, incentivando-os a cumprirem os deveres de cidadania e civilidade. Respeitava a todos independente de sua condição moral ou social, nunca permitiu aos filhos fazerem gozação a gente humilde e/ou marginalizada, por isso era respeitado e querido por todos habitantes da cidade.
Desportista, ficava muito feliz quando sua casa, nos finais de semana, enchia-se de jovens para disputar um lugar próximo ao rádio para ouvir a narração do joguinho de futebol. Também ele animava todos para uma disputa qualquer, nos jogos de Dama, Gamão, Xadrez, Relancim, Buraco, Pif-Paf, futebol de botão; sua mente trabalhava atenta para que todos participassem das brincadeiras, do mais velho ao mais novo, queria que todos se envolvessem na enigmas dos jogos de mesa.
Possuidor de uma cultura invejável e memória admirável, ele sempre se portou como um aconselhador e amigo divertindo-se contando histórias do seu tempo de criança e adolescente, que revivia relatando os mínimos detalhes, transmitindo a importância de se perpetuar o passado, como elo entre as gerações.
Sua vida foi praticamente para trabalhar e servir a comunidade, sempre presente em todos os segmentos da sociedade e, como idealista, acreditava que todos os acontecimentos da cidade era marco de desenvolvimento, interessando-se pelos direitos referentes boa qualidade de vida para a conservação da saúde, que não apenas necessitava de alimentação como de educação, prática de esporte, momentos de lazer, responsabilidade na profissão, interesse pela cultura, ter dignidade assegurada pela liberdade de pensamentos numa convivência familiar e comunitária.
Seu Dedé Gurgel era um homem dinâmico que, além do emprego de Agente de Estatística do IBGE, à noite ou nos finais de semana apresentava-se voluntariamente para participar de programas e movimentos de Igreja, Centro de Saúde, Prefeitura, do Ginásio, Cartório.
Não possuía o 1° Grau completo, mas como autodidata foi historiador, escritor, buscando conhecimentos gerais em leitura de jornais, revistas, livros e ainda pela escuta diária, pelo rádio, do Reporte Esso, da Voz do Brasil, noticiário da BBC de Londres... Tudo isso lhe imprimia uma grande facilidade ao falar, escrever e se comunicar. Levado pela influência dos familiares chegou a fazer diversas crônicas para o jornal Tribuna do Norte, descrevendo sobre assuntos da atualidade, mas seu maior hobby era escrever cartas para os sitiantes analfabetos em dia de feira - sábado, numa banquinha ele escrevia tudo o que lhe era ditado, notícias por vezes cênicas.
Foi comerciante de lenha, carvão, produtos de mercearia e armarinho. Vendeu revistas (O Cruzeiro, Manchete, Gibi, Pato Donald, Almanaque...) Tinha um dom especial para conversar com os jovens, expressando sempre com humor e sabedoria, narrando fatos por alegorias ou por comparações das realidades.
Homem presente na educação formal de seus filhos, participando ativamente de reuniões de pais e mestres, em São José de Mipibu e em outras cidades, onde seus filhos estudaram. Assim no ano de 1962, chegou a ser C.
Sua presença também era uma constante nas reuniões de pais de alunos internos nos colégios Agrícolas de Jundiaí (Macaíba) e Ceará-Mirim, e hoje a figura de pais como nome de "Amigo da Escola" é enaltecida pelas entidades de ensino e, lembramos que seu Dedé Gurgel há mais de quarenta anos, já era comprometido com o sucesso da relação de pais e mestre na educação integral do aluno.
Com essa referência teve seu nome indicado para uma escola na cidade de São José de Mipibu. Escola Estadual Hilton Gurgel de Castro. Aqui Homenageamos ao Homem que, pelo seu proceder como Pai muito contribuiu para a Educação do município, pois sem jamais ser professor ensinou a todos que o conhecimento, a cultura e o lazer unidos promovem a dignidade, responsabilidade no desenvolvimento do ser humano
(Texto da Filha Maria da Salete Gurgel Costa)
Muito obrigado Dedé pela grande homenagem que neste dia dedicado aos pais você dedicou ao meu genitor.