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outubro 9, 2023

Entenda o conflito entre Hamas e Israel

O grupo palestino Hamas realizou um ataque surpresa a Israel neste sábado (7.

O grupo palestino Hamas realizou um ataque surpresa a Israel neste sábado (7.out.2023). Ao reivindicar a autoria da ação, afirmou em comunicado que é uma resposta à “agressão sionista”. O governo israelense declarou guerra e realiza operações de retaliação. Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas. Os 2 grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.

HAMAS

O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Possui um braço político e presta serviços sociais ao povo palestino, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária. Mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza. O Hamas já chegou a reivindicar a totalidade da Palestina –o que inclui o território israelense e a cidade de Jerusalém. O grupo não reconhece Israel como país. Estados Unidos e a União Europeia, além de Israel, classificam o Hamas como uma organização terrorista.

Contexto Histórico

Eis uma linha do tempo resumindo os principais episódios da disputa:

1918: Depois do final da 1ª Guerra Mundial, o Reino Unido fica responsável por criar um Estado judeu sem prejudicar as nações não-judias da região. Há um aumento da migração de judeus para a região e o antissemitismo ganha força;

1947: Sem sucesso, os britânicos deixam o território e transferem a responsabilidade para a ONU (Organização das Nações Unidas), que propôs a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel). Árabes recusaram a divisão. Alegaram ter ficado com as terras com menos recursos;

1948: É reconhecido o Estado de Israel, o que dá início à 1ª Guerra Árabe-Israelense. Gaza é ocupada por egípcios e tem sua área reduzida, com novos limites demarcados;

1956: Crise de Suez. Israel chega a ocupar Gaza, mas os egípcios retomam o controle;

1967: Guerra dos 6 Dias devolve o controle de Gaza a Israel, que também ocupa a Cisjordânia e Jerusalém Oriental;

1987: 1ª Intifada, revolta dos palestinos contra tropas israelenses; 1993: os Acordos de Oslo criam a ANP (Autoridade Nacional Palestina) para assumir a administração política dos territórios palestinos. Mas Israel segue ocupando as regiões;

2000: 2ª Intifada; 2005: Israel deixa a Faixa de Gaza; 2006: o braço político do Hamas vence o Fatah nas eleições parlamentares da Faixa de Gaza. O poder da ANP diminui e há atritos com o Fatah, que governa a Cisjordânia;

2007: Hamas assume o controle da Faixa de Gaza;

2012: ONU reconhece a Palestina (formada por Faixa de Gaza e Cisjordânia) como um Estado-observador permanente. Abre caminho para o reconhecimento da Palestina como um Estado de...

Os conflitos são constantes entre Israel e o Hamas. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018 e 2019. Em 2021, um conflito em Jerusalém Oriental durou 11 dias. No mesmo ano, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, adiou as eleições legislativas marcadas para maio, alegando incertezas quanto à participação de palestinos no pleito por conta das ações de Israel. Não há nova data para o pleito. O Hamas condenou a decisão.

Ofensivas recentes Em janeiro deste ano (2023), israelenses invadiram um campo de refugiados e mataram 7 soldados palestinos e 2 civis. Muçulmanos responderam e dispararam dois foguetes da Faixa de Gaza contra Israel. Israel realizou novos ataques aéreos em Gaza. Os israelenses lançaram um novo ataque aéreo na região, em 9 de maio. Os alvos eram líderes militares muçulmanos. Além de três militares, outras 10 pessoas morreram. O ataque foi feito uma semana depois de ser estabelecido um cessar-fogo com facções armadas palestinas.

Seguiram-se 5 dias de intenso conflito armado que resultou na morte de pelo menos 33 pessoas na Faixa de Gaza e duas em Israel. Um novo cessar-fogo foi estabelecido em 13 de maio. Em 19 de junho, Israel realizou nova ofensiva em Jenin, a 3ª maior cidade da Cisjordânia. Foi a 1ª vez que o país usou helicópteros militares na região desde a 2ª Intifada.

Ao menos cinco palestinos morreram na ação. No dia seguinte, dois integrantes do Hamas abriram fogo em um assentamento israelense no território. Ao menos quatro morreram. Em 21 de junho, vilas palestinas foram alvo de centenas de israelenses assentados, depredando carros, casas e atirando em civis. Israel realizou um ataque com drones na Cisjordânia (o 1º desde 2006). Três militantes foram mortos.

A disputa aumentou de proporção com o ataque do Hamas neste sábado (7 de outubro) e a retaliação de Israel. Milhares de pessoas morreram, dois dois lados, até o momento como resultado das ofensivas. Diversas autoridades internacionais se posicionaram contra o ataque do Hamas, e os Estados Unidos afirmaram que estão prontos para apoiar os israelenses.

Fonte: PODER360

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