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fevereiro 18, 2024

E já que tudo vira polarização “nêfi paísf…”

Por Graco Medeiros – Publicado na Tribuna do Norte À guisa de inserimento no contexto do quiproquó (êh, lasqueira!) entre Ivete Sangalo, musa do Axé Music, e a veterana de bons trabalhos prestados à MPB, tropicália, samba e rock brasileiro desde os Novos Baianos, quando atendia pelo nome de Baby Consuelo (depois Baby do Brasil).

Por Graco Medeiros - Publicado na Tribuna do Norte

À guisa de inserimento no contexto do quiproquó (êh, lasqueira!) entre Ivete Sangalo, musa do Axé Music, e a veterana de bons trabalhos prestados à MPB, tropicália, samba e rock brasileiro desde os Novos Baianos, quando atendia pelo nome de Baby Consuelo (depois Baby do Brasil).

Devo dizer que, independentemente desse histórico e cronologia da Baby, tenho uma certa admiração pela cantora suingueira e de performance cênica chamada de “Veveta” pelo seu público new generation. Pra mim, ela é a melhor de toda a baianidade “axezeira”, incluindo a atual ministra da Cultura Margareth Menezes, Cláudia Leitte e a chata da Daniella Mercury.

Não é fácil desconsiderar uma figura como Ivete, a “Musa de Genival Lacerda”, bem como a ex-mulher e parceira do grande guitarrista Pepeu Gomes e sua performance como única componente mulher de Os Novos Baianos, numa Bahia de Gal Costa e Maria Bethânia. Ponto.

Só que Baby é a chamada “puta véia” no sentido cronológico e de grandes vivências, seja de caráter pessoal ou musical. Ela é uma T. Rex da minha geração, do início dos anos 1950. Já Sangalo é de 1972, quando Baby Consuelo já fazia misérias com os Novos Baianos. Tão ligados, “boys and girls?”.

Eu, que também sou jurássico, (“Respeita, Januário”) e signatário de uma frase, não sei de quem, que afirma ser o diabo não tão inteligente, mas vivido. Por isso é chamado de “Old Man”. E foi o que rolou na polêmica entre a cinquentona Ivete e a “véia” setentona Baby, com mais de vinte anos de lambuja na frente de Sangalo.

Querem saber o auê? Pois bem. Ivete, ao retrucar a fala ‘apocalíptica’ de Baby do Brasil, esta gritou pra rainha do axé:

“Canta a Pequena Eva!
Canta a Pequena Eva!!!”

Claro que Ivete sacou a cutucada de Baby, posto que no tempo que ela, ‘Veveta’, era crooner da Banda Eva, de onde levantou voo para o sucesso nacional, a banda gravou a versão de ‘Eva’, gravada em português primeiramente pela banda de rock pop Rádio Táxi, em 1983. A música é de autoria dos compositores italianos Umberto Tozzi e Giancarlo Bigazzi. Acontece que a versão do Rádio Táxi, cantada depois pela própria Sangalo na banda Eva com o título de ‘Pequena Eva’ é de cunho altamente escatológico, anunciando o suposto fim dos tempos.Trata-se, portanto, de uma letra de narrativa longa, porém transcrevo aqui as duas estrofes inicias para justificar a provocação de Baby do Brasil pra cima da Veveta. Se liguem aí:

“Meu amor
Olha só, hoje o sol não apareceu.
É o fim
Da aventura humana na Terra.
Meu planeta, Deus,
fugiremos nós dois na arca de Noé
mas olha bem, meu amor,
o final da odisseia terrestre…
Sou Adão e você será
Minha pequena Eva,
o nosso amor na última astronave.”

E aê? A “veinha” tirou onda, independente do seu discurso sobre o advento? Afinal, como a própria Baby Consuelo cantou na música Farol da Barra, de Caetano e Galvão:

“Bem cabia uma profecia até o ano 2000,
o Farol, além do pôr-do-sol,
será o pôr-do-som
onde verás um realejo,
onde verás um violão.”

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