Fernando Caldas -Pesquisador e acadêmico (Academia Assuense de Letras). Editor do blog Assu Antigo (fernandocaldas110@gmail.com)

Demócrito Amorim, mais conhecido por Teté, era uma figura humana querida por toda sociedade assuense. Foi fotógrafo de profissão, ativista cultural, fundou jornais, fez teatro amador. Gostava de uma boa leitura e uma boa prosa amistosa.

Na política era reservado, porém em fins de 1963, tempo efervescente no Brasil, participou do "Grupos dos Onze" ou GR-11. Era um grupo de guerrilha incentivado, em todo o Brasil pelo então deputado federal pelo Estado da Guanabara (atual Rio de Janeiro), Leonel Brizola.

Sob a liderança de Brizola, foi criada a Frente de Mobilização Popular (FMP), que deveria funcionar como instrumento de discussão e mobilização das principais forças políticas que lutavam pelas Reformas de Base, em especial a agrária.

Para essa frente convergiriam comunistas, socialistas, trabalhistas, nacionalistas, católicos, associações de sargentos, marinheiros e fuzileiros navais, entidades estudantis, sindicatos e federações operárias e camponesas e grupos revolucionários.

Criado o "Grupos dos Onze" de Assu, foi enviado mensagem telegráfica à Rádio Mairinque Veiga, do Rio de Janeiro, escrita assim, com bravura: "Estamos prontos. Só faltam as armas".

Com o Golpe Militar de 1964, Demócrito (Teté) que responder, juntamente com outros dez companheiros, a um Inquérito Policial Militar(IPM), no Quartel General, em Natal.

Teté foi, provavelmente, o segundo fotógrafo do Assu, profissão que aprendera com seu pai Demóstenes Amorim. Faleceu no dia 29 de agosto de 2018, aos 78 anos.