Das coisas que aprendemos desde criança ou uma homenagem ao dia do amigo
JEANNE ARAÚJO – Professora e Membro na empresa da Academia Cearamirinense de Letras e Artes – ACLA Ela tinha uma amiga irmã.
JEANNE ARAÚJO - Professora e Membro na empresa da Academia Cearamirinense de Letras e Artes – ACLA
Ela tinha uma amiga irmã. Eram carne e unha. Diziam até que tinham sido separadas na maternidade de tão unidas que eram. Sabiam de todos os segredos uma da outra. Estudavam juntas, iam à igreja juntas, aprontavam juntas.
Mas um dia uma delas se apaixonou e começou a sonhar com beijos ardentes e abraços escondidos. Passava todos os dias pelo local de trabalho do rapazinho só para olhar para ele. Sofreu de amores e como não podia deixar de ser, contou tudo à amiga. Contou da paixão que queimava seu coração e de todas as vezes que as pernas ficavam trêmulas quando via o dito rapazote. A amiga ouvia em silêncio, mas nada dizia.
Um dia, na sala de aula, ela pediu à amiga o caderno emprestado para copiar umas matérias do dia em que tinha faltado por causa de uma gripe boba. A amiga, como sempre, disponibilizou o caderno. Mas quando ela abriu as páginas do caderno, gelou. O nome da amiga e o nome do rapaz estava escrito numa página inteira entrelaçada por dois corações. Brigaram. Ela passou a andar sozinha e a não acreditar mais na amizade.
Passaram uns anos sem falarem uma com a outra. Um dia, a vida as colocou de novo frente a frente. A amiga perdeu a mãe. Ela correu lá e se abraçaram. Esqueceram tudo. Perdoaram tudo. Aprenderam que a vida é cruel, às vezes e que somos todos passíveis de erros. Para isso existe o perdão.
O rapaz? Continuou seu caminho de sedutor. As duas, voltaram a ser amigas irmãs. E mesmo hoje, embora distantes, ainda são.