O mundo que Sebastião Salgado viu
O mundo que Sebastião Salgado viu, poucos foram capazes de enxergar.

O mundo que Sebastião Salgado viu, poucos foram capazes de enxergar. Com sua câmera, transformou a fotografia em testemunho, denúncia e poesia. Suas imagens, sempre em preto e branco, vão além do registro: revelam a profundidade da existência humana e a vulnerabilidade da natureza.
Começou a fotografar em 1973, e nunca mais parou. Foram cinco décadas de trabalho incansável, sempre com o olhar atento às desigualdades, aos exílios, às travessias. O preto e branco, escolhido não como limitação, mas como linguagem estética e política, condensava o essencial. “Nada no mundo tem essas duas cores. Mas ao converter a realidade em tons de cinza, pude abstrair a cor e focar no que realmente importa”, disse em 2013.
Salgado não registrava apenas imagens. Registrava histórias. Das minas de Serra Pelada aos campos de refugiados na África, das florestas devastadas da Amazônia à reconstrução do verde na Mata Atlântica. Seu trabalho sempre orbitou entre o humano e o planeta, entre a dor e a resistência.
Premiado em todo o mundo, Sebastião era mais que fotógrafo: era um cronista visual da era contemporânea. Acreditava que a fotografia é o espelho da sociedade – e a sua refletia injustiças, mas também beleza e dignidade em cada rosto anônimo.

Nos últimos anos, dedicou-se ao Instituto Terra, criado com sua companheira Lélia Deluiz Wanick Salgado, e à luta pela regeneração do bioma que o viu nascer. Mesmo diante da finitude, nunca cessou. “Estou mais perto da morte do que de outra coisa, mas continuo fotografando, continuo trabalhando”, disse, lúcido e ativo, aos 80 anos.
Sebastião Salgado morreu nesta sexta-feira (23), mas deixou vivos seus retratos do mundo. Sua obra permanece – firme, sensível e imortal.
Fonte: Mídia Ninja
Homem extraordinário, absolutamente admirável , com a sua brilhante inteligência e alma intensa, foi uma verdadeira lição para os os olhos do Mundo retratando e mostrando a vida exatamente como ela. é .