TIPOIAS SOCIAIS
Domingo é dia de crônicas. E que sejam imersivas. E que se espalhem pelas “Tipoias Sociais” e se aquietem no repouso do corpo. E que a mente decante no coração e aflore o amor além da virtualidade.
Nas tipoias sociais os corpos se espreguiçam após o primeiro canto do galo. E os ouvidos se aproximam dos lábios para que as falas se permitam mais audíveis e as conversas sejam mais sentidas. E os olhos se olham mais e se demoram cara a cara, espiando-se na cumplicidade da paixão.
Nas tipoias sociais os fatos se vão e retornam no vai e vem do balanço e acontecem de forma presencial. E as pessoas compartilham as histórias contadas por seus antepassados. E curtem as fotografias dos álbuns de família. E um bule de café coado no pano e adoçado com rapadura é servido. E vez por outra um cachimbo é alimentado por uma brasa.
Nas tipoias sociais há versos de acolhida em arco, no meio do mato ou em casa à espera de um abraço. E há aves e árvores em seu entorno. E há um rangido no canto do torno.
Domingo é dia de crônicas. E a alma se acalma estirada na doce calma do sertão. E tira uma madorna nos capuchos tecidos do algodão. (Gilberto Costa)