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Por Haroldo Varela
Tenho algumas árvores frutíferas no meu jardim. O que gasto com água, manutenção, adubo e poda, o cultivo, nem valeria a pena tamanho trabalho e custo. O valor de uma jaboticaba seria exorbitante. Imagine o de uma simples amora? São poucas, e para degustar ainda tenho que competir com bem-te-vis e outros pássaros, sem falar nos micos que aparecem sempre, sem nunca terem contribuído com o meu plantio.
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E porque plantar? O prazer de uma colheita, por menor que seja é impagável, e o de comer uma fruta tirada do pé na sua própria casa? Sensibilidade, esperança.
Assim me refiro a vida. Cultivo, sempre tive prazer em pequenas coisas. Família, amigos, saúde, servir, um amanhecer, uma fruta madura, uma boa comida e bebida na hora certa, um banho de mar, uma viagem, uma rede para dormir (hábito)...
Pois é, com o tempo mudamos nossas expectativas , entendemos e plantamos com a certeza de que muitas vezes já não estaremos mais aqui na hora da colheita, mas o prazer do plantio não tem preço. Mesmo sem saber quem colherá os frutos, plantamos e deixamos o nosso legado.
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Insistimos. E como diz o ditado árabe: "Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras" (Isso porque, as tamareiras levavam de 80 a 100 anos para produzir os primeiros frutos).
E assim a vida segue.