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dezembro 20, 2020

Casarões e casas de São José de Mipibu (2)

Em dezembro de 1773, na Vila de São José do Rio Grande do Norte, atual cidade de São José de Mipibú, o português Miguel Ribeiro Dantas, oriundo de Antas, fundou o Engenho Olho D’água, fabricando inicialmente açúcar mascavo, mel de engenho, rapadura e cachaça.

Em dezembro de 1773, na Vila de São José do Rio Grande do Norte, atual cidade de São José de Mipibú, o português Miguel Ribeiro Dantas, oriundo de Antas, fundou o Engenho Olho D’água, fabricando inicialmente açúcar mascavo, mel de engenho, rapadura e cachaça.

A cana de açúcar, colhida na própria propriedade era esmagada no engenho de madeira chamado “banguê” e movido à tração animal – hoje, existe uma réplica no local. O açúcar fabricado era destinado ao mercado Europeu, a rapadura para o mercado interno, o mel de engenho para ração animal e a cachaça para estimular o trabalho escravo.

Em 1774, foi construída a Casa Grande do engenho Olho D’Água e reformada em 1861. Com o constante crescimento da indústria açucareira, em meados do século XIX, Joaquim Silvino importou da Europa um moderno maquinário e montou na casa do engenho a recém adquirida moenda impulsionada a vapor de caldeira em substituição à primitiva engenhoca movida à tração animal.

Desenvolvida pelo Sr. João Berckmans de Salles Dantas, a cachaça Olho D'água tornou-se famosa pela pureza e boa qualidade.

Em 1998, o atual proprietário, na busca do resgate de suas raízes restaurou o maquinário importado da Europa em 1882 por seu avô paterno, ainda em bom estado de conservação, instalando as antigas moendas, agora impulsionadas por motores elétricos, voltando a produzir a famosa cachaça que por mais de duas décadas teve sua produção interrompida, agora retornando o processo com o nome Cachaça Mipibu.

Atualmente é residência do atual prefeito, Arlindo Duarte Dantas que restaurou os antigos prédios que serviam de senzala, casa de purgar açúcar, destilaria e casa de fermentação.

Há pouco tempo abriu as portas do engenho, onde mensalmente, resgatava a cultura popular num autêntico forró pé-de-serra denominado “Forró do Olho D’Água”, além para recepção de aniversários e casamentos.

Uma resposta para “Casarões e casas de São José de Mipibu (2)”

  1. Elza Maria Freire disse:

    Vale a pena complementar essas informações folheando o livro escrito pelo genealogista Carlos Alberto Dantas Moura, que é está acessível a todos, através do Google, intitulado: ” Família Ribeiro Dantas de São José de Mipibu”, 2a. Edição. Em meio à atualização das informações genealógicas existentes no livro e obtenção natural , de outras novas , Dr. Carlos não conseguiu concretizar um sonho que teve início desde os seus 14 anos de idade, quando ia passar férias com familiares ” Ribeiro Dantas” em São José de Mipibu, e que perdurou enquanto viveu. É o mais importante, abrangente , relevante e circunstanciado livro de Genealogia que eu já pude conhecer.Esse livro contém grande parte da essência genealógica daqueles que deram início a nossa São José de Mipibu-RN.