Jornalismo com ética e coragem para mostrar a verdade.

maio 12, 2024

AS MÃES NÃO DEVERIAM MORRER

Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa É muito difícil descobrir o significado da palavra Mãe.

Nadja Lira – Jornalista • Pedagoga • Filósofa

É muito difícil descobrir o significado da palavra Mãe. De acordo com o dicionário Michaelis, Mãe é a mulher ou fêmea animal que teve um ou mais filhos; mulher que dispensa cuidados maternais; ou ainda: causa ou origem de alguma coisa. A grandeza de ser mãe, na minha visão, torna-se insignificante diante de definições tão chinfrins.

Algumas pessoas definem Mãe como uma mulher que padece no paraíso, ou aquela que anda sempre com o avental sujo de ovo, despenteada, ofegante, atarefada e com uma criança suja presa à barra da sua saia. Este, na minha opinião, é o pior e mais ofensivo retrato que pode se fazer de uma mãe.

Os tempos mudaram e as mães de hoje são mulheres que estudam, trabalham; são independentes e, portanto, têm suas próprias contas bancárias e seus próprios cartões de crédito. As mães de hoje falam de política, economia, astronomia, bolsa de valores e aquecimento global. São atualizadas e vivem em sintonia com tudo o que acontece ao redor do mundo.

Elas dirigem, não apenas as finanças de suas casas, mas também empresas, além de seus próprios automóveis; pilotam motocicletas, aviões e participam de viagens espaciais. A mãe de hoje em nada combina com a figura da mulher de avental, que só sabia cozinhar e fazer bolo de chocolate para o marido e os filhos.

As mães de hoje passeiam no Shopping com os filhos adolescentes, arrancam suspiros e olhares de admiração; são paqueradas e adoram dançar nas baladas.

Mas se alguém pensa que é fácil a vida de uma mãe, está redondamente enganado. Ela precisa enfrentar a competição imposta pelo mercado de trabalho, levar os filhos para a escola, fazer compras no supermercado e chegar em casa sorrindo e de alto astral.

A única coisa que não muda nas mães de qualquer época, é o amor e o cuidado que elas dispensam aos seus filhos, não importando a idade deles. Somente uma mãe é capaz de chorar e sofrer vendo o sofrimento de um filho. Somente elas entendem os defeitos de suas “crianças” e encontram argumentos capazes de justificá-los. Um bandido, por mais cruel e perigoso que seja, tem sempre uma mãe para chorar diante do seu túmulo.

Que atire a primeira pedra, o marmanjo que não adora receber um denguinho da mamãe. A comidinha feita por uma mãe é inigualável. Especialmente aquela feita quando o filhinho chega em casa numa tremenda ressaca. Também não existe remédio melhor do que carinho de mãe para curar qualquer tipo de doença. É incrível a sabedoria das mães. Elas sabem tudo, conhecem tudo, consertam tudo. É bom demais ter mãe!

O poeta Carlos Drummond escreveu uma bela poesia, onde diz que as mães não deveriam morrer jamais, no que eu concordo plenamente: “Por que Deus permite que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e a chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra, mistério profundo, de tira-la um dia? Fosse eu Rei do Mundo baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho”.

Portanto, a mãe mesmo morrendo conforme o ciclo natural da vida, sempre será eterna no coração de um filho. Feliz dia das mães para todas as mães!

Uma resposta para “AS MÃES NÃO DEVERIAM MORRER”

  1. Maria das Neves da Silva disse:

    Nadja, belíssimo texto. Parabéns pelo potencial de redigir tão bem. Expressar em palavras o que fala o coração.