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dezembro 10, 2023

As doze partes de quem fui ao longo deste ano

Bruna Torres – Escritora e jornalista         Costumamos falar sobre mudanças, desertos, tempestades, e por vezes, acabamos esquecendo do quanto mudamos.

Bruna Torres - Escritora e jornalista

        Costumamos falar sobre mudanças, desertos, tempestades, e por vezes, acabamos esquecendo do quanto mudamos. Dos arco-íris que surgiram após os tempos difíceis. Não foram poucas as adversidades, foram inúmeras, de formas diferentes.

      Fiquei imersa nesses pensamentos quando o primeiro dia do mês chegou. Fiz a tradicional faxina de cada mês, arranquei a folhinha do mini calendário, à espera do último mês do ano… Só agora pareço perceber tudo que vivi, com tanta intensidade, mesmo com medo, mesmo tão magoada, por vezes, tão perdida…

Mas acho que neste ano, eu me atrevi, ousei, ir com medo mesmo, conhecer pessoas, dividir pequenos fragmentos de quem sou e ainda assim, pensar em aproveitar as coisas que julguei não ser digna.

     Eu fui a minha maior algoz. Fiquei aprisionada por alguns meses em sentimentos que só me faziam mal, que me impediam de sorrir, de ser feliz, de aproveitar os momentos bons da vida. Esperei por desculpas que nunca vieram. Na verdade, aprendi que elas jamais virão... Tudo bem, afinal, eu só posso responder pelas minhas escolhas e atitudes, dando somente aquilo que tenho.

E foi difícil, tantas voltas para casa em meio às lágrimas, às músicas que não saíam da minha playlist do Spotify, ai ai…

      Mas, felizmente, este ano não foi feito apenas de momentos ruins. Às vezes os maus momentos parecem grudar nas nossas mentes, mas é necessário saber quando devemos agradecer e glorificar os momentos felizes que nos mantiveram de pé.

Por isso, eu tive como atividade principal escrever meus momentos bons, as pessoas que conheci e os lugares e jantares que fui…

      Este ano eu tive muitos bons momentos, momentos felizes e incríveis… Quando cheguei do trabalho uma semana antes do aniversário de um ano da minha pequena Luna, ela começou a andar pela casa, como se tivesse feito isso à vida toda, desconsiderando os tropeços ao se manter de pé.

Foi um dos momentos mais gratificantes da maternidade, pois o trabalho nos consome e nos divide e nos faz acreditar que somos ‘menos mães’ quando trabalhamos fora. Uma mentira terrível que nos aprisiona e nos condiciona à dependência matrimonial (mas, isso aqui é outro assunto).

     Em 2023 comecei projetos que não concluí... Estive à mesa de quem eu nunca sequer imaginei. Participei do meu primeiro evento literário, à convite da Gllauce Brandão e com o Vicia Clube, conheci autoras e leitoras incríveis!

Minha filha foi eleita a "Princesa do Milho", em sua creche, uma coisa que parece ‘boba’ para alguns, mas foi um momento de muita alegria pois nos empenhamos em vender os balaios juninos dela.

    Viajei para Recife com a minha mãe, em seu aniversário, no mês de outubro depois de participar, pela primeira vez, da FLIQ - Feira de Livros e Quadrinhos de Natal, tendo sido essa, a primeira (de muitas viagens da minha filha).

Comprei livros que ainda não terminei de ler (alguns, nem comecei). Fui ao show da minha banda favorita, NX Zero, pela quarta vez. Beijei bocas que, honestamente, sequer mereciam a minha lascívia. Mas, aprendi muito, sobre entrega, troca de energia... vivi momentos divertidos, especiais… Uma soma de aprendizados sobre paixões, que duram dias, semanas, meses e até confrontei amores que já duraram anos…

Banda NX Zero

      É intenso perceber como as pessoas mudam. Isso é praxe dizer e muitas vezes nos traz muita decepção, mas e o quanto nós mudamos? E a forma que deixamos de nos enxergar? Não apenas as angústias e lamentações. O simples modo que levantamos da cama. Entregamos nosso melhor, quando nos olhamos no espelho e estamos diante de uma imagem refletida que, por vezes, não é valorizada? E quanto à força que temos para superar os desafios do ano, que ainda não acabou?

Em poucos dias ainda temos decisões para tomar e escolhas para fazer, que podem fazer parte do nosso começo de ano (de forma boa e ruim), ou apenas ficar para trás em meio aos acontecimentos de 2023.

Escolham com sabedoria os passos que irão dar nessa reta final. Teremos um longo caminho, em 2024, de vitórias e conquistas. A hora de colher os frutos, semeando este ano, que sejam de renovações e sonhos que se tornarão realidade para todos nós!. 

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