Jornalismo com ética e coragem para mostrar a verdade.

fevereiro 4, 2024

ARTIGO; O fenômeno político da cristianização

Por Ricardo Sobral – observador da cena política.

Cristiano Monteiro Machado Foto: Estado de Minas

Por Ricardo Sobral - observador da cena política.

Cristiano Monteiro Machado nasceu em Sabará, MG, em 1893, bacharelou-se em direito no Rio de Janeiro, em 1918. Foi deputado estadual e federal, constituinte de 1934 e 1946. Prefeito de Belo Horizonte, construiu o mercado central de BH. Em sua homenagem, batizou-se com seu nome importante avenida da capital mineira.  Nomeado embaixador no Vaticano, faleceu em Roma no distante 1953, com apenas 60 anos de idade.

Em 1950, foi o candidato do PSD à Presidente da República. Apesar de manter formalmente o registro da candidatura até o fim, o partido o abandonou para apoiar a candidatura de Getúlio Vargas, que ganhou a eleição com folgada maioria.

Nasceu nesse episódio o fenômeno político brasileiro da cristianização, caracterizado quando um partido ou sistema político abandona seu próprio candidato para apoiar outro fora de suas hostes, geralmente com mais chance de vitória.

Pesquisei, pesquisei, não encontrei nada igual em outros partes do mundo. 

A cristianização, pois, é uma contribuição que a festejada criatividade brasileira dar à ciência política.

De lá para cá muitos candidatos foram cristianizados na arena política brasileira.

Em 1985, o PDS, em tese majoritário no colégio eleitoral, lançou Paulo Maluf a presidente. Contudo, a maioria do partido debandou apoiando Tancredo Neves, do PMDB, que venceu a eleição, mas não chegou a assumir. Sarney, o vice, cumprindo a regra constitucional, tirou o mandato.

Em 1989 foi a vez de Aureliano Chaves ser cristianizado.  O PFL, seu partido, abandonou sua candidatura para apoiar Fernando Collor, que venceu a eleição, assumiu, decretou o Plano cCruzado e confiscou a poupança do povão.  Para não ser cassado pelo Congresso renunciou ao cargo. Aos 42 anos de idade, já era ex-presidente da República. Hoje, é senador por Alagoas em final de mandato.

Em 2010, a classe política brasileira se superou nas Minas Gerais, criando um plus na cristianização: a cristianização cruzada. O PSDB de Aécio, simplesmente fez corpo mole na campanha de José Serra para presidente. Em contrapartida, o PT mergulhou sua militância, que não trabalhou para o candidato petista Hélio Costa. Ganharam as eleições Dilma e Anastasia, presidente e governador. Foi a chapa informal Dilmasia.

Política não é para amador.

Uma resposta para “ARTIGO; O fenômeno político da cristianização”

  1. Quando surgiu Dilma Rousseff, candidata à presidência da República, eu não sabia quem era a figura. Perguntei quem essa tal Dilma Rousseff? Fiquei assustado com o que me passaram do seu currículo político. Nem comento, porque pode ser “fake” ou seja falso. Ri foi muito.