Amantes traiçoeiros – a memória e o tempo
Bruna Torres – Jornalista e Escritora (@autorabrunatorres) As pessoas costumam dizer que o tempo cura tudo, sara todas as feridas e é o melhor remédio.
Bruna Torres - Jornalista e Escritora (@autorabrunatorres)
As pessoas costumam dizer que o tempo cura tudo, sara todas as feridas e é o melhor remédio. Talvez seja mesmo, o tempo tem o poder de nos fazer esquecer, pouco a pouco, pessoas, lugares e acontecimentos. No entanto, as pessoas esquecem que a memória por muitas vezes, é traiçoeira do tempo, pois de forma constante, invasiva e cruel, se infiltra em nossa mente e traz à tona diversas coisas que tentamos esquecer.
Sabores, ocasiões, cheiros, e o pior, pessoas… Ah, algumas ficam gravadas em nossa mente como se fossem uma tatuagem, ou talvez, o tempo goste de nos pregar uma peça e enquanto nos cura, nos dá pequenas doses para nos fazer revisitar essas memórias, pois nenhuma ferida fecha imediatamente, o processo de cicatrização demora, às vezes temos vontade de arrancar uma casquinha, uma leve mexida naquele local, mas durante o processo, mexer pode ser ainda mais doloroso, conflitante, como deixar o tempo curar aquilo que nós não deixamos que ele cuide sozinho dessa questão?
Por isso, a memória e o tempo são amantes traiçoeiros, se entrelaçam entre o processo, se enlaçam garantidamente, caminham lado a lado e são co-dependentes um do outro. O tempo coexiste com a memória, pois ele é acumulativo dela ao passar dos anos, é seu frequentador mais fiel, se nutre com o passar dos anos, colecionando pessoas que amamos, nossos cheiros favoritos, nossos sabores favoritos e na mesma proporção, ele também dissipa esses arquivos neurais e os divide entre o tempo, ao mesmo tempo que aos poucos, vai tomando isso de nós e encerra ciclos.
Mas, nenhum deles é vilão ou vÃtima, ambos são necessários para a nossa construção de seres humanos, à s vezes, indecisos, confusos, alheios uns aos outros…
Frequentemente nos embebedamos em memórias e queremos ficar apenas lá, imersos no passado, em coisas que não voltam mais, em histórias que já foram finalizadas e insistimos em acrescentar vÃrgulas, que só atrapalha as narrativas, que nos impede de olhar para o futuro e vislumbrar o presente.
Outrora, por adversidades, ficamos carentes do tempo, torcemos para esquecer muito alguém, um acontecimento, e com isso, dependentes dele, viver se torna quase insalubre, pois a pressa com o tempo nos faz não enxergar quando ele está passando e quando tudo isso acabar, o que nós seremos? Apenas voyeurs do enlace entre a memória e o tempo? Iremos esperar sentados enquanto eles brincam com nossas vidas?
Esse é o divertimento do destino, a cada vez que as cortinas se fecham, novos personagens são inseridos na trama entre a memória e o tempo e a cada fim de espetáculo, os amantes traiçoeiros se preparam para mais um show, entrelaçados eternamente entre nossas memórias, caos amorosos, dores enfadonhas e ambientes inesquecÃveis.
Dentre os intervalos, precisamos aproveitar enquanto o espetáculo não se inicia novamente.
Nosso computadorzinho. (O cerebro)
Está interligado ao computador Celestial, O criador de tudo. O homem já nsceu com o mine computador. Na prestação de conta(O cartão de crédito) O livre arbÃtrio que Deus nos deu) Gasta – se como bem quiser.
Na hora de acertos de contas. Kkkkk Kkk
Ninguém pode pagar por ninguém.
fui lendo e os olhos foram enchendo de lágrimas. Estava outro dia refletindo muito sobre o tempo e mais uma vez concordo com tudo que a autora disse, principalmente sobre o tempo e a memória serem amantes traiçores. Parabéns pela crônica maravilhosa que me acordou de vez nessa segunda
Muito obrigada pelos comentários, pessoal! Tenham todos uma boa semana e até a próxima crônica!