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abril 23, 2023

Academia Norteriograndense de Letras Memória acadêmica – Curiosidade que anotei

Ricardo de Moura Sobral – Advogado, membro do IHGRN e da ACLA-PSN.

Ricardo de Moura Sobral - Advogado, membro do IHGRN e da ACLA-PSN.

A acadêmica e pesquisadora Leide Câmara publicou um livro que faz jus ao título: Memória Acadêmica. Ao longo de suas 690 páginas o leitor encontra tudo sobre a ANL, seus patronos, acadêmicos e suas respectivas  obras. Ali o leitor encontra a base histórica da intelectualidade da terra de Poty. É um livro destinado à mesa de cabeceira de quem se interessa por cultura.

A Academia Norteriograndense de Letras - ANL, fundada em 1936 pelo genial Câmara Cascudo, moldada na Academia Brasileira de Letras, fundada por Machado de Assis (1896/1897), inspirada na Academia Francesa, criação do Cardeal Richelieu (1635), tem como lema Ad Lucem Versus (Padre Luiz Gonzaga).

Anotei algumas curiosidades.

Em seus 84 anos de existência, teve 11 Presidentes. O mais longevo no cargo é o atual, Diógenes da Cunha Lima, que tomou posse há 36 anos. Antes dele, Manoel Rodrigues de Melo, passou 21 anos. Todos os outros tiveram mandatos curtos de poucos anos. Dom Nivaldo Monte foi quem teve o mandato mais curto: apenas, 4 meses.

Presidente da ANL, Diógenes da Cunha Lima com a escritora Leide Câmara - Foto: Papo Cultura

O  acadêmico que mais tempo passou na instituição foi Otho Guerra (60 anos).  O segundo foi Raimundo Nonato Fernandes (55). Empatados em terceiro lugar, com 53, estão Américo de Oliveira Costa e Manoel Rodrigues.

O de menor tempo acadêmico foi Humberto Bezerra Dantas: 2 meses.

O acadêmico que mais tempo levou para tomar posse foi Dioclecio Duarte. Nenhum acadêmico viveu 100 anos  quem mais se aproximou - João Wilson Mendes de Melo, que viveu 99 anos de idade.

Apenas um acadêmico renunciou (resignou-se) à imortalidade: Antônio Pinto de Medeiros.

Que eu me lembre, cinco ex-governadores foram sócios da ANL: Juvenal Lamartine, José Augusto Bezerra de Medeiros, Silvio Pedrosa, Aluízio Alves e Geraldo Melo.

Até hoje, a cadeira 22 - Patrono Cônego Leão Fernandes - só foi ocupada por padres: três Cônegos e um Bispo.

Na fundação foram abertas 25 cadeiras, com três mulheres no patronato e duas acadêmicas. Em 1943, mais cinco; e em 1957, mais 10, totalizando as 40,  nessa data, totalmente preenchidas.

O patronato da ANL é formado por 10 juristas, seis padres, seis médicos, seis jornalistas, quatro poetas,  dois educadores, um compositor,  um historiador, um aviador, um farmacêutico, um músico e um militar. 

Um nasceu no século XVIII; 36, nasceram no século  XIX e três, na primeira década do século XX. 

Faleceram 20, em Natal, cinco no Rio de Janeiro, dois na França, dois em Recife, um em Salvador, um em Caraúbas, um em Nísia Floresta, um em Fortaleza, um Porto Alegre, um em Santo  Antônio, um em Miguel Calmon/CE, dois em Angicos, um em Manaus e um em Mossoró. 

Quanto aos acadêmicos, ingressaram 143 no total, Incluindo os recém eleitos e ainda não empossados.

São 62 juristas (43%),  16 médicos, 16 jornalistas, 14 educadores, 06 padres, e o restante tem profissões variadas.

As cadeiras 01 e 39 até hoje, só foram ocupadas por juristas. A cadeira 06, só educadores. A 22, só por padres.

Com exceção das cadeiras 06, 14, 18, 22, 29 e 38, todas as outras - 34 - em algum momento foram ocupadas por juristas.

O livro reúne todo o acervo histórico da ANL, chegando a relacionar até os vultos norteriograndenses que não ingressaram; os sócios honorários, de honra, beneméritos e correspondentes e fala da sua Biblioteca, publicações, revistas, tudo ilustrado com boas fotografias.

É a obra de referência, base para quem pretenda escrever sobre nossa imortalidade acadêmica.

Estou escrevendo um ensaio sobre nossa formação bacharelesca e o livro de Leide tem ajudado muito na obtenção de dados e informações. Leide fez um belo e exaustivo trabalho.

Nossas congratulações acadêmicas.

Uma resposta para “Academia Norteriograndense de Letras Memória acadêmica – Curiosidade que anotei”

  1. VITALNOGUEIRA disse:

    Excelente sua resenha, Sobral!
    A contribuição de Leide Câmara para cultura potiguar é muito importante.