Cristóvão

No século XV, o comércio marítimo, buscaram alternativas para chegar às Índias. Desta forma, os interesses de distintos grupos voltavam-se para patrocinar as navegações pelo oceano Atlântico. o oceano Atlântico era conhecido de Mar Tenebroso, Mar das Trevas... Haviam comentários que existiam no ultra mar haviam monstros marinhos que viravam as embarcações e devoravam seus tripulantes.

A lagoa do Bonfim,a maior lagoa do Rio Grande do Norte, localizada no município de Nísia Floresta/RN tinha uma lenda da existência de um monstro, que era capaz de engolir qualquer ser humano ou qualquer animal. Os mais antigos da região, contavam histórias de uma enorme serpente que hipnotizava as suas presas e, em seguida, as devorava.

Segundo a lenda, "que, a serpente ao avistar um carreiro puxando um um carro de bois, o hipnotizou e engoliu o carreiro e os bois. Ficando o resto do carro de boi, perto da 'Ponta Funda', na lagoa do Bonfim.

Essa lendária Lagoa, tem um formato de uma estrela de sete pontas. Reza a lenda, que antes de existir a lagoa, no centro dela, havia uma cacimba. Certo dia, os irmãos Maria e José, foram brincar na cacimba com a água, jogando um no outro e batendo na água. Quanto mais batia na água com sua moringa – cabaça – mais ela vertia do olheiro. Imediatamente começou a emergir em grande quantidade e alagando as proximidades da cacimba. Os garotos começaram a correr, vendo aquele estranho fenômeno, que ia se avolumando em toda a área próxima.

Os irmãos percorreram as sete pontas da atual lagoa e, chegando na Ponta Funda, José já bastante debilitado pelo esforço da carreira, caiu e morreu. Sua irmã, Maria, a cheia da lagoa as fez com que se afogasse. Ainda, segundo a lenda, Maria se transformou numa serpente e sempre aparece em noite que a lua ilumina as águas da lagoa. E o local onde José faleceu, nunca nasceu capim ou qualquer arbusto, permanecendo só areia, até hoje. 

Majestosa e cercada pela mata Atlântica,com uma rica fauna e a flora, a Lagoa do Bonfim é uma maravilha. Pertence ao município de Nísia Floresta, porém, é frequentada pelos mipibuenses. As pessoas que não conhecem a geografia do lugar, atribuem a lagoa ao município de São José de Mipibu.

Antigamente, grupos de caçadores de São José de Mipibu, liderado pelo policial militar Sargento Perceval e seus irmãos caçavam veados, tatus e aves, como jacu. A mata Atlântica era densa e muito perigosa, pra quem não a conhecia suas trilhas.

Muita gente da comunidade de Mazapas e de São José de Mipibu tiravam suas fontes de renda dos frutos silvestres, existentes nessa mata, como: mangaba, cajú, guajirú, cambuim, guabiroba, maçaranduba, pitomba... Mesmo quase extinta, a mangaba é ainda a fonte de renda de muita gente daquela região e de outras lagoas menores como, como a lagoa de Boágua, Carcará, Redonda, Urubú, Ferreira, Ferreirinha, Papebinha e Carnaúba.

No início da década de 70, começou o desmatamento em torno das lagoas, para plantio de cana-de-acúcar e exploração imobiliária. A Lagoa do Bonfim, foi desnudada. As pessoas demarcaram e cercavam terrenos. Outros construíam casas, dando lugar a lindas granjas. A usina se apossou, desmatou uma grande área para o plantio da cana de açúcar. O agrotóxico, aplicado no plantio da cana de açúcar, dizimou a fauna rica.

Atualmente a fauna e a flora quase não existe mais. Um prejuízo enorme para o meio ambiente.

No final dos anos 50 ou início de 60, apareceu um potro selvagem nas matas daquela região. Tentaram pegar o cavalinho selvagem e não conseguiam. Aí a notícia se alastrou e o interesse em se apropriar do animal, causou um reboliço danado na redondeza. Vieram cavaleiros renomados para capturar o potro.

A notícia correu chão,  ninguém conseguia laçar o animal. O burburinho era grande. A notícia era comentada em todas as bocas e feiras livres das cidades próximas. Essa história foi tão comentada, que foi retratado em folhetos de cordel, cantado em versos e prosas.

Era questão de honra para os vaqueiros de grande fama como, Vivo Genuíno, Joca Madureira e muitos vaqueiros famosos. Quando pegaram o tal potro, trouxeram para feira de São José de Mipibu. Somente aí foi que perceberam que era um cavalinho , talvez meio-sangue, um pangaré sem futuro.

Como nasceu e criou-se na mata do Bonfim e nas lagoas adjacentes,conhecia bem a região. Deu um trabalho aos curiosos e ambiciosos,  pensando ser um cavalo de um futuro brilhante. Só que não era nada daquilo que comentavam. Tive o privilégio de vê-lo, na feira de Mipibu, em frente a casa de seu Zé das Bicicletas.

Hoje, a lagoa está secando literalmente, políticos sem escrúpulos eleitoreiros,  construíram uma criminosa adutora, e canalizaram para distribuir água para mais de 20 cidades do sertão. Só que não se preocuparam em fazer um estudo do Meio Ambiente. A lagoa não tem alimentação de rios. Por isso está secando e ninguém intervém nesse crime ambiental, monstruoso e criminoso. Certamente beneficia medalhões nas suas ricas fazendas.