Em um cenário onde a segurança e a proteção de dados ganham importância crescente no Brasil e no mundo, um golpe é registrado a cada 16 segundos, conforme a edição 2024 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O advogado Marcelo Torres recomenda cautela nesses casos, destacando a importância de se manter informado, evitar compartilhar dados pessoais e sempre verificar a identidade da pessoa que solicita dinheiro, preferencialmente por meio de vídeo ou contato presencial.

Marcelo explica, em entrevista ao programa Tribuna Livre da Jovem Pan News Natal, que os crimes mais recorrentes são os de solicitação de dados pessoais, como CPF e endereço, e pessoas que se passam por parentes solicitando transferência de determinado valor financeiro. Neste contexto, o advogado aponta que existem vários tipos dessas fraudes virtuais, como o ‘golpe do pix’.

“Por exemplo, o golpe do pix, que na maioria das vezes a pessoa transfere um valor financeiro para o determinado consumidor, e percebendo que recebeu um valor indevido, termina devolvendo. Quando devolve, existe o Mecanismo Especial de Devolução de Valores. Aquele fraudador vai solicitar o mecanismo de devolução do valor. Então você vai perder o valor duas vezes. Vai perder porque devolveu o valor que era falso e porque o Banco Central vai tirar da sua conta e depositar para aquela pessoa (o fraudador)”, esclarece o advogado.

Em relação aos golpes realizados via WhatsApp, Marcelo ressalta que a Inteligência Artificial possibilita mecanismos para as fraudes, como clonagem de fotos e vozes, para que os golpistas se passem por parentes da vítima afirmando que trocou de número e solicitando dinheiro. Para essa situação, Torres reforça que seja feito o contato direto com a pessoa para verificar se realmente existe essa situação e evitar futuros danos financeiros.

Outra tentativa de fraude rotineira é o ‘golpe do aniversário’. Neste caso, o advogado detalha que os fraudadores entram em contato com a pessoa, no dia do aniversário, para oferecer um determinado produto e durante o pagamento do suposto frete, o valor é acima do que efetivamente está vendo.

“Você paga pelo frete, quando vai ver o produto não tem nada, é uma caixa sem nada ou com algum conteúdo que vai pesar. Só que você pagou não foi um frete de R$ 5 ou R$ 10, foi um frete muitas vezes de R$ 200 ou R$ 300, só que a máquina não identifica. Então você cai naquela artimanha por estar naquela emoção grande de ganhar um presente”, alerta.

Marcelo aponta que os golpistas têm estratégias de abordagem aos consumidores, através de uma linguagem pontual e educada, utilizando informações previamente obtidas nas redes sociais. “Então muito cuidado com aquilo que você posta e com a exposição da sua família, porque isso vai gerar alguma informação basilar para aquele fraudador entrar em contato e usar aquele gatilho para que você caia”, disse.

Fonte: Tribuna do Norte