A liderança que administra
Padre Matias Soares, pároco da Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, no Conjunto Mirassol O tema da liderança é muito atual.
Padre Matias Soares, pároco da Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, no Conjunto Mirassol
O tema da liderança é muito atual. O mundo está necessitado de líderes. Na atualidade, o Papa Francisco é a única personalidade que é apontado como líder global. Interessante! Mesmo sendo Chefe de Estado, ele é antes de tudo um líder religioso e, mesmo assim, consegue ser uma voz proclama a esperança, num mundo de desesperos. Isto comprova, como há muito tempo está sendo debatido, que a religião assume um posto primordial no cenário político mundial, não só tendo em vista suas preocupações internas, mas também nas questões de relevância públicas e planetárias.
Nos espaços de reflexão e debates eclesiais há o questionamento sobre as reformas que o Papa precisa concretizar e a quem foi pedido para fazê-las, principalmente por parte daqueles Cardeais que o elegeram. Uma agenda emergencial foi traçada e solicitada por quem ver na Igreja Católica uma referência, não só espiritual, no caso dos seus membros, como também, por aqueles que a reconhecem como a Instituição emblemática para a história ocidental e da Humanidade. Ela precisa estar sempre se reformando no que é acidental.
A hermenêutica da reforma, não a da ruptura, como asseverou o então Papa Bento XVI, no discurso à Cúria Romana, no Natal de 2005, hoje Bispo Emérito de Roma, é que pode proporcionar esta conversão das estruturas eclesiais, não só curiais, mas de todas as realidades vivas da Igreja, já que hoje o Papa Francisco, com determinação jesuítica, lança a questão tendo por meta a conversão missionária de toda a Igreja. Essa postura exige saída interna para enfrentar fronteiras geográficas e existenciais.
Um líder com uma personalidade desintegrada, desordena uma instituição, empresa ou sistema que o mesmo estiver conduzindo. Se costuma dizer que existem líderes natos, intuitivos, carismáticos; e podemos acreditar que sim. Contudo, quando além destas qualidades há a busca da integração pela constante formação da personalidade, este líder fará um grande e inestimável bem ao ambiente que é gerido por ele, ou ela, e à Sociedade na sua totalidade.
O Papa Francisco é um grande líder porque é carismático; e é um Homem e Cristão maduro. É lastimável quando percebemos que aqueles líderes que deveriam ser bússolas humanas, éticas e morais, não o são. Nos tempos hodiernos, não há liderança sem moralidade, sem ética, sem valores... O mundo das informações virtuais a desacredita logo. O que parece ser uma força para a apresentação das suas máscaras, será instrumento para sua destruição amanhã.
Há uma preocupação que se intensifica acerca da moralidade das Instituições; contudo, não pode existir credibilidade nas estruturas se quem as liderar não for idôneo para fazê-lo. Quem não cuida das pessoas que dão vida a uma instituição, não dará protagonismo a ela, nem será vivificado nela e por ela. Pensemos sobre a questão, pois é de suma importância!
Por fim, com honestidade e sem endeusamento, tomemos alguns gestos do Papa Francisco e nos questionemos: Que tipo de líder estou sendo nos agrupamentos humanos aonde eu tenho a responsabilidade de servir e liderar? Não sejamos fortalecedores da mediocridade, na Era da mediocridade; pois, só sendo líderes integrados e amantes da verdade, conseguiremos ser bons servidores do bem e da justiça. Assim o seja!