Pacheco diz que Senado ‘está muito ávido por discutir’ o fim da reeleição: ‘Não foi bom para o país’
Com discussão sobre minirreforma eleitoral pendente de avaliação no Senado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, disse ser contra a reeleição para cargos do Executivo e defendeu que os debates trazidos pelo projeto de lei, aprovado pela Câmara há duas semanas, se torne mais abrangente ao ser avaliado pelos senadores.
Com discussão sobre minirreforma eleitoral pendente de avaliação no Senado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, disse ser contra a reeleição para cargos do Executivo e defendeu que os debates trazidos pelo projeto de lei, aprovado pela Câmara há duas semanas, se torne mais abrangente ao ser avaliado pelos senadores.
— Eu indago o instituto da reeleição no poder Executivo: fez bem ao Brasil? A minha percepção é de que não foi bom para o país. Quando se coloca no colégio de líderes, todos tendem a acreditar que o fim da reeleição seja bom para o Brasil — afirmou Pacheco, ao ser questionado sobre a tramitação da minirreforma eleitoral, encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa nesta segunda-feira.
As declarações foram dadas na Conferência Hemisférica de Seguros da Fides (Federação Interamericana das Empresas de Seguros), realizada nesta segunda-feira no Rio de Janeiro. O evento também contou com a participação do ministro Luís Roberto Barroso, que assume a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes.
Na ocasião, Pacheco ainda defendeu que, junto com a atual discussão sobre mudanças na legislação eleitoral, deve ser discutido o alongamento de mandatos de quatro para cinco anos e o ajuste para que todas as eleições gerais ocorressem de forma concomitante. Pacheco avalia que essas alterações, somadas ao fim da reeleição, seriam importantes para frear um “estado eleitoral permanente”.
— A conveniência da popularidade do mandatário, a instituição do voto e a instituição da eleição resultará em um estado eleitoral permanente. Aquele mandatário que tem a oportunidade de governar e, por vezes, deixa de tomar medidas por vezes antipáticas em função da reeleição, pela perspectiva de ter votos — afirma. — A reeleição acaba sendo um instituto que inibe a autonomia e o dever que tem o mandatário de tomar as decisões.
O Globo, por Julia Noia e Letycia Cardoso