Vereador quer plantar 50 mil árvores em Natal e 1 milhão no interior do RN

junho 14, 2023

Nos últimos 100 anos a temperatura do planeta Terra aumentou 1º C, em média.

Café da manha aos sábados por trás do CCHLA [Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes]

Nos últimos 100 anos a temperatura do planeta Terra aumentou 1º C, em média. Já um estudo realizado pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, mostra que até dois bilhões de pessoas poderiam morrer por ondas de calor no mundo.

O assunto foi discutido no o blog Balbúrdia que trouxe o professor da UFRN Robério Paulino, que também exerce mandato de vereador na Câmara Municipal de Natal pelo Psol.

Jornalista José Alves, aprendendo a fazer mudas com o professor Robério Paulino

Veja, 1 a cada 4 seres humanos poderiam morrer até o final do século em função das ondas de calor, que esteriliza e transforma os terrenos em deserto. Os polos do planeta estão derretendo. O Polo Norte não tem terra embaixo dele, é só gelo. A espessura há 50 anos era de 4 metros, hoje essa espessura média é só dois metros. Essa área toda é muito grande, mas o gelo está derretendo e o nível do mar está subindo. Parece pouquinho, mas aqui em Ponta Negra, na Praia do Meio e no mundo todo, o nível do mar está subindo 4 milímetros por ano, em dez anos vai subir 4 centímetros, em 20 anos serão 8 centímetros. Você vê que em algumas casas aqui no Rio Grande do Norte, muitas estão perdendo as fundações porque a água está invadindo”, alerta.

Em 50 anos, países como a Holanda, na Europa, assim como a cidade de Macau, aqui no interior do Rio Grande do Norte, correm o risco de desaparecer.

Isso não é exagero, isso está sendo medido. O IPCC, que é a sigla em inglês para Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas tem acompanhado isso com rigor. A situação climática e ambiental no mundo é muito grave. Estamos correndo contra o tempo para evitar um desastre que depois seja irreversível”, aponta Robério Paulino.

Durante a entrevista, o professor que abriu mão do salário de vereador e continua apenas com a remuneração da UFRN, lembrou que em agosto do ano passado o prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), vetou o Projeto de Lei nº 319/2021 que previa o plantio de 50 mil árvores na cidade com a justificativa de que o município não tinha as mudas necessárias.

Os vereadores derrubaram o veto à proposta de autoria do Prof. Robério Paulino e as mudas foram garantidas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Todo sábado fazemos um café coletivo, um mutirão ali por trás do CCHLA [Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes]. Você que está nos assistindo, apareça lá. Pode parecer pouco, mas todos os sábados produzimos mil mudas ou mais”, convoca Paulino.

Deserto ou Sertão?

O professor da UFRN ainda explica que o Sertão está virando deserto por causa do tipo de plantação primitiva da monocultura, associada ao fenômeno da lixiviação (lavagem da terra), que se caracteriza pela perda dos nutrientes da terra levados pela chuva. Nesse processo, a água leva esses nutrientes, que vão parar no fundo dos rios, deixando na parte superior, onde são feitas as plantações, apenas pedregulhos.

1/3 a Oeste do Sertão de Pernambuco já tem clima de deserto e aqui no Rio Grande do Norte, há várias ilhas no Seridó consideradas com clima de deserto. O Sertão vive uma emergência climática”, alerta Robério Paulino, que também planeja plantar cerca de cinco milhões de árvores na região nos próximos anos.

Para isso, serão montados viveiros nos Institutos Federais (IF’s) para o cultivo das mudas.

Fechamos uma parceria com o professor Arnóbio [reitor do IFRN] e esperamos conseguir plantar um milhão de mudas por ano para que sejam plantadas em cinco ou seis anos. São 21 IF’s, nós já começamos e estamos instalando os viveiros. Também fechamos parceria com a Femurn [Federação dos Municípios] para que cada cidade tenha um viveiro”, planeja Paulino.

Uma resposta para “Vereador quer plantar 50 mil árvores em Natal e 1 milhão no interior do RN”

  1. Angela disse:

    Que as autoridades pensem mais no meio ambiente e não coloquem obstáculos para projetos como esses. E qua haja divulgação e consciência por parte de toda a população.