De volta ao passado… (86)
Na década de 40, alunas da Escola Normal do Natal, visitam o Grupo Escolar Barão de Mipibu, em São José de Mipibu, uma das mais antigas do Rio Grande do Norte.
Na década de 40, alunas da Escola Normal do Natal, visitam o Grupo Escolar Barão de Mipibu, em São José de Mipibu, uma das mais antigas do Rio Grande do Norte. Portanto, há mais ou menos 80 anos.
Segundo a estudante Paula Lorena Cavalcante Albano da Cruz (paulalcac@gmail.com) em sua Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRN como requisito parcial para a obtenção do título de Doutora em Educação acadêmicos, relata que "a partir da segunda metade do século XIX, as elites do Império passaram a demonstrar maior preocupação com a construção de ambientes próprios para o ensino. Isso aconteceu devido a alguns motivos, quais sejam: o fortalecimento do Estado imperial, que buscava firmar as suas estruturas, reforçando o lugar da educação no discurso dos feitos dos Estados Modernos.
A construção do prédio onde foi instalado o Grupo Escolar Barão de Mipibu se deu no final do século XIX, ano de 1879, a mando do Barão de Mipibu, Miguel Ribeiro Dantas, que doou um terreno para a construção de uma escola (Barbalho, 1960).
O grupo foi inaugurado com uma escola elementar feminina, uma masculina e uma mista infantil; cada escola deveria ter a capacidade de acolher, no máximo, 40 crianças, com exceção da escola mista, que deveria comportar no máximo 24 alunos (Decreto n. 204, 1909). Para cada turma era designado um professor, sendo para a escola feminina e a mista, duas mulheres, e para escola masculina, um homem, o qual também acumulava o cargo de diretor da instituição, porém não se sabe se essa quantidade de professores já ensinava na educação local antes da fundação do grupo.
Com o advento da República que os prédios escolares para o ensino primário se tornaram objeto de ação do governo, que viu nas escolas um meio de consolidar o novo regime, uma bandeira levantada para disseminar as ideias e os valores republicanos, como afirma Azevedo e Stamatto (2012, p. 32): “Os prédios escolares fizeram parte da produção da leitura da modernidade e do progresso feita pelas elites locais e se transformaram em um dos alvos prediletos para a difusão do ideário republicano”.
A edificação de prédios escolares, transferida para a República e concretizada por meio dos grupos escolares, tornou-se símbolo dos republicanos na busca de internalizar no povo a ideia de progresso que pretendiam para o Brasil. As edificações escolares passaram a conter uma simbologia relevante no imaginário republicano.
Na cidade mipibuense, algumas obras públicas revelam sinais de uma preocupação com o discurso de modernização e embelezamento no início do século XX, como a construção de um coreto na praça, o alargamento das ruas principais e o prédio do Grupo Escolar Barão de Mipibu, que se destaca mostrando a sua importância e suntuosidade na região e se contrapondo aos aspectos coloniais do município".