Um recorte de viagem
Alex Medeiros – @alexmedeiros1959 (Por Jânio Vidal) Texto publicado na Tribuna do Norte Aquele palco ali na praia está sendo montado para um show de Roberto Carlos, na quinta-feira.
Alex Medeiros - @alexmedeiros1959 (Por Jânio Vidal) Texto publicado na Tribuna do Norte
Aquele palco ali na praia está sendo montado para um show de Roberto Carlos, na quinta-feira. Deve juntar mais de 200 mil pessoas (…) conheci Roberto Carlos em 1981, quando ele veio fazer um show no Centro de Convenções, no dia do aniversário dele. Eu era maître no restaurante Laçador do Derby, que foi reservado para um jantar dele com a famÃlia, amigos e a equipe.
Passamos a tarde toda arrumando as mesas, cadeiras, cutelaria, decoração e um cardápio especial. Foi um trabalho danado encontrar o linguado que ele queria comer. Arrumamos as mesas, em formato de leque, com toalhas brancas de linho, forradas para diminuir o barulho.
Na hora ele pediu para rearrumar tudo, separando as mesas e ficando uma maior para ele, a mãe dele, Lady Laura, a atriz Miriam Rios, um filho e alguns amigos (…) na hora dos parabéns um fotógrafo que conseguiu entrar, não sei como, começou a fazer fotos e Roberto Carlos abriu os braços, gesticulando e olhando pra equipe indagando como ele havia conseguido entrar.
As fotos saÃram na revista Sétimo Céu. Eu estava servindo Roberto Carlos e na foto sai atrás dele, como papagaio de pirata. Comprei cinco revistas, dei três a umas amigas e guardei duas com umas fotos que tirei com alguns clientes famosos: Pelé, Leão, Reginaldo Rossi, EmÃlio Santiago, Altemar Dutra (…) perdi essas fotos e tudo que tinha, numa grande enchente. Eu, minha mulher e um filho ficamos só com a roupa do corpo. (…)
Nessa época eu já era dono de um botequim, Pressão Alta, com 30 mesas e 120 cadeiras, que negociei pra ficar com a bandeira da Antártica, na disputa que ela tinha com a Brahma.
Botava um pessoal pra cantar, sem microfone ou equipamentos elétricos, tudo acústico, tinha noite que juntava mais de 200 pessoas. Na festa de inauguração fechamos a rua. Tinha muita gente da elite, polÃticos, amantes da música (…) resolvi não cobrar, e o apurado, com quem fez questão de pagar, deu pra pagar os garçons e a equipe da cozinha.
Eu tinha pouco mais de 30 anos(…) gastava muito com festas(…) tenho quatro filhos com mulheres diferentes (…) mudei minha vida algumas vezes. Sou taxista há 15 anos. (…) taqui meu telefone, quando voltar ao Recife pode ligar, que ainda tenho muita história pra contar.
Obrigado, um feliz natal pro senhor também“.