Turismo afetivo X – “Nas ondas do rádio”

fevereiro 5, 2023

José Vanilson Julião – Jornalista e Escritor ogo após a consolidação da captação do sinal de televisão em Cerro Corá/RN, o prefeito Zé Julião providenciou a instalação de um televisor público.

José Vanilson Julião - Jornalista e Escritor

ogo após a consolidação da captação do sinal de televisão em Cerro Corá/RN, o prefeito Zé Julião providenciou a instalação de um televisor público. Inicialmente, no primeiro canteiro central da Avenida São João, acesso ao Grupo Escolar Querubina Silveira e a Igreja São João Batista. Posteriormente, com a reforma e modernização, o aparelho foi transferido para a Praça Tomaz Pereira de Araújo.

Praça Tomaz Pereira de Araújo - Foto: Cerro Corá News

A essa altura um dos programas favoritos era esperar para assistir o desenho animado da “Pantera Cor de Rosa” (The Pink Panther Show”). No começo da noite. Entre uma novela e o noticiário. Então o negócio era adiantar ou atrasar o jantar.

Essa animação – fora do eixo dos personagens de Hanna-Barbera ou Walt Disney – merece explicação. Foi criada como introdução do filme do mesmo nome com o ator-comediante inglês Peter Seelers, lançado em 1963. O sucesso do “animal” provocou a série logo depois.

Foi na televisão disponibilizada para os Cerro-Coraenses que acompanhei a transmissão, em preto e branco, da Festa da Uva, em Caxias do Sul/RS, na serra gaúcha, como a primeira programação para a tv a cores.

E o Torneio Sesquicentenário da Independência (150 anos) – a “Mini Copa”, em 1972. Sendo que a final (Brasil 1 x 0 Portugal, gol de Jairzinho), presenciei na casa de dona Ritinha. Também vi amistoso da Seleção Brasileira contra uma seleção ou combinado do Rio Grande do Sul, com jogadores do Internacional e do Grêmio, com o placar de 3 x 3.

A tv não acabou com uma opção anterior. Escutar os jogos do campeonato carioca pelo rádio. Sintonizando as emissoras do Rio de Janeiro, principalmente a Nacional, Tupi e a Globo. Para ouvir locutores famosos: Doalcei Bueno de Camargo, Celso Garcia, Vitorino Vieira, Waldir Amaral, Antônio Porto, Ayrton Rebelo, Sérgio Morais e Jorge Cury. E os comentários de João Saldanha, Luiz Mendes (“o da palavra fácil”), Afonso Soares e Ruy Porto, o condutor do programa dominical de final de noite: “Ataque e Defesa” (TV Tupi).

A familiarização com o rádio esportivo veio de papai. Quando chegava para o almoço, vindo da padaria, sintonizava as ondas curtas da Rádio Sociedade Baiana. Prato principal: Resenha, de França Teixeira.

À noite, quando havia uma partida decisiva, um ponto de escuta, com o “Motoradio” preto, era a escadaria da Prefeitura. Para fugir do frio reinante. Foi lá que ouvi partidas decisivas do Botafogo, pela Taça Libertadores da América (1973). Contra o Palmeiras e o Cerro Porteño, de Assunção (Paraguai).

O clube da Estrela Solitária (Botafogo) fora alçado à competição internacional, como vice-campeão brasileiro, do ano anterior. A decisão do campeonato carioca (Botafogo 0 x 1 Fluminense), em 1971, com um discutido gol, no minuto final, me fez adepto, até hoje, da máxima do presidente do Corinthians, Vicente Matheus: - O jogo só termina quando acaba.

Moral da história: “Gato escaldado tem medo de água fria...” O “Glorioso”, dias antes, somava seis ou sete pontos de diferença para o Tricolor. E foi perdendo a vantagem para times pequenos e médios. E a gordura acabou...

No final de tarde, começo da noite de domingo, me preparara, com uma camisa do alvinegro, para ir ao circo, armado, onde hoje é a praça Maria Luzia Guimarães. Valdir com um chaveiro do Fogão.

Desarrumamos tudo e não saímos de casa... Para não escutar as chateações de Luiz Júnior, o “Garrincha”, e José Ailton da Costa, o “Dedé de Germínio”, torcedores do “Pó de Arroz.”

Vale salientar que, somente, a partir de dezembro de 1972, com a inauguração da TV Universitária (Canal 5), para a educação, via satélite. O concorrente não era de peso para a Tupi, no entanto, era mais uma opção.

Carlos Alberto apresentava um programa de auditório

Já no ano seguinte (1973) o Canal 5, transmitia uma programação local, com uma programa de auditório, apresentado pelo radialista, vereador, deputado estadual e senador Carlos Alberto de Souza, que somente 13 anos depois, põe no ar a primeira tv privada do RN, a Tv Ponta Negra, afiliada do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).

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