Tertuliano C. Pinheiro - Advogado
Que pátria acreditam estarem a defender ao portar a bandeira do Brasil? As quase 700 mil pessoas mortas pela Covid? A venda barata da Eletrobrás? A violência que mata adversários políticos? O orçamento secreto? Os 51 imóveis comprados em espécie? A queima da floresta?
Quê pátria? O auxílio eleitoreiro? Os famintos nas ruas do país? O corte da verba para educação e da pesquisa?
Se é que ainda não estou louco, estúpido ou equivocado, ajudem-me a entender, que pátria queremos?
Quê pátria vós quereis? Sem ferir “brios” e desde já pedindo seu perdão acaso se sinta ofendido, responda-me, preciso saber se estou lúcido. Sabeis que o verde da nossa bandeira representa nossas florestas? Que o amarelo representa nossas riquezas minerais? Que as estrelas representam os Estados da nossa República Federativa e que a tarja branca o desejo de paz?
Ainda sem convicção sobre possíveis respostas dizei, sabeis que a frase ali estampada “ordem e progresso” significa o respeito que devemos ter a nossa Constituição Federal? Significa o amor e a devoção que devemos ter para preservarmos o conjunto dos bens e a União de nosso país com o fim de promover a sua prosperidade?
Se sabeis disto tudo, como concordais que queimem nossas florestas? Que matem os povos originários daquele lugar e devastem seu habitat? Como concordais com a venda “vil” do patrimônio que pertence ao povo brasileiro e foi erguido as custas da dor, do sofrimento e do esforço de todos? Como alimentais a violência política entre os concidadãos? Como admitis humilhar um território da federação como o Nordeste, cheio de riquezas materiais e incontáveis valores nas artes e na cultura contemporânea reconhecida mundialmente? Como promoveis o desrespeito a Constituição Federal e ao Poder Judiciário, inclusive, relegando a autoridade máxima do Ministério Público, cuja função é essencial à Justiça na condição de fiscal da lei, o papel de arquivar os processos que questionam os atos ilegais do Chefe do Poder executivo?
Se algo coubesse acrescentar, ousaria ainda perguntar, percebeis que o pavilhão nacional é de todos os brasileiros?
Enfim, que nenhum filho de Deus se sinta agredido, pois longe de mim essa intenção. Sem julgamento desejo somente que reflitemos sobre essas definições, as quais me parecem lógicas.
Ademais esclareço-vos que não estou incluindo ou isentando alguém, inclusive ex-presidentes e candidatos, cabendo à todos refletir profundamente que Estado e que país queremos. Talvez estas questões sejam bobas, mas que no meu humilde entender se fazem necessárias para o momento que vivemos.