Essa frase é a última despedida de Cícero Ferreira da Silva – 'Ciço Amaro', e por ele escrita para mamãe (Lourdes Freire) – sua segunda “mãe do coração”, em 31 de outubro de 2011, por ocasião de seu falecimento: “- Que Deus ilumine sua chegada ao céu”.

Nesta segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025, com o coração doído eu faço minhas, essas mesmas palavras, dirigindo-as a você, Cícero, meu precioso “irmão do coração”.

Quando o senhor Celso Ferreira da Silva (nascido em São José de Mipibu/RN, conforme consta em sua certidão de óbito, localizada em um cartório de Cascavel – Paraná) entregou Cícero ao casal, meus avós Maria Gomes Peixoto e  José Gomes Peixoto, proprietários da Fazenda Catolé de Fátima, no município de Lagoa Salgada/RN, fazendo um pedido para que aceitassem adotá-lo.

Celso Ferreira era morador da localidade Córrego de São Mateus, um aglomerado de sítios situado nas imediações das cidades de Boa Saúde/RN e Lagoa Salgada. Celso tinha ficado com três crianças para criar. Cícero e as suas duas irmãs, Helena Ferreira da Silva, nascida a 8 de novembro de 1948, e Maria José, nascida a 2 de março de 1950.

As meninas tinham sido entregues a tia paterna, Maria Lourenço de Lima, que junto ao esposo Manoel Ribeiro de Lima, moravam na comunidade Pajuçara, pertencente ao município de Lagoa Salgada. Esse casal as criou como sobrinhas e filhas do coração. Na ocasião, do contato com meus avós o senhor Celso informou que estava indo morar no Paraná.

            Os pais adotivos de Cícero, foram Manoel Amaro Freire e Maria de Lourdes (Peixoto) Freire, que o trouxeram para residir em São José de Mipibu, após o falecimento de vovô José em 20 de dezembro de 1958. Vovó Maria já havia falecido em 8 de fevereiro de 1957.

            Cícero nasceu em 14 de novembro de 1947 (conforme consta em sua certidão de nascimento localizada no Segundo Cartório de São José de Mipibu, datada de 29 de setembro de 1965, ocasião em que declarou ter nascido em Nísia Floresta/RN (certidão de nascimento tardia), onde constava os nomes dos seus pais biológicos, Celso Ferreira da Silva e Maria Nazaré da Silva, sendo os seus avós paternos, Ananias Ferreira da Silva e Maria Ferreira da Silva, e avós maternos, Francisco Pereira da Silva e Cecília Leonina da Silva.

            O senhor Celso Ferreira da Silva, conforme consta no seu assento de óbito registrado no livro C-27 de óbitos, do município de Cascavel/PR, página 308, termo nº 9.466, faleceu aos 74 anos de idade, em 10 de maio de 1986, com 74 anos de idade, tendo provavelmente nascido em 1912.

             Cícero foi aluno do Grupo Escolar Barão de Mipibu, tendo iniciado o curso preliminar, que hoje seria a alfabetização, em 1959, e foram seus colegas de sala de aula: José Hilton Lira de Oliveira e Grácio Militão da Silva. Cícero foi aluno das professoras Dona Carminha Gomes e Dona Alice Alves de Freitas.

Provavelmente Cícero aprendeu as primeiras letras com a professora Regina de Canãa, uma distinta senhora que residia à Rua Juvenal de Carvalho, que alfabetizava crianças e dava aulas de reforço. (Informações colhidas através de José Hilton e de Grácio). Ele, também, estudou no Instituto Pio XII, em São José de Mipibu.

            Cícero casou-se, em 17 de outubro de 1970, com Maria de Lourdes Adão, filha de Joaquim Francisco Adão e Virgínia Graciano da Costa. Maria de Lourdes nasceu em João Câmara a 14 de junho de 1947 e, após o casamento religioso com efeito civil, passou a chamar-se Maria de Lourdes Adão da Silva.

            Cícero deixou como legado, exemplo de homem bom e honrado, de filho devotado e de um pai excepcional que, com muita força de vontade e perseverança, juntamente com a sua esposa Maria de Lourdes, “Lourdinha”, souberam criar os seus três filhos: Sérgio Luiz da Silva, nascido a 12 de fevereiro de 1972; Erison Luiz da Silva, nascido a 16 de abril de 1973 e Francisco Eriton da Silva, nascido a 22 de dezembro de 1977.

            Cícero faleceu com 77 anos de idade, e por sua grande retidão de caráter e conduta ilibada, além de ter sido um irmão presente e invariavelmente protetor – irmão de todas as horas – por nós será eternamente lembrado. Ele foi um grande homem, que em sua vida inteira sempre soube ser, com mansidão e sabedoria inconteste, um porto seguro e um filho atento e extremado, com o qual papai e mamãe também puderam definitivamente contar.

            Os desígnios de Deus são insondáveis, e, agora, Cícero merecidamente descansa em Seus misericordiosos braços, na plenitude da paz e da vida eterna, e ao lado dos pais que lhe deram a vida, e dos pais que com o coração lhe acolheram ao longo do caminho.

Singela homenagem escrita pelo meu coração. Elza Maria Freire