O tempo
Por Haroldo Varela O tempo passa despercebido e, quando me dou conta, chego à mesma idade daquele cara que eu achava tão velhinho completando 62 anos.

Por Haroldo Varela
O tempo passa despercebido e, quando me dou conta, chego à mesma idade daquele cara que eu achava tão velhinho completando 62 anos. Na verdade, dizem que velho é quem tem 30 anos na nossa frente. Isso me conforta.
Pois é, até não me acho tão velho, quem sabe um pouco usado - quase como uma peça "second hand" de um brechó inglês, que tem seu valor -, porém mais sábio, experiente e satisfeito por ter vivido até os dias de hoje à minha maneira, me fazendo feliz!
Chega um tempo em que entendemos que temos mais passado do que futuro, e se foi bem aproveitado, melhor!
Li uma crônica de Rubem Alves onde ele compara os anos vividos a uma menina que ganhou uma cesta de jabuticabas e começou a chupá-las displicentemente, mas quando percebeu que faltavam poucas, começou a roer até os caroços, bem devagarinho, aproveitando o máximo.
E assim é a vida, uns vivem intensamente, outros guardam as jabuticabas, algumas já murcharam, o sabor já não é o mesmo, nem os caroços podem ser roídos, o tempo passou.
Fazer o balanço não é fácil, decepções, alegrias, perdas, surpresas, difícil lembrar dos créditos e débitos, mas a vida segue.
Ter esperanças, acreditar, ter fé, saber que tentei dar o meu melhor e, principalmente, agradecer... sempre!
