NOTA: Após encontro com Michel Temer, Bolsonaro recua e diz que falou no “calor do momento”
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou nesta quinta-feira (9) a “Declaração à Nação”, um manifesto em que diz não ter a “intenção de agredir quaisquer dos poderes”.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou nesta quinta-feira (9) a “Declaração à Nação”, um manifesto em que diz não ter a “intenção de agredir quaisquer dos poderes”. O texto foi divulgado menos de uma hora após encontro do chefe do Executivo Federal com o ex-presidente Michel Temer (MDB), em Brasília. Segundo os jornalistas de Brasília, Temer, inclusive, teria aconselhado Bolsonaro e ajudado na escrita.
CRÍTICAS
A divulgação da declaração estava entre os assuntos mais comentados da mídia e na rede social. As pessoas se posicionavam contra e a favor do Presidente da República, principalmente os simpatizantes de Bolsonaro, mais radicais.
A postura adotada por Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quinta-feira definitivamente desagradou boa parte de seus apoiadores. Organizador da motociata em apoio ao presidente em São Paulo, o pastor Jackson Villar foi um dos que manifestaram publicamente seu descontentamento.
Jackson Villar, foi um dos seguidores que atacou o presidente Bolsonaro com xingamentos e ofensas. Jackson foi o responsável por organizar a motociata “Acelera para Cristo”, realizada São Paulo, no último mês de junho, que contou com a presença do presidente. chama Bolsonaro de "frouxo" e "traidor": "vá à m...!" Declarou com a postura do presidente, na última quinta-feira.
Em vídeo divulgado pelo deputado federal Túlio Gadêlha (PDT), Jackson aparece revoltado com Bolsonaro. Entre outras ofensas, chama o presidente de “frouxo”, “traidor” e “canalha”.
Aqui em São Paulo, nós temos um ‘calça apertada’. E em Brasília, temos um ‘calça frouxa’, um traidor da pátria chamado Jair Messias Bolsonaro. Essa é a verdade”, declarou, ironizando também o governador João Doria (PSDB), desafeto de Bolsonaro.
A revolta vem do recuo adotado pelo presidente na última quinta. Diante da paralisação dos caminhoneiros e após ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro divulgou nota na qual atribuiu os ataques ao “calor do momento”.
Declaração à Nação
No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:
- Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.
- Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.
- Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.
- Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.
- Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.
- Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.
- Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.
- Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.
- Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.
- Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.
DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA
Jair Bolsonaro - Presidente da República Federativa do Brasil
Em terra de cego quem tem olho é rei… Jogo político é outra coisa…recuo?…acredita quem quiser.