Médico é processado por supostas fraudes em investimentos; sogra é vítima

novembro 6, 2023

O médico oftalmologista Diego Sampaio está sendo processado por supostas irregularidades no gerenciamento de investimentos de várias pessoas de Natal.

Médico Diego Sampaio recebia valores para investir com promessa de lucros, mas clientes se disseram lesados. Sogra está entre supostas vítimas (foto: reprodução/redes sociais)

O médico oftalmologista Diego Sampaio está sendo processado por supostas irregularidades no gerenciamento de investimentos de várias pessoas de Natal. Ao todo, o montante seria superior aos R$ 30 milhões e, entre as possíveis vítimas, está a sogra do médico, que teria perdido aproximadamente R$ 5 milhões. A defesa do médico disse que ele não se manifestaria neste momento. Há seis processos em curso contra o médico Diego Sampaio.

De acordo com um dos processos a que responde o médico, movido pela Akesse Indústria e Comércio do Nordeste e pela sogra, Diana de Souza Sisson, ela passou a ser cliente de Diego Sampaio, como investidor, a partir de junho de 2021, quando aportou R$ 500 mil para ter uma renda de aproximadamente 1,5% ao mês sobre a verba investida. Dos R$ 500 mil, R$ 200 mil seriam referentes a oito cotas em um plano denominado “THORP”. Apesar do alto valor, não se especificava a estratégia nem a rentabilidade prevista.

A empresária afirmou no processo que, em razão do pagamento regular dos rendimentos, aumentou os aportes, inclusive, aplicando recursos da empresa Akesse Indústria e Comércio do Nordeste. O valor seria de R$ 4.800.408,07. Segundo a empresária, era previsto que a solicitação de resgate seria o valor do dia do pedido, sem a incidência de multa, sendo creditado o resgate em cinco dias úteis na conta da contratante. Quando houve a solicitação, porém, começou a haver a desconfiança.

Desde o início de 2023, a sogra do médico passou a solicitar resgates de valores das contas de sua pessoa física e jurídica que estavam na seção “CASH”, o que deveria ser recebido de imediato ou no dia seguinte, no máximo. Contudo, de acordo com as alegações dela, começou a haver atrasos por parte do médico, o que motivou o seu requerimento para resgate de todas as aplicações.

Diego Sampaio, ainda de acordo com o que foi alegado pela empresária, começou prometer que os resgates seriam recebidos em até 60 dias. Os atrasos fizeram com que a empresária precisasse recorrer a linhas de crédito para que a pessoa sua empresa honrasse as obrigações assumidas com fornecedores. Houve a notificação extrajudicial do médico para pagamento dos resgates, sendo solicitada reunião com o Diego Sampaio, que disse que havia um bloqueio judicial e não estaria conseguindo honrar os compromissos. Ele ainda afirmou que, caso não pagasse, parcelaria o valor e ofereceu como garantias cotas de sua clínica de oftalmologia, o que não foi aceito.

No processo movido pela sogra, houve um acordo judicial entre as partes, mas que não teria sido cumprido e, em 23 de outubro, houve a última movimentação, que trata sobre a execução para pagamento do acordo.

Segundo advogados de outras vítimas, na maioria da classe médica, a maior parte dos investidores confiavam na pessoa de Diego Sampaio e, por isso, sequer observaram que ele teria uma atuação “irregular e duvidosa”, sem qualquer autorização ou registro no Banco Central e CVM para atuar com os investimentos.

Um dos advogados que atua em caso onde já houve decisão pelo deferimento e execução de bens do médico explicou que perdeu o dinheiro fazendo os investimentos e que acumulou prejuízos, principalmente pela queda da bolsa e os muitos saques que teriam ocorrido. Contudo, a versão não é considerada confiável porque, segundo o advogado, o médico não poderia operar como trader nem como alguém que pudesse custodiar dinheiro de terceiro. Além disso, o advogado disse que o médico, até o momento, não comprovou que fez as operações financeiras, sem mostrar qualquer extrato.

A reportagem da Tribuna do Norte entrou em contato com o advogado do médico Diego Sampaio, mas ele disse que, no momento, não iria se manifestar fora dos autos. A Polícia Civil, através da Delegacia de Defesa do Consumidor, foi acionada está atuando no caso.

Fonte: Tribuna do Norte

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