Histórias do carnaval em São José de Mipibu e seus personagens
ARTIGO 1 – Carnaval em São José de Mipibu de outrora e do presente Por Pedro Freire– Pesquisador (in memoriam) Em outras épocas, mormente nas décadas de 40 a 60, do século passado, o carnaval apresentado nas ruas de São José de Mipibu era considerado um dos mais bem organizados e animados de toda região […].
ARTIGO 1 - Carnaval em São José de Mipibu de outrora e do presente
Por Pedro Freire- Pesquisador (in memoriam)
Em outras épocas, mormente nas décadas de 40 a 60, do século passado, o carnaval apresentado nas ruas de São José de Mipibu era considerado um dos mais bem organizados e animados de toda região Agreste.
Durante todo o tríduo de Rei Momo diversos blocos, charangas e outras modalidades de folia, organizadas ou improvisadas, desfilavam pelas ruas do centro da cidade. Um grande público, vindo dos povoados e de cidades vizinhas, além de pessoas da capital se concentrava na praça principal, para ver e aplaudir o cortejo de foliões por ocasião da passagem dos desfiles, com todos os componentes devidamente fantasiados.
A maioria dos presentes, pretendendo se divertir, se infiltrava no meio de qualquer bloco e, como “penetra”, passava a ser parte integrante da agremiação que por ali passava. Adultos e crianças seguiam para o centro da cidade, vestidos de fantasias próprias para o evento, conduzindo confetes e serpentinas para arremessar no meio do público.
A noite era reservada aos bailes da sociedade mipibuense e convidados especiais. Sempre realizado em prédio público, cedido por autoridade competente, preparado e ornamentado para tal fim, uma vez que naquele tempo não havia nenhum clube social ou associação destinada a bailes ou outros eventos similares. Com a inauguração da Associação Esportiva Mipibuense, os bailes de carnaval passaram a ser realizados em seus salões até a década de 80, quando foi desativada.
Eis as agremiações que desfilavam naquela época: Bloco dos Bichos, dos Caçadores, das Vassourinhas, das Negras Baiana, Tribo dos Índios, além de outros, vindos dos povoados e cidades vizinhas.
Uma das atrações daquele tempo era um bloco organizado pelas famílias Tomé e Matias, principalmente, pelos membros da Banda de Música local. Todos moradores na rua Santana, tendo como principal colaborador, o inesquecível “Lola”, idealizador e construtor dos famosos bonecos gigantes com características de uma figura lendária ou histórica, alusiva ao enredo da agremiação. Entre eles, o Cariri e Maria Bonita.
A última modalidade daquele tipo de figura, foi organizado no Engenho Olho D’água, cujos foliões acompanhavam elementos que dançavam no interior de uma enorme garrafa, com o rotulo daquela apreciada cachaça da terra.
Também desfilavam ao publico, sempre pela manhã, percorrendo as ruas da cidade, os “Papangus”, composto por pessoas mascaradas e outras bagunças criadas ou organizadas de ultima hora, cujo elenco era formado por adultos representando figuras exóticas, lendárias ou do anedotário popular ou então usando mascaras de algum tipo de animal da fauna brasileira.
A partir de então o carnaval em São José de Mipibu foi perdendo a primazia de ser destaque na região Agreste, por diversas circunstâncias, entre elas, a extinção, paulatinamente, do bloco da rua Santana, com a mudança de alguns de seus organizadores para outras cidades; a construção das chamadas passarelas ou corredores do samba, na capital e outras cidades, com arquibancadas e toda estrutura para conforto dos assistentes, onde desfilam todos os anos as escolas de samba e outras agremiações carnavalescas, com transmissão direta pela televisão.
Nos últimos trinta anos, alguns abnegados se cotizam e com a ajuda de terceiros ou esforço próprio, organizam blocos, charangas e outras “bagunças”, entre os quais: Bloco dos “Kassacos”; das “Puaras”; das “Depravadas”, Tribo de Índios e ainda um bloco formado por moradores da rua Santana e de outros bairros, com o titulo de “Mole não Entra”, acompanhado por uma animada fanfarra e que saia desfilando pelas ruas da cidade aos sábados à tarde, dando inicio a folia de carnaval na cidade. São estes os dados colhidos em pesquisas realizadas junto a foliões e a própria vivência deste autor em carnavais do passado e do presente em São José de Mipibu.
ARTIGO 2 -Escola de Samba ‘Malandros do Samba’
Pedro Freire (in memoriam) - Texto publicado n'O ALERTA nº 329, de Janeiro de 2005
Nos carnavais de antigamente, a Escola de samba ‘Malandros do Samba’ entrava no centro da cidade era motivo de orgulho para os seus integrantes. Para saber a origem dessa escola de samba fomos ao ‘túnel do tempo’ e extraímos do nosso arquivo um artigo publicado pelo saudoso Pedro Freire, n'O ALERTA nº 329, de Janeiro de 2005.
“No final dos anos 50 do século passado, regressou a São José de Mipibu, onde fixou residência, procedente do Rio de Janeiro, o suboficial João Naval, de saudosa memória. Aposentado do Corpo de Fuzileiro Naval, cujo nome se relacionava a sua origem militar
A família João Naval, de tradição carnavalesca, no Rio de Janeiro, passou a estruturar um bloco, a principio denominado “Corsários do Amor”. Depois, mudou para “Corsários do Samba” e, três anos depois, “Falcão Negro”. Ainda jovem, Valdir Cabral, filho do militar, conhecido por "Valdir Naval", integrava o bloco, chegando a ser mestre sala (mestre-sala possui a função de cortejar a porta-bandeira e defender o pavilhão, como também é chamada a bandeira.
Carioca da gema e torcedor fanático de uma das escolas de samba da terra em que nasceu, aprendeu ali o ritmo, a ginga e a cadencia dos tradicionais desfiles de carnaval do Rio de Janeiro. Logo cedo angariou a simpatia e o respeito dos mipibuenses, em especial dos seus pares e, com larga experiência e visão sobre carnaval, sugeriu a seus colegas a criação de uma Escola de Samba para desfilar em São José de Mipibu.
Antes de ser concretizada a sua ideia, houve uma desavença entre dirigentes do bloco. Alguns se desligaram e formaram uma outra agremiação denominada “Balanço do Morro”. Sem alternativa, Valdir reuniu-se com aqueles os que não aderiram e fundou a atual Escola de samba “Malandros do Samba”, fato ocorrido por volta de 1970.
Daí para frente, a escola foi crescendo e se reestruturando ano a ano, até a sua formação definitiva. A agremiação era composta de alas das baianas, dos passistas, da bateria, porta-bandeira e outras, tornando-se uma agremiação bem organizada. Seus componentes fantasiados a caráter e com evoluções cadenciadas e ritmadas, sendo por isso muito aplaudida ao desfilar em público.
Em entrevista ao jornal Folha do Agreste – edição de janeiro de 2002; Valdir fez um relato sobre as dificuldades que enfrentou e ainda enfrenta para manter a escola em atividade e que dará continuidade ao seu trabalho, não só por teimosia, mas por achar que o povo da terra que aprendeu a amar merece toda a sua consideração .
Valdir diz na entrevista que, “a ajuda financeira para a organização dos desfiles é sempre dada pela Prefeitura Municipal de São José de Mipibu e que o dinheiro serve, apenas, para a compra de tecidos e adornos destinados a confecção das fantasias de alguns componentes da escola que se encontram desempregados ou sem condições financeiras para adquiri-las”.
Em entrevista a um blog da cidade, Valdir Cabral disse que “com o apoio da Prefeitura Municipal de São José de Mipibu, a Escola vai sair na avenida com mais de trezentos componentes”. São cinco gerações que aos poucos vão fazendo a história do carnaval mipibuense.”
ARTIGO 3 - Personagens Mipibuenses - Valdir Naval
Por Edílson Avelino (Didi) didiavelino@globo.com
Nasceu Maria quando a folia Perdia a noite, ganhava o dia Foi fantasia seu enxoval Nasceu Maria no Carnaval...”
A canção de Luiz Carlos Paraná, defendida no Festival da TV Record por Roberto Carlos, em 1967, traduz certamente a saga de uma Maria que, ao banhar-se na fonte da Bica, refúgio da Mãe das Águas, se apaixonou pela gente, pelo lugar e aqui ergueu seu reinado, conduzindo o povo à alegria do jeito que o rei mandou!
Maria Naval foi como São José de Mipibu a amou e consagrou. Negra de feições delicadas, porte e garbo de rainha, ela tinha mel na voz e gesticulava com harmonia ao expressar seu pensamento. Das suas raízes africanas herdou o belo turbante que lhe emoldurava a fronte, a elegância do andar, a plasticidade da dança e a ginga inconfundível da sambista de berço.
Sabemos que seus ancestrais estiveram entre os pioneiros do samba carioca, portanto, do Brasil.
Conheci dona Maria na minha adolescência e ficava deslumbrado ao vê-la desfilar sambando, com seus filhos Valdir e Neném, na Escola de Samba “Malandros do Samba”, fundada por ela e, até hoje, símbolo do Carnaval na terra do Barão de Mipibu.
Foram anos de glória, mas também de muita luta para manter a “Malandros do Samba”, viva, unida, e à altura das tradições da família Naval. Desfiles em São José, Natal e cidades vizinhas, deram à agremiação credibilidade e grande destaque no Carnaval, maior festa popular do país.
Com a morte de dona Maria, o determinado, incansável e ilustre Valdir Naval foi entronizado como o herdeiro, líder e sucessor natural da tradicional Escola de Samba.
Se ao tempo de dona Maria as dificuldades de gerir as despesas da Escola eram grandes, foram se tornando cada vez maiores, pois com o sucesso obtido e, portanto, com a grande procura de novos integrantes, o orçamento não conseguiu acompanhar o crescimento da agremiação. Assim, as tradicionais fórmulas de angariar recursos como rifas, bingos, “livro de ouro” e colaborações voluntárias, foram sendo utilizadas a cada ano.
Lá se vão mais de trinta anos de lutas e sacrifício em prol não de projeção ou benefício pessoal, mas de São José de Mipibu. Em todos esses anos testemunhamos a peregrinação desse incansável sambista e defensor da cultura popular, líder que nunca utilizou sua liderança para obter favores escusos que viessem a macular a sua honra ou de sua mãe e antecessora.
Já expressei aqui mesmo, num outro artigo, que não tenho queixas da minha cidade, mas sim de alguns dos seus políticos e administradores que parecem vir de outro planeta, outra dimensão. Não conseguem enxergar o óbvio, o simples, o singelo, o básico, o que a população já consagrou e reconhece seu, parte de suas tradições. O novo em São José, na ótica destes, parece indispensável, urgente, extremamente necessário, inadiável, e, muitas vezes, se mostra em ação equivocada num atestado de distanciamento popular e insensibilidade política e, sobretudo, cultural.
O bom senso pergunta: há necessidade de lideranças populares do porte de Valdir Naval sair peregrinando pelos especializados gabinetes da administração municipal, pedindo a ajuda dos(as) senhores(as) administradores(as)? Onde estamos? Que cidade é essa? Que planejamento é esse que não faz a previsão de custos necessários a atender as agremiações que fazem o carnaval para o povo e, em última instância, para dar visibilidade à administração municipal?
Todos sabemos que existem fórmulas simples de resolver esse problema como, por exemplo, convocação das lideranças dessas agremiações estabelecendo critérios de dotação como: tradição em desfiles, tempo de atividade, quantidade de componentes, etc, e disponibilizar a dotação orçamentária nos meses de setembro ou outubro, tempo hábil para que as providências de criação, de compra e confecção das fantasias sejam tomadas. Será tão difícil administrar isso?
Ou é mais saudável a vergonhosa fórmula de, às vésperas do evento, assistirmos essas lideranças populares de pires na mão, à porta dos referidos gabinetes, dando a impressão de que as administrações são bastante generosas em conseguir algum “trocado”, visto que o orçamento é tão curto... É bom saber que esse tipo de postura já não dá voto, ao contrário, submete esses administradores ao julgamento popular que cada vez mais é rigoroso e impiedoso com a incompetência. Esse tipo de atitude arcaica, ultrapassada de administrar só conduz ao ostracismo político. Bom senso na condução da cultura, do esporte, da educação, da saúde, enfim, é o mínimo que o povo espera dos seus governantes. Bom senso, só isso.
Hoje, um homem do povo, não alfabetizado, sabe perfeitamente o montante de verbas que chegam aos municípios. Os tempos são outros...
A Escola de Samba “Malandros do Samba” não deveria já ter sua sede própria com espaço suficiente às suas atividades? Não seria mais uma alternativa de lazer para o mipibuense que vive de uma polêmica festa junina anualmente? Festa cujo saldo nem sempre corresponde ao investimento que, segundo fui informado, é de milhares de reais.
Normalmente numa sede de escola de samba funcionam oficinas onde a comunidade aprende ofícios como chapelaria, sapataria, bordado, costura, pintura, escultura, etc. Não seria uma novidade para o turista que cada vez mais aporta em nossa cidade? A sede própria, através da promoção de eventos periódicos, não produziria boa parte dos recursos para o carnaval? Tudo isso depende da vontade e iniciativa de quem governa e legisla.
A quantidade de jovens desocupados, sem perspectiva em São José é grande. Se esse contingente for bem orientado, e tiver oportunidades agora, trará solução pra muita coisa, do contrário, certamente será um problema social dos maiores. É hora, portanto, de incentivar as lideranças comunitárias, pois, estas, entendem melhor as carências e necessidades do povo, falam a sua linguagem e têm o seu respeito e admiração.
Assim, senhores políticos de São José de Mipibu, como com outras lideranças populares, sejam justos com um líder do gabarito de Valdir Naval, prestem-lhe as homenagens a que faz jus em vida, pois, como dizia Nélson Cavaquinho, outro grande do samba, “depois que eu me chamar saudade, não preciso de vaidade, quero preces e nada mais”.
A Valdir, mestre descendente direto da nobreza do samba, as minhas homenagens. E estou certo de que quando suas pernas fraquejarem lembrará de algum verso e o dirá ao povo que o ama com a bela voz que Deus lhe deu:“... Samba agoniza mais não morre, alguém sempre te socorre antes do suspiro derradeiro...”(Nélson Sargento)
Ou ainda “... Antes de me despedir deixo ao sambista mais novo o meu pedido final: não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar, o morro foi feito de samba, de samba pra gente sambar...”(Edson e Aluísio)
Que o Grande Maestro do Universo o conserve com saúde, lúcido e cheio de bondade e sabedoria por muitos anos, pois São José de Mipibu precisa muito de você. O samba também.
Valdir Naval faleceu no dia 25 de julho de 2017.
ARTIGO 4 - Um certo Carnaval em Mipibu
Por Lúcia Amaral - Pesquisadora e Escritora (Texto publicado no jornal O ALERTA Nº 450 - Fevereiro de 2015
A década de 80 foi muito produtiva para o Carnaval mipibuense. Foi a época da proliferação de agremiações carnavalescas, quando surgiram no cenário momesco, As Fofoletes, O Fuxico, O Skulaxo, Os Kassakus, Os Apaches, Os Yunkars, A Gabriela, Os Foliões do Samba, O Bloco dos Bichos, As Nêgas Baianas e outros que me fogem à memória.
Os Malandros do Samba já estavam no cenário carnavalesco da cidade, desde 1959, se bem que com denominações diferentes como Corsários do Amor, depois Corsários do Samba, até ficar com nome definitivo de Malandros do Samba, até hoje.
Valdir Cabral à frente dos seus comandados da Escola de samba ‘Malandros do Samba’
Foi a época das orquestras de metais, e muitas vezes o nosso Carnaval foi feito com a própria Banda de Música Municipal que era bem estruturada, levando o povão ao delírio com os grandes frevos pernambucano.
As ruas de São José não eram "ornamentadas" como hoje. Em compensação a frente da Matriz (naquela época não havia nenhuma objeção em se ocupar aquele espaço) se tornava o "território sagrado de Momo", nos quatro dias de folia, enfeitado e iluminado, congregando a massa humana que para lá se deslocava, tal era a magia dos frevos e a cadência do samba executados.
No palco armado em frente à Igreja no sábado do Zé Pereira, acontecia a abertura oficial dos festejos, feita pelo Prefeito Municipal, que entregava as chaves da cidade ao mandatário da alegria nos quatro dias de Carnaval - o Rei Momo - escolhido por votação ou indicado, por ser o mais gordo.
Nos dias seguintes (domingo, segunda e terça-feira), a rua se transformava no espaço livre e democrático da imaginação humana, com seus Papangus - às vezes não tão engraçados pela irreverência - alegres com seus trejeitos que levava o público à gargalhadas, mexendo ora com uns, ora com outros!
De repente, surgiam as tribos de índios Tupis Guaranis com o Mestre Graciano e sua família, Os Apaches com o saudoso José Estevão também com a sua família, todos com a sua coreografia característica, culminando com os Tupis Guaranis realizando a tão conhecida "morte do caçador" na terça-feira, produzindo ainda um êxtase no público que assistia, sem se importar de já ter presenciado o mesmo fato em carnavais anteriores.
Subitamente todos olhavam para o mesmo lugar de onde "ela vinha" majestosa e elegante nos seus mais de dois metros de altura - A Gabriela, obra do laborioso José Corsino – (in memorian) trazendo consigo uma legião de seguidores e admiradores do Carnaval.
Era uma época em que ainda se vestia fantasias - lindas por sinal - evocando as civilizações antigas como a Grécia e Roma, além dos mascarados arlequins, pierrôs e colombina. Época dos "corsos" (hoje carreatas) e da "lança perfume", das batalhas de confetes e serpentinas, do Bloco dos Bichos, de Seu Manoel Gomes (responsável em transportar água da caixa d'água para as residências e só tinha um braço) que ficou depois com ‘Seu’ Jaime do PA; das Nêgas Baianas, de ‘Seu’ Manoel Carneiro e sua irmã Dona Maria Carneiro, e outras agremiações que não lembro.
Era a glória!!! O Carnaval de São José era famoso e conhecido nos meios "radiofônicos" e jornalísticos do Estado, como um dos melhores Carnavais do interior.
Atentem para o detalhe: essa foi a época do final de uma administração política que, mesmo o seu representante gostando de Carnaval (certa ocasião ele juntamente com mais dois amigos compareceram a um baile na Associação Esportiva Mipibuense, fantasiados dos três Reis Magos), não era muito generoso nas "doações" da Prefeitura para ajudar os blocos carnavalescos do município e os motivos dessa atitude, preferimos omitir, pois não vem ao caso.
Ao assumir, seu sucessor não gostava de Carnaval, mas credenciou uma equipe para fazer frente à organização do evento. Foram criados mecanismos como a COC -Comissão Organizadora do Carnaval. Oficializou-se o apoio financeiro às agremiações, a ornamentação do centro da cidade era imprescindível e assim, fluíam mais blocos de rua e a participação do povo era bem maior. Na quarta-feira de cinzas, havia a premiação dos blocos vencedores com uma "nova noite carnavalesca" para o povo.
Assim podemos concluir que por incrível que pareça, esse Carnaval que relato, aconteceu na cidade de São José de Mipibu nas décadas de 70/80.
Éramos simples, felizes e inocentes mortais carnavalescos contagiados pela magia da festa, e despreocupados em receber (ou não) a doação da Prefeitura para brincar, pois o nosso Carnaval era mais profundo, pois vinha da alma.
NOTA:
- Eu posso falar isso de cátedra, pois - na época - era a Secretária de Educação do Município, (não havia Secretaria de Cultura) - e coordenei pessoalmente o evento.
- Todas as fotos são do arquivo particular de Maria Lúcia Amaral
- Maiores detalhes do assunto no livro ‘No Rastro dos Moppebus’ e no www.pelastrilhasdahistoria2blospot.com
Brilhantes relatos, muitos dos quais vivi.
Serviu pra relembrar e voltar ao passado saudoso. Serviu também pra dar um tapa sem mão. Que deixará cabisbaixo, sem reação. Porque a verdade dói. Principalmente nessa época. Muitos ficarão com as caras empapangusadas. Valeu!
Ótimas lembranças de Valdir Cabral, grande sambista e ser humano exemplar.