‘Golpe fracassado’: operação que mira Bolsonaro e militares ganha repercussão internacional
Uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira 8 mira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros e militares do alto escalão das Forças Armadas por suposto envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
Uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira 8 mira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros e militares do alto escalão das Forças Armadas por suposto envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado em 2022. O caso repercutiu em grandes veículos de diversos países.
As diligências foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes. O jornal The New York Times, dos Estados Unidos, destacou que o plano de Bolsonaro para se manter no poder incluía “editar pessoalmente uma proposta de decreto para prender um juiz do Supremo Tribunal e convocar novas eleições depois de ele ter sido derrotado.
No texto, o jornal afirma que as “autoridades acreditam que o ex-presidente e os seus aliados executaram um plano muito mais organizado para subverter a jovem democracia do Brasil”.
Ainda nos Estados Unidos, The Washington Post reforçou que “a conspiração para tomar o poder estava muito mais avançada do que se sabia anteriormente” e “contou com planejamento logístico e tático, implicando o envolvimento dos mais altos funcionário do governo brasileiro”. O jornal chama a atenção para o fato de Bolsonaro ter sido “obrigado a entregar o passaporte”.
Na Europa, a britânica BBC apresentou um breve histórico da movimentação de Bolsonaro depois da derrota na eleição de 2022 e relembrou que ele só voltou dos Estados Unidos “dois meses após a invasão do Congresso”.
The Guardian destaca, por sua vez, que “a polícia apreendeu o passaporte de Bolsonaro” e relembra que o ex-capitão “repetidamente semeou dúvidas sobre a confiabilidade do sistema de votação do Brasil e nunca admitiu a derrota após as eleições”.
O espanhol El País aponta, em sua manchete: “Polícia brasileira lança operação contra Bolsonaro e militares de seu entorno por conspiração golpista”.
O veículo define o caso como “a tentativa fracassada de golpe de Estado” e diz que “o cerco judicial em torno de Bolsonaro vem se estreitando desde que ele perdeu sua imunidade ao deixar o poder”, mas que esta é a acusação mais grave que ele enfrenta.
A operação também ganhou manchete em veículos latino-americanos. O Clarín, da Argentina, destacou a prisão de Valdemar Costa Neto, por porte ilegal de arma de fogo.
A detenção não tem relação direta com os fatos investigados pela PF sobre a tentativa de golpe. O jornal argentino explicou, porém, que “Neto é investigado por colocar o partido que tem o maior bloco de deputados à disposição de supostos planos golpistas".
No Chile, La Tercera ressaltou uma declaração do presidente Lula (PT) após a operação ser deflagrada: “Lula acredita que os atentados de 8 de Janeiro não teriam sido possíveis sem a intervenção de Bolsonaro”.
Já El Observador, do Uruguai, sustenta que “a tentativa de golpe de Estado culminou nos acontecimentos de 8 de Janeiro de 2023”.
Por Camila da Silva Repórter e Produtora de CartaCapital